27 de set. de 2014

Capítulo 22- O quarto de hotel e nós...



Subo para meu quarto desanimado. Como criança que esteve próximo a uma loja de brinquedos e não pode entrar ou que avistou uma barraquinha de algodão doce, mas não pode experimentar. Fiquei com água na boca, mas vou ter que dormir assim, nesta fissura, não tem jeito.
Taylor me espera à porta para passar as informações.
—Sr. Grey, as providências necessárias para o voo amanhã estão devidamente tomadas, tudo corretamente providenciado.
—Muito bem Taylor, logo ao raiar do dia sairemos. Os primeiros raios de sol serão nossos amanhã.
—Sim Sr.,  estarei a postos para que tudo dê certo.
—E o que mais temos na agenda?
—Temos a reunião com os donos do terreno, no período da tarde. Assim que confirmarem o horário eu passo para o Sr., mas creio que será por volta das três.
—Ótimo, assim ficarei tranquilo para almoçar com Anastasia.
—Mais alguma coisa Sr.?
— Sim, você viu que Anastasia estava no bar com a mãe, não viu? —Claro que viu né Grey? Imagine que os olhos espreitadores de Taylor perderiam esta cena.
—Vi sim, Senhor. Na verdade, se me permite, levei um susto ao vê-la, não sabia que vinha.
—Mais uma surpresa, Taylor, mais uma. Nem mesmo eu sabia. Quero que você siga as duas para ver se chegam bem à casa de volta. Depois é só descansar para amanhã.
—Perfeito Sr. Grey, já descerei para não perdê-las de vista. Boa noite.
—Boa noite, Taylor. Qualquer novidade me avise.
 Assim que entro no meu quarto o telefone toca e é Ross que precisa falar comigo urgente.
—Grey, desculpe, mas é urgente, senão não ligaria.
—Manda ver Ross, o que aconteceu?
­—Lembra-se daquela investigação sobre os negócios da Purpure Corporation?
—Claro que lembro, novidades?
—Sim, saíram os resultados. Como prevíamos demos um tiro no pé. Os pacotes de viagem que foram vendidos terão que ser ressarcidos antes de fecharmos definitivamente a empresa, realmente estamos com um elefante branco nas mãos.
—Puta que pariu, eu sabia que isto ia dar merda.
 —A notícia boa é que os pacotes excedidos foram concluídos, mas vamos ter perdas consideráveis.
Ouço batidas tímidas em minha porta enquanto falo ao telefone. Ao abrir não contenho minha surpresa e meus olhos piscam traindo minha insegurança camuflada: é ela. Seguro a porta aberta e aceno para que ela entre em meu quarto.
— Todos os pacotes excedidos estão concluídos? E o custo?
—Joga aí umas milhas de dólares, fazendo todas as deduções possíveis.
Assobio entre dentes, ouvindo Ros e observando a deusa que desfila em meu quarto.
—É isso, mas pelo menos vamos nos livrar em tempo, antes da coisa ficar pior.
—Puxa… esse foi um caro engano…
—Se foi, mas vamos recuperar na próxima. Já estou de olho numa nova consultoria que está abrindo o bico e nós vamos liquidar em tempo real.
—E Lucas?
—Está pianinho, terminando todos os dados que pedimos. Vai entregar em tempo recorde os diagramas. Acho que amanhã ele já entrega para Andrea.
Anastasia observa o quarto. A mobília aqui é extremamente moderna, muito atual. Toda púrpura e dourada com motivos em bronze nas paredes.
— Faça Andrea mandar para mim os diagramas assim que forem entregues.
—Sim, assim que ele entregar ela dispara para o seu e-mail.
Ando para um armário de madeira escura e abro a porta para revelar um minibar. Indico para que ela se sirva e continuo andando pelo quarto doido para encerrar logo esta conversa.
 —Barney disse que ele achou o problema…
—Depois da sacudida que você deu nele, tinha que achar né, Grey? Adoro quando você coloca cada um no seu devido lugar. Afinal ninguém quer despertar a ira do chefe, ou perder um emprego de ouro desses. Você volta amanhã?
Dou risada com a fala de Ros e respondo:
 — Não, sexta-feira… existe um lote de terra aqui que estou interessado.
Enquanto converso caminho até o banheiro e aproveito para abrir as torneiras e começar a encher a banheira de água. —Hum, um banho relaxante com ela... A cabeça de cima continua atenta à conversa e a de baixo começa a se manifestar em seu divino esplendor. Aproveito para acender as velas aromáticas que estão dispostas ao redor da banheira enquanto retorno relaxadamente ao quarto.
—Ah, ok. Será excelente uma filial por aí, acho que é bem estratégico para a empresa. Vou ver com Bill sobre as estatísticas do local, já devem estar prontos os dados de custo/ benefício.
— Sim, ligue para Bill…
—Quer que ligue hoje?
 —Não, amanhã… eu quero ver o que Geórgia oferecerá se nós mudarmos.
Não consigo tirar os olhos de Anastasia. Sim, ela está aqui, pronta para mim. Entrego-lhe um copo e aponto para o balde de gelo.
—Vou ligar logo pela manhã, acredito que Bill já fez o comparativo entre a Geórgia e Detroit.
— Se seus incentivos forem atraentes o suficiente, penso que nós devíamos considerar isto, entretanto eu não estou certo sobre o maldito calor daqui.
—Sim, o calor aí é complicado. Neste ponto Detroit sai na frente e também o mercado lá está em franca expansão.
— Concordo que Detroit tem suas vantagens também, e sim é mais fresco.
—Mas já tem gente aqui dos recursos humanos achando que será difícil conseguir uma equipe afinada com as suas regras, para migrar para qualquer um destes lugares.
 Meu rosto momentaneamente escurece. Detesto gente frouxa, preguiçosa.
—Por quê?  Cada uma! Era só o que me faltava! Faça Bill ligar. Amanhã… Não muito cedo.
—Ok, chefe. Boa pesquisa por aí e divirta-se um pouco.
Desligo e olho fixamente para ela enquanto um enorme silêncio cai entre nós.

— Você não respondeu minha pergunta. — Ela murmura.
— Não. Eu não respondi. — Cautelosamente respondo.
— Não, você não respondeu minha pergunta ou não: você não a amou...
Cruzo os braços e encosto na parede e um pequeno sorriso brinca em meus lábios. Realmente ela não desiste quando quer algo.
— O que você está fazendo aqui, Anastasia?
— Eu acabei de dizer a você.
Respiro fundo e respondo.
— Não. Eu não a amei. — Franzo a testa para ela, divertindo-me com sua preocupação, mas ainda perplexo com sua atitude. E enquanto observo suas lindas feições meu encantamento só aumenta.
— Você realmente é a deusa de olhos azuis, Anastasia. Quem teria imaginado?
— Você está rindo de mim, Sr. Grey?
— Eu não ousaria. — Agito minha cabeça solenemente, mas ela está mordendo os lábios e instintivamente começo a perder a razão e o controle.
— Oh, eu penso que você ri já que frequentemente o faz.
Sorrio de volta para ela.  —Ah, sua gostosa... Nem imagina o quanto vou fazer você rir no momento que te jogar em minha cama...
— Por favor, pare de morder seu lábio. Você está em meu quarto, eu não fixei meus olhos em você por quase três dias e voei um caminho longo só para ter você. — Sinto que meu tom de voz muda automaticamente. —Operando em modo simpático, suave e sensual, Grey?
Meu BlackBerry toca, distraindo nós dois. Desligo sem olhar para ver quem que é. Nenhum assunto é mais importante neste momento do que eu e minha mulher juntos neste quarto de hotel, cercados de uma aura impressionante de extrema sedução e desejo. O ar já exala um aroma que é só nosso, o relógio para num tempo especial e único para nós.
Ela puxa a respiração ao perceber que neste momento sou novamente seu lobo e caminho em sua direção, louco para atacá-la da única maneira que sei fazer: enchendo-a de prazer.
— Eu quero você, Anastasia. Agora. E você me quer. É por isso que você está aqui.
— Eu realmente queria saber... — Ela sussurra em defesa.
— Bem... agora que sabe... você vai ou... fica? —Falo lentamente e já estou parado à sua frente. Claro que ela ruboriza antes de responder com muita suavidade, já olhando ansiosamente em meus olhos.
— Fico...
— Oh! Eu esperava que sim.— Olho abaixo, mergulho em seus olhos. — Você estava tão brava comigo... — Ofego.
— Sim.
— Eu não me lembro de ninguém, exceto minha família, ficar bravo comigo. Eu gosto disto. Gosto demais... —Corro as pontas dos dedos por sua face. Oh Deus, sua proximidade, seu cheiro delicioso. Sinto aquele choque nas pontas dos dedos, aquela sensação de frio no estômago, um torpor que toma conta de todo meu ser. —E uma dor latejante no pau que já está prontinho, prontinho pra atuar não Grey?
O coração está bombeando o sangue por todo meu corpo, o tesão aumentando, desdobrando… em todos os lugares. Me curvo e corro meu nariz junto ao seu ombro e até a sua orelha, enquanto meus dedos deslizam em seu cabelo cheiroso e tão macio. Ah, o lobo que habita em mim salta altos urros em meu interior. Ela é meu ópio, minha fonte de prazer e perdição. Ela me faz perder a noção do aqui, do agora, como se me transportasse pra uma esfera invisível, num planeta onde os habitantes somos somente nós: dois enlouquecidos de tesão.
— Nós devíamos conversar. — Ela sussurra.
— Mais tarde.
— Existe tanto que eu quero dizer.
— Eu também.
Beijo suavemente debaixo do lóbulo da sua orelha enquanto meus dedos apertam em seu cabelo. Puxo seu pescoço para trás e exponho sua garganta para meus lábios. Meus dentes roçam rapidamente seu queixo e beijo sua garganta observando o caminho de arrepio que meu toque vai causando nela.
— Eu... quero... você — Puxo pelo ar porque já estou totalmente enlouquecido e sedento por seu gosto.  Seu cheiro de fêmea me atiça. Ela geme e aperta meus braços e sou obrigado a fazer a pergunta preventiva importante, já que tenho que zelar por sua inocência.
— Você está menstruada?— Continuo a lhe beijar já que meus lábios colam em sua pele com total descontrole e necessidade.
— Sim... — Ela sussurra, envergonhada.
— Você está com cólicas?
— Não!!! — Ela ruboriza ainda mais envergonhada como se minha pergunta fosse muito descabida. —Ah, e não é Grey?
Olho para ela.
— Você tomou sua pílula?
—Sim! —Quão mortificante é isto? Por que minhas perguntas a deixam tão desconfortável? Só quero protegê-la... —Sim, protegê-la de si próprio, Grey!
— Vamos tomar um banho. —Decido para acalmar o corpo e a mente.
Tomo sua mão e a levo para o quarto antes que ela dê uma resposta negativa. Atravessamos o ambiente dominado por uma supercama King-size e adornadas com elaboradas cortinas até chegarmos ao banheiro que é duas vezes o quarto. Todo água-marinha e pedras brancas é enorme com sua enorme banheira. Grande o suficiente para quatro pessoas com piso de pedra levando para ela, mais parecendo uma piscina. Está vagarosamente enchendo com água. O vapor sobe suavemente acima da espuma e as velas chamejam ao lado.
— Você tem um laço de cabelo?
Ela pisca para mim e retira um elástico do bolso da calça jeans.
— Prenda seu cabelo. —Ordeno suavemente e ela me obedece.
Faz um calor aconchegante junto à banheira e sua blusa começa a colar em seu corpo por causa do vapor. Agacho-me e fecho a torneira, em seguida a levo até a primeira parte do banheiro, permanecendo atrás dela quando enfrentamos o espelho de parede acima das duas pias de vidro. A visão é realmente celestial.
— Erga seus braços. — Respiro. Ela obedece, ergo sua blusa acima de sua cabeça de forma que fica nua na minha frente. Seus peitos durinhos são refletidos no espelho e, sem tirar os olhos dos dela, alcanço ao redor e desfaço o botão superior de sua calça jeans e o zíper.
— Eu vou ter você no banheiro, Anastasia.
Inclinando-me beijo seu pescoço. Ela move a cabeça para um lado e me dá acesso mais fácil. Afundo meus dedos em sua calça jeans, lentamente deslizo para baixo das suas pernas. Por trás dela, abaixo suas calças e sua calcinha até o chão.
— Saia de sua calça jeans.
Segurando a extremidade da pia, ela obedece, submissa. Agora totalmente nua, olha fixamente para nossa imagem no espelho. Ainda ajoelhado atrás dela, beijo e, suavemente, mordo sua bunda estonteante. Ela engasga pela surpresa. Olho fixamente para ela mais uma vez no espelho. Não parece real, parece uma pintura tamanha perfeição. Ela tenta muito ficar quieta, ignorando sua tendência natural de se cobrir. Estendo minha mão em sua barriga, a palma quase alcançando de um lado ao outro do quadril, em sua cintura perfeita.
— Olhe para você. É tão bonita!— Murmuro. — Sinta... — Aperto minhas mãos nas dela, minhas palmas contra as partes de trás das suas mãos, meus dedos entre os seus de forma que seus dedos são alargados. Coloco suas mãos relutantes em sua barriga.
— Sinta o quão suave sua pele é. —Digo com voz carinhosa, suave e baixa.
Movo suas mãos em um círculo lento para cima dos seus seios.
— Sinta o quão perfeitos são seus seios.— Seguro suas mãos de forma que elas se encaixem em seus peitos e suavemente puxo seus mamilos com meus polegares repetidas vezes.  
Ela geme entre os lábios e arqueia as costas, assim seus seios enchem as palmas das suas mãos. Continuo apertando seus mamilos entre meus dedos, puxando suavemente de forma que eles se prolongam, endurecem, ficam simplesmente convidativos para que em breve eu sugue-os com voracidade. Ela assiste com fascinação temerária se contorcendo na minha frente. Gemendo, fecha os olhos, talvez não mais querendo ver aquela mulher libidinosa no espelho que se requebra debaixo de suas próprias mãos. Sente sua pele à medida do que eu faria, experimentando como despertador é meu toque, bem como meu tranquilo e suave comando. Sinto que ela está enlouquecida tanto quanto eu de tesão e enquanto se contorce não percebe que vai massageando meu pau que já está louco para possuí-la.
— Está tudo bem, Baby! — Murmuro. —Bem demais sua gostosa, sinta meu domínio!
Guio suas mãos para baixo, ao lado do seu corpo, passando da cintura para seus quadris e através de seus pelos macios. Deslizo minha perna entre a sua, empurrando seus pés para que se separem, alargando sua posição e deslizo sua mão para sua bocetinha apertada, macia... Uma mão de cada vez, instalando um ritmo. É tão erótico. Ela vai permitindo que eu guie seus movimentos e fico ali, apreciando minha beldade se masturbando para mim. Bem devagar, depois mais rápido, alternando movimentos. Eu guio seu prazer, ela obedece sem reclamar. Eu enlouqueço só de olhar.
— Olhe como você arde, Anastasia. — Sussurro enquanto dou beijos e mordidas suaves junto ao seu ombro. Ela geme. De repente a solto.
— Continue...— Ordeno e fico  assistindo ao espetáculo particular que ela me oferece.
De repente ela para de se acariciar e me encara com olhos de súplica. Parece me querer fazendo isso. Puxo rapidamente minha camisa acima da cabeça e depressa me livro da minha calça jeans.
— Você prefere que eu faça isto? — Meu olhar abrasa o dela no espelho.
— Oh sim… por favor.— Ela implora, do jeitinho que eu gosto. —Claro que ela quer,sua foda, seu pau duro são muito melhores, Grey
Abraço-a novamente por detrás e pego suas mãos mais uma vez, continuando a guia-la numa carícia sensual através de sua xoxotinha úmida, sedenta, até acima do seu clitóris. Os pelos de meu tórax raspam contra ela, e meu pau duro se esfrega em suas costas. Sinto que ela vai gozar e começo a ficar doido para ver seu prazer. Mordo sua nuca e ela fecha os olhos, apreciando o número infinito de sensações, começa a ficar molinha, daquele jeito que já sei o que significa. Seus dedos estão subindo e descendo freneticamente, numa massagem louca em seu clitóris, está ávida por um gozo frenético. Minha mão só segura a sua enquanto sinto os movimentos cadenciados de seus dedos e minha mão vai ficando molhada com seu excesso de excitação e com a atual situação em que se encontra. —Hum... prontinha pra ser devorada Srta Steele, vai ser uma foda fenomenal, no ponto! Com direito a cereja do bolo e tudo.
Paro abruptamente e a giro ao meu redor, circulando seus pulsos com uma mão, encarcerando suas mãos para trás. Puxo seu rabo-de-cavalo com a outra mão. Ela ruboriza contra mim e a beijo de modo selvagem, saqueando sua boca gostosa, toda molhadinha. Mantenho-a fixa no lugar. Minha respiração está desigual, comparada a dela.
— Quando começou sua menstruação, Anastasia? — Pergunto.
— Erre... Ontem...— Ela murmura em seu estado altamente excitado.
— Bom.— A solto e a viro ao redor. — Segure na pia! — Ordeno e puxo seus quadris para trás novamente mantendo-a curvada para baixo de forma que possa alcançar seu tampão entre suas pernas. Puxo o fio azul com um suave puxão, ele sai rapidamente e o lanço no banheiro. —Merda! Mas pelo menos ela está com as regras acertadas! E então meto meu pau duríssimo para dentro dela. —Ah!
Pele contra pele… movendo lentamente a princípio… facilmente, testando, empurrando. —Oh meu Deus.  Ela agarra a pia, arquejando, forçando de volta a mim, sentindo-me dentro dela enquanto eu me agarro em seus quadris nesta louca cavalgada. Fixo um ritmo alucinante – dentro, fora, dentro, fora. Movo rapidamente minha mão para frente e acho seu clitóris intumescido e o massageio. Posso sentir ela mesma acelerando os movimentos.
— Está bem, Baby! — Digo com voz rouca enquanto entro fortemente nela, angulando meus quadris, e é suficiente para que ela alce um voo alto, acima da nuvens, explodindo em gozo ruidoso, segurando fortemente na pia.  Enquanto voa em seu orgasmo, aperta e relaxa mais uma vez. Sigo firme em busca do meu gozo, apertando-a firmemente. Minha barriga em suas costas, enfio meu pau com força e com ritmo, sem dó, até explodir num turbilhão de sensações. Enquanto gozo chamo seu nome é como uma ladainha ou uma oração.
Oh, Ana! — Minha respiração é desigual em sua orelha, em sinergia perfeita com a dela. — Oh, Baby! Eu nunca conseguirei ter o suficiente de você? — Sussurro. Sempre será assim? Tão opressivo, tão devorador, tão desnorteado e enlouquecedor?
Afundamos devagar para o chão e embrulho-a em meus braços, encarcerando-a em meu mundo. Ela permanece enrolada em meu colo, sua cabeça contra meu tórax, enquanto nós dois nos acalmamos. Ambos quietos, perdidos em nossos pensamentos. Eu aproveito para continuar sorvendo seu cheiro de fêmea pós foda. Um aroma sensacional.
— Eu estou sangrando... — ela murmura.
— Não me incomodo. — Respiro. —O sangue é só um complemento neste pedaço de delícias, que é só meu.
— Eu notei. — Ela responde com suavidade.
Neste momento fico tenso e preocupado se ela tem alguma restrição em foder com sangue. Algumas mulheres não gostam, será que cometi uma grande gafe? Preocupado, pergunto suavemente:
— Aborrece você?
Ela se debruça sobre mim e me encara com seus lindos olhos de céu.
— Não, absolutamente.
Sorrio de volta, orgulhoso da minha linda mulher que já demonstra estar sem amarras e sem preconceitos idiotas.
— Bom. Vamos tomar um banho. — Digo sem cerimônia.
Então a libero dos meus braços e a coloco no chão enquanto levanto. Ela fica me observando caminhar com o tórax nu em sua frente e, do nada, solta a fatídica pergunta:
— O que é isto? — Meus olhos se alargam em meu rosto em sinal de alarme e ela continua. — Suas cicatrizes, elas não são de catapora.
Em um segundo meu mundo se fecha mudando minha posição de relaxado, tranquilo e à vontade, para defensivo, inconformado até... Franzo o rosto para ela, que se torna escurecido, e minha boca se aperta em uma linha fina e dura. Detesto estas tristes lembranças que de repente invadem minha mente e assolam meu coração.
  — Não, elas não são. — Digo secamente sem dar informações adicionais e torcendo para que ela encerre o assunto de uma vez. Permaneço em pé, oferecendo minha mão para ela e a ajudo a levantar. Ela me encara com olhos estranhos, de uma forma que me incomodam.
— Não olhe para mim assim. — Falo com voz fria e repreensiva enquanto solto sua mão e vejo seu rosto ruborizado.
— Ela fez isto? — Ela sussurra e eu paro incrédulo, não digo nada, então a forço a olhar para mim.  
— Ela? Sra. Robinson? Ela não é um animal, Anastasia. Claro que ela não fez. Eu não entendo por que você sente que tem que a demonizar.
Continuamos de pé, ambos nus, seu sangue em mim e tendo uma discussão inconveniente, num momento que estava estupidamente delicioso. Anastasia me deixou irritado com esta mania de colocar Elena em tudo, como se fosse um demônio.  Entre nós a tensão se instala e somente o barulho da banheira enchendo quebra o silêncio ameaçador. Então, ela respira fundo, passa por mim e entra na água morna. Ela afunda na espuma e olha fixamente para mim, entre as bolhas, enquanto diz:
— Eu só me pergunto como você seria se não tivesse a conhecido. Se ela não te apresentasse para seu… Bem... este seu, estilo de vida.
Suspiro e entro no lado oposto da banheira, minha mandíbula apertada com tensão, meus olhos gelados, pensando numa maneira de encerrar esta discussão. Desço fundo na água morna e reconfortante, procurando uma forma de dizer o que penso sem magoar a teimosa Anastasia. Ela já começa a dar nos meus nervos com a mania de querer saber tudo sobre Elena. Tomo cuidado para não tocá-la neste momento de total irritação. Meus dedos coçam com a vontade de dar-lhe uma boa surra corretiva.
A água me abraça e acalanta, respiro fundo acalmando meus batimentos cardíacos. Olho fixamente para ela e sei que terei de dar algumas explicações se quiser acalmar um pouco a curiosidade de Anastasia e retomar um pouco de paz enquanto estamos juntos. 
Olho impassível para ela, meu rosto ilegível, não dizendo nada, disfarçando minha temeridade em tocar neste assunto tão doloroso.
Novamente os extensos silêncios entre nós, mas ela mantém sua intenção como se dissesse: —É sua vez Grey –  Sinto que ela não vai desistir desta vez.  Estou nervoso. Muitos flashes do passado resolvem piscar em minha mente de uma só vez e isso me deixa zonzo. Tão zonzo quanto dois lindos faróis azuis piscantes e intimidadores que me encaram, com respingos de espuma de banho em todo o rosto e cabelo.
Olhamos-nos fixamente um para o outro, como numa competição para ver quem desiste primeiro. Ela é forte, é guerreira e seu jeito de me encarar apavora, mas excita minha curiosidade para ver até a que ponto chegaremos com este seu capricho. —Vamos lá Grey, não desista de ser o macho dominante da situação... Afinal quem tem capricho é mulher, você tem é autoridade.
Depois do que pareceu como um milênio, começo a operar em modo coragem total. Ela precisa de uma resposta, ela precisa confiar em mim. Agito minha cabeça e sorrio, acenando bandeira branca para uma Anastasia na empáfia de sua vitória no primeiro round. Vamos lá...
— Anastasia... Eu provavelmente teria ido pelo caminho de minha mãe de nascimento, se não tivesse sido pela Sra. Robinson.
Ela pisca para mim. Incrédula pela revelação e afoita por mais respostas.
— Elena me amou de um modo que eu achei… aceitável. — Digo com um encolher de ombros e em busca de palavras mais adequadas.
— Aceitável? — Ela sussurra.
— Sim. — Olho atentamente para ela e continuo. — Elena me distraiu do caminho destrutivo que eu estava seguindo. É muito duro crescer em uma família perfeita quando você não é perfeito.
Digo isso com o coração apertado ao lembrar-me das bobagens que fazia e do trabalho extra que dei para meus pais adotivos. Foram dias de extrema preocupação para aqueles que me ofereceram tanta compaixão. Elena surgiu num momento crítico e posso dizer que foi minha fada madrinha, ou anjo... Um anjo meio torto, diferente, mas me livrou de muitas armadilhas que a vida oferecia. Olho para Anastasia que em silêncio me contempla e parece ainda digerir estas palavras. — Sim ,mulher delícia, tenho muitos segredos a serem revelados... ou não. Talvez nem devesse...
Em meu devaneio solitário e introspectivo ela sussurra.
— Ela ainda ama você?
Franzo a testa denunciando que fui pego de surpresa. —Surpresa, Grey? Admita, você nem tinha pensado sobre isso!
— Eu acho que não... Bem, acho que não assim. Eu continuo dizendo a você que foi há muito tempo atrás. Está no passado. Eu não posso mudar isto ainda que quisesse, o que eu também não quero. Ela me salvou de mim mesmo. — Estou irritado e corro uma mão molhada por meu cabelo. — Eu nunca discuti isto com ninguém. — Pauso — Exceto Dr. Flynn, claro. E a única razão de estar conversando sobre isto agora, com você, é porque eu quero que você confie em mim.
— Eu confio em você, mas quero te conhecer melhor. E sempre que tento conversar, você me distrai. Existe tanto que eu quero saber.
— Oh, pelo amor de Deus, Anastasia. O que você quer saber? O que eu tenho que fazer? — Meus olhos queimaram e não levantei minha voz. Pela primeira vez minha quase sub expressa um desejo tão claro quanto ao meu comportamento e eu, como Dom que sou, tenho que atender.  —Tem certeza desta submissão de Anastasia, Grey? Chocalho a cabeça para afastar esta maldita voz dos infernos que teima em me desafiar.
Ela olha depressa para baixo, para as mãos, em baixo da água quando as bolhas começaram a dispersar.
— Eu estou só tentando entender, você é tão enigmático. Diferente de qualquer pessoa que encontrei antes. Estou contente de você estar dizendo a mim o que quero saber.
De repente ela não pode aguentar a distância entre nós. Move-se pela água até se achegar a mim, assim estamos nos tocando, pele com pele.
— Por favor, não fique bravo comigo.— Ela sussurra.
— Eu não estou bravo com você, Anastasia. Só não estou acostumado a este tipo de conversa, esta sondagem. Eu só tenho isto com Dr. Flynn e com... Prendo a respiração, já ia cometer sincericídio novamente.
— Com ela. Sra. Robinson. Você conversa com ela? — Ela inicia, tentando dar continuidade à conversa.
— Sim, eu falo com ela.
— Como é?
Mudo-me dentro da banheira para lhe enfrentar numa posição mais estratégica, derrubando a água aos lados sobre o chão. Coloco meu braço ao redor dos seus ombros, descansando na borda da banheira.
— Persistente você não?— Murmuro sem disfarçar minha irritação. — Conversamos sobre a vida, os negócios, o universo. Anastasia faz tempo que a Sra. Robinson e eu nos conhecemos. Falamos sobre tudo.
— De mim?— Ela sussurra.
— Sim. — Meus olhos cinza observam-na cuidadosamente. Ela morde o lábio inferior, tentando restringir a pressa súbita de raiva que vem à superfície, fica nítida em seu olhar.
— Por que você conversa com ela sobre mim?
— Eu nunca encontrei ninguém como você, Anastasia.
— O que isso quer dizer? Que nunca conheceu alguém que assinou o contrato sem questionar primeiro?
Agito minha cabeça, pois ela acertou em cheio.
— Eu preciso de conselho.
— E você toma conselho da Sra. Pedófila? — Ela estala nervosa, com raiva latente.
— Anastasia... chega, já é suficiente — Estalo de volta severamente, meus olhos se estreitando tentando alcançar o controle da situação. — Ou eu porei você nos meus joelhos. Eu não tenho nenhum interesse sexual ou romântico de qualquer jeito. Ela é uma amiga querida, estimada e uma companheira de negócios. Isto é tudo. Nós temos um passado, uma história compartilhada, que era monumentalmente benéfica para mim, entretanto isso fodeu seu casamento... Mas este lado da nossa relação está terminado.
 Ela arregala os olhos com esta nova informação. —Que noite de intensas novidades...
— E seus pais nunca descobriram?
— Não... — rosno. — Eu já disse isso a você.
Ela abaixa a cabeça pensativa.
— Você acabou? — Pergunto após alguns minutos de extremo silêncio.
— Por agora, sim.
Respiro fundo e visivelmente relaxo na sua frente, parecendo que um enorme peso foi tirado dos meus ombros.
— Certo... minha vez agora. — Digo e a encaro com olhar gélido, especulativo. — Você não respondeu meu e-mail.
Ela ruboriza e agita a cabeça visivelmente nervosa.
— Eu iria responder. Mas agora você está aqui...
— Você preferia que eu não estivesse? — Respiro e me preparo para a resposta, já que sua boca inteligente hoje está mais afiada que o normal.
— Não, eu estou contente. — Ela murmura.
— Muito bom. — Dou para ela um sorriso genuíno de alívio. — Também estou muito contente por estar aqui... apesar de seu interrogatório. Embora aceite que me fuzile de perguntas, você pensa que pode reivindicar algum tipo de imunidade diplomática só porque eu voei todo esse caminho para te ver? Eu não estou aceitando isto, Senhorita Steele. Eu quero saber como você se sente.
— Eu disse a você. Estou contente que você esteja aqui. Obrigada por vir! — Ela diz com um sorrisinho tímido.
— O prazer é todo meu, Senhorita Steele.— Meus olhos certamente brilham quando me debruço e a beijo suavemente. Começo a sentir aquela energia boa que vigora entre nós. A água está ainda morna, o banheiro quieto e vaporoso. Antes, porém me contenho e olhando para ela digo calmamente.
— Não. Eu quero primeiro algumas respostas antes de nós fazermos mais.
Ela suspira, resignada.
— O que você quer saber?
— Bem, como você se sente sobre nosso acordo, para começar.
Ela pisca para mim. Eu espero a hora de ouvir a verdade.
— Eu penso que não posso fazer isto por um longo período de tempo. Ou seja, um fim de semana inteiro sendo alguém que eu não sou. — Ela ruboriza e olha fixamente para as próprias mãos.
Levanto seu queixo, e sorrindo para ela, divertido, complemento.
— Não, eu também penso que você não poderia fingir o que não é.
— Você está rindo de mim, Sr Grey?
— Sim, mas por um bom motivo.— Digo com um pequeno sorriso.
Debruço-me novamente e a beijo suavemente, brevemente.
— Você não é uma submissa autêntica. — Sorrio enquanto seguro seu queixo, meus olhos dançam com humor.
Ela olha fixamente para mim chocada, então desata a rir. Me junto a ela e caímos numa deliciosa gargalhada.
— Talvez eu não tenha um bom professor.
Eu bufo, percebendo que ela está me desafiando.
— Talvez. Talvez devesse ser mais rígido com você. — Viro minha cabeça para um lado e dou um sorriso astuto, imaginando grandes cenas para nós.
Continuo olhando fixamente para ela, medindo sua reação.
— Foi tão ruim quando eu espanquei você a primeira vez?
Ela me encara piscando e demora longos segundos para responder.
— Não, para falar a verdade não... .
— Foi mais a ideia disto? Ou o medo? — Inicio.
— Bem, é que eu não entendo algumas coisas.  Sentir prazer, quando supostamente não se é para ter. Estranho...
— Sim, é um pouco confuso no começo. Eu me lembro de sentir o mesmo. Leva um tempo para conseguir que sua cabeça trabalhe em torno disso.
Ela continua a me encarar com interesse.
— Você pode sempre usar uma palavra de segurança, Anastasia. Não esqueça isto. E, desde que você siga as regras, o que preenche uma profunda necessidade em mim pelo controle, você se manterá segura. Ou, então, talvez nós possamos achar outro modo.
— Por que você precisa me controlar?
— Porque isso satisfaz uma necessidade em mim que eu não encontrava em meus anos de formação.
— Então isso é uma forma de terapia?
— Eu nunca pensei sobre isso desse modo, mas sim, eu suponho que seja.
— Mas, bem é que tem uma coisa... Num momento você diz não me desafie, no próximo você diz que gosta de ser desafiado. Isto é uma linha muito tênue para andar com sucesso.
Olho para ela por um momento, então franzo o cenho. Realmente tenho agido assim, isto com certeza confundiu sua cabecinha recém apresentada a este universo.
— Posso perceber isto. Mas você parece estar se dando bem até agora, gostando em até certo ponto...
— Mas a que custo pessoal? Você me deixou de braços e pernas atadas.
— Eu gosto disso, atar pernas e braços. — Adora né, Grey? Controle o Lobo Mau que está aí dentro rapaz!
— Não é isso que eu quis dizer! — Ela esguicha água em exasperação, mas divertida.
Olho para ela, arqueando uma sobrancelha.
— Você acabou de espirrar água em mim?
— Sim...
— Oh, Srta. Steele. — Agarro-a e puxo-a sobre meu colo, espirrando água por toda parte do chão. — Penso que conversamos o suficiente por hoje.
Seguro sua cabeça entre as mãos com força e a beijo profundamente explorando sua boca deliciosa, sentindo total controle da situação, do jeito que mais gosto. A ânsia é tão louca que ela agarra meus cabelos. Percebo que sente a mesma voracidade em seus lábios, e isto corresponde à altura meu beijo contumaz. De repente, gemendo, ela monta sobre meu pau duro e a loucura se instala de vez. Eu a puxo de volta e olho para ela com os olhos ardendo e luxurioso, feito vampiro doido para sugar sua presa até a última gota de tesão. Ela solta as mãos para agarrar a extremidade da banheira, mas eu agarro ambos seus pulsos e puxo suas mãos para trás das suas costas deliciosas, prendendo-as com uma única mão. Estou cego, ardendo de desejo, sentindo sua xoxotinha gostosa roçando sobre mim. —Operando em modo obstinação total, não Grey?
— Eu vou te foder, agora!— Sussurro com o último tom de voz que me resta e a ergo de forma que ela paira acima de mim. E neste malabarismo todo ainda indago: — Pronta?
— Sim! — Ela sussurra. Eu a solto sobre mim. Lentamente, perfeitamente lento… enchendo sua bocetinha quente com meu pau duro, louco para foder. Vou assistindo-a enquanto a tomo.  Ela geme, fechando os olhos e delira na sensação, o estirar do preenchimento. Dobro meus quadris e ela ofega, debruçando adiante, descansando sua fronte contra a minha, sentindo o prazer que só eu sou capaz de lhe dar. —Só eu minha doce e gostosa Anastasia Steele, só eu...
— Por favor, deixe minhas mãos soltas. — Ela interrompe meus pensamentos.
— Não me toque... — Pleiteio e solto seus pulsos, agarrando seus quadris imediatamente e continuando minhas estocadas lentas, profundas...
Apertando a borda da banheira, ela levanta e então abaixa lentamente, abrindo seus olhos para me olhar. Eu fico contemplando esta cena, completamente envaidecido, minha boca ligeiramente aberta, minha respiração detida, formal – minha língua entre meus dentes controlando um gozo quente que está prestes a surgir. Estamos molhados, escorregadios e movendo um contra o outro. Ela se debruça para baixo e a beijo. Fecho os olhos para receber este carinho inesperado, tão sublime e tão gostoso. Ela corre os dedos por meu cabelo, sem desgrudar os lábios dos meus. Isto eu permito. É novo, inusitado e eu realmente gosto disto. Ela gosta disto. E nós nos movemos junto. Ela puxa meu cabelo, inclinando sua cabeça e afundando o beijo, montando-me mais e mais – mais rápido, aumentando o ritmo, gemendo contra minha boca. Ergo-me propositalmente mais rápido, mais rápido, segurando seus quadris. Beijando-a de volta. Nós somos bocas e línguas molhadas, cabelo emaranhado e quadris se movendo. Toda sensação… tudo consumindo novamente.
Potranca e lobo, animais de porte e garbo diferentes, mas ensaiando um bailado louco, numa sintonia inexplicável, num prazer só nosso, num entrosamento sem definição. Só sentimento, só sensação. Ela está quase lá, começo a reconhecer esse delicioso aperto que quase estrangula meu pau, acelerando, deliciosamente acelerando... E a água está rodando ao nosso redor, nosso próprio redemoinho de água, um vórtice ativo quando nossos movimentos se tornam mais frenéticos. Espalhando água em todos os lugares, espelhando o que está acontecendo dentro de nós. É puro, tem brilho, tem química, tem... —Vamos Grey, admita...TEM O QUÊ? Qual palavra te devora e não sai desta maldita garganta?
Ela pira, não aguenta mais, está sem controle.
— Isso mesmo, Baby! Goze para mim! — Respiro.
E ela goza, seu orgasmo se rasga por mim, turbulento, apaixonado, um apogeu que me devora inteiro. Eu não seguro mais meu próprio prazer e me esmago nela. Meus braços embrulhados ao redor das suas costas, gozo loucamente, em espasmos incontroláveis.
— Ana, Baby! — Grito numa selvagem invocação, ativando e tocando as profundezas de minha alma.
Nós deitamos olhando fixamente um para o outro, olhos cinzas em azuis, cara a cara, na cama super king-size, ambos segurando os travesseiros em nossas frentes. Nus. Sem nos  tocar. Só olhando e admirando, cobertos por um lençol. Um momento sublime, uma pintura íntima sem precedentes. —Sua fortuna pelo controle do tempo, não Grey?
— Você quer dormir? — Pergunto com voz suave preocupado com o adiantado da hora.
— Não. Eu não estou cansada. — Sinto-me estranhamente energizada. Tem sido tão bom conversar – eu não quero parar.
— O que você quer fazer?— Pergunto já com medo da resposta que poderá vir.
— Conversar.
Sorrio antevendo o que poderá vir nesta conversa.
— Sobre que?
— Coisas.
— Que coisas?
—Você.
— O que tenho eu?
— Qual seu filme favorito?
Sorrio com a pergunta inusitada.
— Hoje é ‘O Piano. ’
— Claro. Bobagem minha. Tão triste, excitante nota, que sem nenhuma dúvida você pode tocar! Tantas realizações, Sr. Grey.
— E a maior é você, Srta Steele.
— Então eu sou número dezessete.
Franzo a testa para ela, não compreendendo o porquê deste número.
— Dezessete?
— Número de mulheres que você teve… Bem, que você fez sexo.
Meus lábios se curvam, meus olhos brilham com incredulidade.
— Não exatamente.
— Você disse quinze... — Sua confusão é óbvia.
— Eu estava me referindo ao número de mulheres em meu quarto de jogos. Pensei que era isso que você quis dizer. Você não perguntou a mim com quantas mulheres eu fiz sexo.
— Oh... Baunilha? — Ela questiona desajeitada.
— Não. Você é minha conquista baunilha. — Agito a cabeça, ainda rindo para ela.
Para minha surpresa, ela está descontraída, rindo de volta para mim.
—Não posso dar a você um número. Não coloquei anotações na minha cama ou qualquer coisa do tipo.         
— De quantas estamos falando... Dezenas, milhares de centenas? — Seus olhos crescem mais selvagens quando os números ficam maiores e brilham ainda mais.
— Dezenas. Nós estamos nas dezenas, pelo amor de Deus!
— Todas submissas?
— Sim. —Respondo rindo com a demonstração de sua insegurança e ingenuidade.
— Pare de rir de mim. — Ela me repreende levemente, tentando e falhando em manter um rosto sério.
— Eu não posso. Você é engraçada.
— Engraçada no sentido bobona ou graciosa?
— Um pouco de ambos eu acho. — Minhas palavras espelham as dela.
— Isto é um maldito descaramento, vindo de você.
Debruço-me e beijo a ponta do seu nariz.
— Isto chocará você, Anastasia. Pronta?
Ela movimenta a cabeça, alargando os olhos, mantendo o lindo sorriso em seu rosto.
— Todas eram submissas em treinamento, quando eu estava treinando. Existem lugares ao redor de Seattle que se pode ir e praticar. Aprender a fazer o que eu faço.
 — Oh. — Ela pisca processando a informação.
— Sim, eu paguei por sexo, Anastasia.
— Isto não é algo para orgulhar-se! — ela murmura altivamente. — E você está certo… estou profundamente chocada!
— Isso chocou você?
— Sim.
— Você não vestiu sua calcinha para encontrar meus pais.
— Isso chocou você?
— Sim.
— Parece que eu só posso chocá-lo no departamento de roupa íntima
— Você disse a mim que era virgem. Isto foi o maior choque que já tive.
— Sim, seu rosto era um retrato, um momento Kodak.— Ela dá uma risadinha.
— Você me deixou usar o chicote em você.
— Isso chocou você?
— Sim.
Ela sorri satisfeita.
— Bem, eu posso deixar você fazer isto novamente.
— Oh, eu espero, Srta Steele. Neste fim de semana?
— Ok! — Ela concorda, languidamente.
— Ok?
— Sim. Eu irei para o Quarto Vermelho da Dor novamente.
— Você dirá meu nome?
— Isso choca você?
— O fato de eu gostar disso me choca.
— Christian.
Sorrio ao ouvir como meu nome tem outra variante linguística em sua boca carnuda. Nossa!  Sinto-me operando em modo terceiro anista de curso excêntrico de gramática aplicada. — De onde saiu esta agora, Grey? O sexo está afetando seus miolos?
— Eu quero fazer algo amanhã. — Meus olhos brilham com excitação.
— O que?
— Uma surpresa. Para você. — Minha voz é baixa e suave.
Ela levanta uma sobrancelha e abafa um bocejo ao mesmo tempo.
— Eu chateio você, Srta Steele?
— Nunca.
Debruço-me e beijo suavemente seus lábios.
— Durma! — Comando e desligo a luz para que ela descanse. Nosso dia será intenso amanhã.

O silêncio recai no quarto e um pequeno raio de luar vem brincar em seu rosto adormecido. Neste momento, diante da beleza que brilha para mim, somente uma certeza me acomete. A certeza de que neste momento, sou imensamente feliz.

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