6 de mai. de 2015

Capítulo 25: "Amor é ferida que dói e não se sente"




—Você me deve. Vim buscar o que meu: você Grey!
Sento na cama suado e morrendo de sede. Demoro um pouco para perceber que estou no quarto de jogos. Aos poucos a lembrança da noite anterior começa a ventilar em minha memória.
Anastasia dorme tranquilamente, um sono pesado, que recompõe suas energias. Cheiro seus cabelos para me acalmar das imagens que povoaram meu sono e da voz que veio me cobrar: Leila! Eu realmente devo para ela. Algo que ela cobrou por tantos anos e eu não consegui dar, como bem diz Elena “o mundo de flores e corações”.
Olho para a decoração do quarto de jogos e tudo o que nele contém: objetos de dor e prazer e memórias, muitas memórias... Memórias de prazer e muita dor... Dor causada no coração de algumas mulheres que por aqui passaram.
Mulheres... Tão fácil tê-las a meus pés e tão difícil decifrá-las, compreendê-las e torná-las felizes. Sou mesmo lobo faminto em busca de carne e quando sacio minha fome, rapidamente busco um novo alimento, pois é isso que elas são, meu alimento, minha energia.
Menos uma... A que repousa lindamente deitada nesta cama. Esta alimenta minha alma muito além do meu corpo. Olho ao redor e sinto no fundo das minhas entranhas que ela é uma peça solta em toda esta história, que ela não pertence a este ambiente, que não seria capaz de ser o homem que ela merece ter. Somos o casal Luz e Escuridão, tempestade e brisa suave, anjo e demônio. —Sim Grey, corpos que se entrelaçam e almas que não se alcançam...
Ainda nu, pego minha linda Anastasia no colo e a levo para dormir em meu quarto. Ela sequer percebeu a mudança de ambiente. Repousa tranquilamente trazendo-me paz e companhia, quebrando minha solidão. Olho para o relógio que está na cabeceira da cama, são três horas da manhã e o sono não vem. Visto minha calça de pijama, fecho a porta do quarto com cuidado para não acordá-la e vou para a sala.
As luzes de Seattle iluminam minha masmorra de vidro. Olho através das grandes vidraças e noto que a cidade dorme, algum carro aqui, outro ali passa em alta velocidade aproveitando as ruas desertas. Notívagos como eu. Perturbados em busca de algum consolo. Sirvo-me de um copo de água gelada, sento ao piano e piloto as teclas, faço como os desgraçados que teimam em adentrar a noite com seus carros em busca de aventuras e consolos.
Toco Bach, Vivaldi, Sibelius, Brahms e a música invade a aspereza de meu coração, a velocidade de meus pensamentos incontrolados. Só há um bálsamo que me acalma mais que a música... O bálsamo que caminha lindamente envolta numa centelha de luz, que invade a janela e que a recobre de uma aura magnífica. Vestida com o roupão, minha mulher caminha lentamente em minha direção.
Você deveria estar dormindo. Repreendo suavemente.
E você também, são cinco horas da manhã. Ela replica, não tão suavemente.
Olho para ela, meus lábios se contorcendo com um vestígio de sorriso.
Você está me repreendendo, Senhoria Steele?
Sim, Senhor Grey, eu estou.
Bem, eu não consigo dormir. Franzo o cenho tentando disfarçar minha raiva.
Ela senta ao meu lado no banco do piano, colocando sua cabeça em meu ombro nu para assistir meus dedos acariciarem as teclas. Faço uma pausa fracionada e então continuo até o final da peça.
O que foi isso? Ela pergunta baixinho.
Chopin. Opus 28, número 4. Em E menor, se você está interessada. Murmuro.
Estou sempre interessada no que você faz.
Viro-me e pressiono suavemente meus lábios contra seu cabelo, me deliciando com seu cheiro e sua voz reconfortante.
Eu não quis acordar você.
Você não acordou. Toca outra.
Outra?
A peça de Bach que você tocou na primeira noite que eu fiquei.
Oh, o Marcello. 
Começo a tocar vagarosamente  e ela se inclina contra em meu ombro, repousando sua cabeça. As notas tristes e emotivas fazem um redemoinho lento e melancólico ao nosso redor, ecoando pelas paredes. É uma peça assombrosamente bela, mais triste ainda que a de Chopin e nos perdemos na beleza do lamento. De certa forma, ela reflete como eu me sinto. Logo a peça acaba.
Porque você só toca música tão triste? —Ela pergunta.
Senta ereta e me olha enquanto encolho os ombros em resposta para sua pergunta, não sei o que responder.
Então você só tinha seis anos quando começou a tocar? Ela pergunta.
Concordo e completo:
Eu me atirei para aprender piano para agradar a minha nova mãe.
Para caber em uma família perfeita?
Sim, por assim dizer... Digo evasivamente. Porque você está acordada? Você não precisa se recuperar dos esforços de ontem?
São oito da manhã para mim. E eu preciso tomar minha pílula.
Levanto as sobrancelhas em surpresa.
Bem lembrado! Murmuro, surpreso e impressionado. Meus lábios capricham num meio sorriso. Só você começaria um tratamento específico de anticoncepcionais em um fuso horário diferente. Talvez você devesse esperar meia hora e então outra meia hora amanhã de manhã. Assim você poderá acertar um horário melhor para tomá-las.
Bom plano. Então o que nós devemos fazer por meia hora? Pisca inocentemente para mim.
Eu posso pensar em algumas coisas. Sorrio satisfeito com sua iniciativa.
Por outro lado, nós poderíamos conversar... Sugere calmamente me provocando.
Franzo a testa.
Eu prefiro o que tenho em mente. E a puxo para meu colo.
Você sempre prefere fazer sexo a conversar. Ri, já se equilibrando segurando em meus braços.
Verdade. Especialmente com você. Cheiro seu cabelo e começo uma trilha contínua de beijos da sua orelha até a garganta. Talvez no meu piano. Sussurro. —Grande ideia, Grey!
Eu quero esclarecer uma coisa. Ela sussurra...
Pauso momentaneamente com curiosidade antes de continuar meu ataque sensual.
Sempre tão ansiosa por informação, Srta Steele. O que precisa ser esclarecido? Respiro contra sua pele na base do seu pescoço, continuando meus suaves beijos gentis.
Nós. Ela sussurra enquanto fecha os olhos.
Humm. O que sobre nós? Pauso minha trilha de beijos ao longo do seu ombro.
O contrato.
Levanto a cabeça para olhar para ela, surpreso com a resposta. Acaricio os dedos na sua bochecha.
Bem, eu acho que o contrato ficou obsoleto, você não acha? Minha voz esta baixa, meus olhos suaves.
Obsoleto? — Ela indaga.
Obsoleto. Sorrio enquanto ela me olha de boca aberta, intrigada.
Mas você estava tão interessado no contrato.
Bem, isso foi antes. De qualquer forma, as regras ainda seguem de pé. Minha expressão endurece um pouco.
Antes? Antes do que?
Antes... — Pauso com cautela. Antes que houvesse “mais.” Encolho os ombros.
Oh.
Além do mais, nós estivemos na sala de jogos duas vezes e você não fugiu gritando espantada...
Você espera que eu faça isso?
Nada do que você faz é esperado, Anastasia... — Digo com sinceridade.
Então, deixe-me ser clara. Você só quer que eu siga as regras do contrato todo o tempo, mas ignora o resto estipulado?
Exceto na sala de jogos. Eu quero que você siga o espírito do contrato na sala de jogos e, sim, eu quero que você siga as regras, todo o tempo. Então eu sei que você estará segura e eu serei capaz de ter você a qualquer momento que queira.
E se eu quebro uma das regras?
Então eu vou puni-la.
Mas você não vai precisar da minha permissão?
Sim, irei.
E se eu digo não?
Olho-a por um momento, confuso com a pergunta que me pega de surpresa.
Se você disser não, você vai dizer não. Eu terei que encontrar uma maneira de persuadi-la.
Ela se afasta de mim e fica em pé. Sua atitude me intriga e fico cauteloso, pronto para a defensiva.
Então, o aspecto da punição permanece.
Sim, mas só se você quebrar as regras.
Eu vou precisar relê-las... Ela diz.
Eu vou buscá-las pra você. Digo em tom profissional.
Vou até o meu escritório rapidamente e pego o contrato na gaveta. Quando retorno a vejo na cozinha fervendo água numa chaleira. Depois, sento num dos bancos e a observo retirar a pílula da bolsa e engolir com um gole de água.  Ela se volta para mim e empurro o contrato em sua direção.
Aqui está.
Ela começa a ler o contrato corrigido após nosso acerto.

Capítulo 24: Preocupações



Chegamos em casa e encontro uma Gail bastante preocupada, com o semblante aflito até. Welch, meu responsável pela logística de segurança está em sua companhia.
—Olá Gail.
—Oh Senhor Grey, olá Taylor, que bom que vocês voltaram... —Fala com os olhos lacrimejantes.
Eu me coloco nos pensamentos de Taylor. Deve estar louco para abraçá-la, sei que ambos estão se relacionando, apesar de tanta discrição. Mas mantém sua postura profissional e aguarda meus encaminhamentos.
—Foi terrível para você, Gail. Realmente imagino e peço desculpas por colocá-la nesta situação. Mas agora preciso de todos os detalhes do que aconteceu. Welch... —Estendo a mão para cumprimentá-lo. Ele retribui ao cumprimento e diz:
—Sr Grey, as primeiras medidas já foram tomadas, estamos aguardando sua chegada para vermos como proceder. A situação é preocupante.
—Eu sei, Welch. Vamos terminar a conversa no escritório. Venha Taylor. Fique bem Gail, já, já conversaremos mais.
—Vou preparar algo para vocês se alimentarem. —Ela responde secando as lágrimas.
—Sim, faça algo para os três. Todos estão famintos.
Taylor nos acompanha e não olho para ver se trocou algum olhar com sua mulher. Um pouco de privacidade cairia bem aos dois neste momento, mas a situação requer pressa. Sento-me à mesa do meu escritório, afrouxo a gola da camisa e viro a manga. Estou cansado, faminto e com este problema enorme para resolver.
—Vamos lá, vocês são os homens que cuidam da minha segurança. Quero esta situação resolvida rapidamente. —Ordeno.
—Welch, passe-nos os detalhes do que aconteceu, você foi o único que conversou com a Sra. Jones pessoalmente sobre este incidente. —Inquire Taylor.
 —Já verifiquei tudo, Taylor. O que aconteceu foi o seguinte, a Sra. Leila  entrou pela área de serviço, não passou pela entrada principal.
—Ela conhece o prédio e seu funcionamento. — Complemento.
—Sim, Sr. Grey. Em seguida tocou a campainha. Como a Sra. Jones a conhece, imediatamente atendeu à porta.
—Simples assim, Welch? A Sra Jones não achou estranho a Sra Leila chegar aqui e pela área de serviço? —Pergunta Taylor.
—Sim, achou. Ela usou o argumento de que não estava passando bem, que precisava de ajuda senão iria desmaiar e que era uma situação urgente. O bom coração da Sra. Jones atendeu ao pedido.
—E depois? —Diz Taylor.
—Ela começou a gritar pelo Sr. Grey, desvairada com palavras que a Sra. Jones não quis repetir. Mas quando a abordamos usava palavras estranhas como: “ Meu Dom, estou aqui...”, “ Sou sua...”, “Preciso de um spanking...”. —Fico desconfortável e interrompo o relatório.
—Certo, e depois desta loucura toda?
—A Sra. Jones tentou conversar e acalmá-la, mas ela exigia a sua presença imediata Sr. Grey. Quando foi informada que o Sr. estava viajando não teve dúvida, pegou uma faca do bolso e gritando “ele não me quer...não quero mais viver” cortou o pulso.
—Foi um corte profundo, Welch? —Indaga Taylor.
—Só não foi pior porque a Sra. Jones voou sobre ela e impediu o gesto imobilizando sua mão. Isto amenizou o tamanho e profundidade do corte. Em seguida a segurança do prédio chegou, pois viram pelo monitoramento interno a gritaria na porta de serviço para entrar no apartamento. Como ela não se anunciou, imediatamente eles entraram em ação.
—Ufa, com a fortuna paga a estes babacas, nem isto era para ter acontecido. Vamos ver o que podemos fazer a este respeito, Taylor. Apure responsabilidades e faça o possível para demitir quem estava de plantão. —Brado nervosamente.
—Claro Sr. Grey, tomarei todas as medidas cabíveis. —Taylor responde.
—Mas, continue, Welch, continue... —Digo.
­— A Sra. Jones ligou para você, não foi Taylor? —Welch responde e Taylor explica prontamente.
— Sim, ela estava desesperada com a situação e me ligou contando o ocorrido. Imediatamente entrei em contato com você Welch para que providenciasse o socorro e ajudasse a manter o sigilo.
—Exatamente. Cheguei com os paramédicos da empresa que prestaram os primeiros socorros e em seguida a transferimos para o University of Washington Medical Center, já que John Flynn ligou e intermediou a situação. Ele nos indicou este hospital como referência, já que lá existe  ala psiquiátrica se for necessário.
—E como ela está agora? —Indago.
Welch coça o queixo.
— Fisicamente está salva, apesar de estar muito magra, como se estivesse entrando em estado de inanição. Estava imunda, com mal cheiro, a impressão era de falta de banho há muitos dias. Ou que estava morando na rua...
Fico arrepiado de ouvir esta história. O que aconteceu com a Leila linda que me encheu de prazer por um bom tempo da vida? — São seus 50 tons, seu bastardo filho da puta. Você tem o dom de destruir a vida das mulheres.
—O problema está na avaliação psiquiátrica, Sr Grey. —Welch me tira do devaneio. —Ela provavelmente precisará de internação e cuidados especiais. Mas John Flynn passará por lá esta noite e nos dará uma avaliação pessoal.
Neste momento meu Black Berry toca:
—E por falar em John Flynn, olha só. É ele.
Atendo ao telefone e ouço a voz do meu amigo médico soando aflita pela primeira vez.
—Christian onde você está? Já chegou?
—Sim John, Leila está bem? O que te preocupa? — Sua voz está estranha.
—Christian, me preocupa sua segurança. —Ele dispara.
—Como assim John, o que está acontecendo? —Respondo ficando também aflito.
—Leila sumiu!
—O que você está dizendo, John? Céus! —Dou um soco na mesa e me levanto sendo acompanhado instantaneamente por Taylor e Welch que me encaram chocados, sem ainda saber o que ocorre.
—Como isso aconteceu?
—Ela se deu alta Christian. Conversei com um amigo que atende neste hospital e não tenho notícias boas. Leila precisa de cuidados urgentes está desorientada emocionalmente, à beira de um surto, se já não estiver vivenciando um.
—Que porra, que merda de vida, o que eu fiz para esta mulher? Destruí a vida dela?
—Calma, Christian. Meu maior medo são os efeitos que este processo pode causar no seu tratamento. Não se esqueça: Leila é adulta, sempre soube o que fazia, você não tem nada a ver com um distúrbio que é somente dela.
—Não John, a vida é assim, não sou idiota e ambos sabemos que a culpa é minha.
—Christian, me ouça. Não caia nesta armadilha. Estou preocupado com Leila, mas muito mais com você. Por favor, lembre-se de tudo que construímos ao longo de nossas conversas. Aliás, há quanto tempo você não via Leila? Uns três anos?
—Sei lá, há aproximadamente isso mesmo, talvez uns meses a menos.
—Então, como você pode ser responsável pelo que ela fez agora se não a vê há tanto tempo? Precisamos nos encontrar urgente.
—Está bem John, mas neste momento preciso localizá-la, preciso ajudá-la.
—Eu entendo seu lado humanitário, mas não se esqueça de que agora você tem Anastasia, você está construindo uma história com ela e reconstruindo sua vida.
—Eu sei, John, eu sei. Mas será que eu devo investir nisso também? Até que ponto não vou ferir Anastasia da mesma maneira?
—Você continua a não me ouvir, preste atenção: não deixe Leila te destruir, ela está descompensada, está desiquilibrada emocionalmente, você não merece passar por isto depois de tanto empenho em melhorar suas emoções, Christian.
—Está bem, John, vou ver o que faço. Obrigado por ajudar...
—Me ligue assim que tiver novidades. Traçaremos um plano para auxiliá-la.  Vá ao meu consultório amanhã logo cedo. Vou dizer o que conversei com o médico que a atendeu. E não seja autodepreciativo, por favor.
—Sim, obrigado mais uma vez meu amigo. — Desligo o telefone e só então me lembro de Taylor e Welch. Mas como sempre, meus excelentes funcionários se retiraram da sala para não ouvirem a conversa. Saio, abro a porta e anuncio a eles que se juntaram a Gail:
—Leila fugiu do hospital, ninguém sabe para onde ela foi.

Capítulo 23: Planar e perseguir o manhecer



É fim de uma madrugada que quase se foi, mas o sol ainda não raiou. Acordo envolto no corpo quente e macio da minha mulher. O cheiro adocicado de seu cabelo é néctar para um dia célebre que vai acontecer. Visto-me de preto e não tomo banho, já que pretendo fazer isso com ela quando retornarmos. Assim que me troco, percebo que ela está movendo-se meio agitada, resmungando, como se estivesse presa num pesadelo. Seguro seu ombro delicadamente e digo:
— Acorde, Baby!
Ela não responde e continua a se debater.
Anastasia....
Não... Ela lamenta. Fico imaginando quem ou o que perturba seu sono, seu descanso.
Vamos lá, Baby, desperte! —Falo gentilmente.
Não. Eu quero tocar em você. —Ela ronrona agitada levantando os braços... —Pronto, já sabe quem atrapalha seu sono, não é Sr. Grey? O Senhor em carne e sonho...
Ela continua a falar mergulhada na inconsciência.
Christian eu quero mais... Eu quero seu amor... — Paro estático, mas ela não para e me entrega sua confissão. — Eu amo você, Christian. Eu amo você, porque não percebe isso? Por favor, não me abandone...
Meu coração bate em ritmo retumbante, alucinado. Ouvir estas palavras pronunciadas desta boca maravilhosa é um misto de dor e prazer, talvez do jeito que eu gosto. Que prazer ouvir isto desta mulher que abala minhas estruturas, mas que dor saber que sou tão fodido, tão incapaz de retribuir a este sentimento. —Sentimento que só os nobres sentem e o dinheiro não compra, e você Grey, nunca foi um nobre neste sentido.
Não suporto mais ouvi-la dizer estas coisas, ao mesmo tempo em que gostaria de passar a vida assistindo a esta cena. Então resolvo acordá-la definitivamente, não está sendo muito honesto da minha parte abusar de sua sonolência e estado de inconsciência.
Acorde, Anastasia! —Falo mais firme em seu ouvido.
Seus olhos piscam involuntariamente abertos por uma fração de segundo. Ela observa o ambiente como se quisesse entender ou lembrar-se de onde está.
Acorde, Baby! Sussurro...
Ainda está escuro e ela tenta se acostumar à penumbra e entender o que está acontecendo.
Ah... não... Ela geme. —Sorrio diante da cena tão linda da minha menina ali deitada, indefesa em minha cama.
Hora de levantar, Baby. Vou acender a luz. Falo com voz calma.
Não... Ela sussurra teimosa.
Eu quero perseguir o amanhecer com você. — Digo beijando seu rosto, suas pálpebras, a ponta do seu nariz, sua boca e só assim ela abre os olhos com preguiça natural dada ao horário. A luz está acesa e ela dá umas piscadelas.
Bom dia, linda! —Murmuro.
Ela geme enquanto aprecio a cena e sorrio.
Você não é uma pessoa da manhã. Murmuro sorrindo, debruçado sobre ela. Divertido e divertindo-me.
Eu pensei que você queria sexo. Ela resmunga para meu deleite.
Anastasia, eu sempre quero sexo com você. É reconfortante saber que você sente o mesmo. — Digo para provocá-la.
Ela me olha enquanto seus olhos se ajustam à luz e responde:
Claro que sim, mas não quando é tão tarde.
Não é tarde, é cedo. Vamos lá, se você levantar nós vamos sair. E depois faremos o que você sugere: muito sexo!
Eu estava tendo um sonho tão bom... Ela lamenta enquanto eu fico na dúvida, já que não é o que parecia.
Sonhando com o quê? — Peço com paciência.
Com você. Ela cora ao responder.
O que eu estava fazendo no sonho? —Tento arrancar uma confissão dela acordada.
Tentando me alimentar com morangos.
Meus lábios se contorcem em um traço de sorriso enquanto meu pau regozija-se sob esta informação. Antes que suas palavras atrapalhem meus planos, me adianto.
Dr. Flynn poderia ter um dia de campo com isso. Levante e vá se vestir. Não se preocupe em tomar banho, nós podemos fazer isso mais tarde.
Ela senta-se e os lençóis envoltos em sua cintura caem, revelando seu corpo maravilhoso. Dou espaço para ela se levantar, mas meus olhos escurecem diante do desejo que me aflora.