5 de mai. de 2013

Capítulo 12 - Formatura




Acordo cedo e tomo meu café da manhã depois de um bom treino na academia do hotel. Apesar da noite mal dormida, recebo bem o dia, pois sei que hoje vou encontrá-la e colocá-la em seu devido lugar. —De preferência deitada na sua cama, não é Grey?Ah, maldita voz interior. Meu BlackBerry, toca. É Andréa.
— Grey.
— Bom dia Sr. Grey, já recebeu o texto revisado do seu discurso de hoje?
— Ainda não olhei Andréa. Vou verificar. Espero não terem feito nenhuma mudança, apenas as revisões necessárias para que não haja nenhum tipo de erro.
—Sim, Sr. Grey, apenas revisamos e mantivemos suas palavras. Foram pouquíssimas adequações, como sempre.
—Muito bem. Alguma novidade?
—Sim, Ros pediu para avisar que já entrou em contato com a Cruz Vermelha como o Senhor solicitou e que a doação está sendo providenciada.
—Ótimo.
—Agendei a consulta com o Dr Flynn para a próxima semana.
—Ah, finalmente a viagem acabou!
—Sim Senhor e também a Sra. Elena solicitou que enviássemos alguns técnicos para o salão de beleza.
—O que aconteceu?
—O sistema operacional de dados das clientes estava falhando. Os técnicos em segurança eletrônica já resolveram.
—Certo e o que mais?
—Por enquanto é somente isto, Sr Grey.
—Muito bem, logo estarei de volta. Se precisar entre em contato.
—Sim Senhor, tenha um ótimo dia.
—Você também, Andréa. —Desligo.
Logo em seguida Taylor entra na suíte.
—Sr Grey, bom dia!
—Bom dia Taylor, a Srta Steele deu trabalho extra para você ontem, não?
—Mas foi importante sabermos que estava bem. Ela dirigindo aquele carro é preocupante Sr. Grey.
—Certo, mas vamos resolver isto hoje, Taylor.
—É sobre isto que desejo falar. Precisamos das suas assinaturas nestes documentos.
Assino os documentos e confiro se estão todos em ordem. Costumo fazer isso pessoalmente, pois não exponho minhas submissas a nenhum tipo de risco. Meu controle, nestes casos, é pessoal.

Capítulo 11- Acordo e ostras




Chego ao hotel e vou direto para a suíte, dispensando Taylor assim que o vejo. Meu humor está péssimo.
Não gosto deste tipo de emoção: perda.
Odeio este tipo de comportamento: lágrimas.
Abomino estar inserido neste emaranhado de dúvidas e incertezas.
Começo a ficar irritado com Anastasia. O que me parecia tão simples num primeiro momento, transformou-se num punhado de estratégias e surpresas ora muito agradáveis, ora ... terríveis.
Eu quero esta mulher. Nenhuma me deu tanto trabalho em tão pouco tempo. E nenhuma mais me dará trabalho e frustrações depois dela. Assim que acabar o nosso contrato, com certeza a forma de dispensá-la será mais fácil que convencê-la. É isto. Chega de tantos rodeios. Vou enviar um novo e-mail para forçá-la a uma decisão. Eu não suporto ouvir a palavra não, dela então...
Digito rapidamente e aperto em “enviar”. Amanhã ela me responderá, espero.
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De: Christian Grey
23 de maio de 2011 23:16
Para: Anastasia Steele
Assunto: Esta noite
Srta. Steele:
Espero impaciente por suas observações sobre o contrato.
Enquanto isso, que durma bem, Baby.
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
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Invisto num bom banho, afinal estou precisando depois deste dia e deste sexo todo. Assim que começo a assistir um pouco das notícias pela televisão, o alerta de e-mail atrai minha atenção. Para minha surpresa, é um longo e-mail de Anastasia.

Capítulo 10- Isto é LEGAL para você?



Passo algum tempo sentado e depois de um bom banho me seco. Saio do banheiro e percebo que já anoiteceu e nem me dei conta. Preciso preparar o roteiro da semana. Amanhã eu e Ros teremos um encontro para a compra de uma corporação que está em crise. Taylor entra e carrega consigo o MacBook que eu pedi que trouxesse.
— Aqui está o MacBook Pro que o Senhor pediu.
— Ah, sim Taylor! Era esse mesmo. Bem vou configurar uma conta de e-mail e depois preciso que você arrume um mensageiro que entenda de informática.
Ele me olha com seu olhar firme, mas interrogativo.
—Sim, Taylor. Vou mandar este aparelho para Anastasia Steele e, além de ser entregue logo pela manhã, quero que fique instalado e pronto para ser usado.
—Pois não, providenciarei o que o Senhor deseja. Algo mais?
—Bom, depois de configurar algumas coisas nesta máquina, vou jantar, falar com Ros e aí passarei as informações para os dias seguintes. Já se alimentou Taylor?
—Ainda não Senhor Grey, primeiro vou encontrar o mensageiro adequado.
—Peça o jantar para mim aqui no quarto mesmo. Algo leve, que eu goste.
—Sim Senhor, com licença.
Ele se retira e eu abro a caixa do notebook, bem, se é que eu posso chamar esta máquina deste jeito. A cor é prateada, bem brilhante, tela grande e com a famosa maçã reluzente da Apple no dorso. Tem o mais recente sistema operacional e um conjunto completo de programas, além de um disco rígido de 1,5 terabytes e 32 gigas de memória RAM. É sensacional, tecnologia de última geração. Ainda não está à venda no mercado. Na verdade fui um dos poucos privilegiados no mundo a receber este presentinho para testar. Foi uma gentileza dos representantes da Apple. —Ah, Grey! Que bobagem, gentileza neste mundo corporativo? Business, meu caro! Business!
É uma praxe muito interessante dos distribuidores me “presentearem” com estas máquinas que ainda nem chegaram ao mercado, pois toda vez que compro insumos, novos maquinários ou resolvo fazer upgrade, a compra é substancial. Tenho feito muitos negócios com a Apple e até agora não me decepcionei.
Gosto muito de tecnologia, por isso optei em trabalhar e investir pesado neste ramo e nas telecomunicações. Já fazia alguns dias que tinha recebido o MacBook, pretendia utilizar, mas nem tinha tido tempo para abrir a caixa. Depois dos comentários de Anastasia esta manhã, de que não tinha um notebook, decidi pela maneira mais eficaz e rápida de resolver este problema.
Rapidamente configuro um e-mail para ela, confirmo os dados de segurança, instalo um programa sobre dados de localização... Checo e percebo que está tudo perfeito. Enfim, tudo sob o meu controle, do jeitinho que eu gosto. —Sim Srta Steele, vamos preparar tudo para estar sob meu controle e proteção!
A campainha toca e eu recebo o maitre que me serve com exclusividade na ampla mesa da suíte. Vinho, sopa de aspargos como entrada, salmão ao molho de alcaparras e batatas sauté. Uma refeição deliciosa e leve para a noite de sono revigorante que pretendo ter. Mas não tem como deixar de pensar em Anastasia. Será que ela se alimentou? Será que já leu o conteúdo do envelope? Tentarei não ficar tão ansioso até nosso encontro de quarta- feira, mas sei o quanto vai ser difícil.

Capítulo 9 - Dra. Grace e cueca box



Pisco rapidamente, olhando para ela, com olhos arregalados, com horror humorado. Por essa eu não esperava.
— Merda! É minha mãe.
Saio de dentro dela de uma vez, tiro a camisinha usada e jogo no cesto de papéis. Realmente a presença da Doutora Grace neste momento é simplesmente um balde de água gelada na fogueira que estava no quarto há poucos momentos. Tenho que pensar rapidamente no que fazer. Posso deixar Anastasia escondida aqui no quarto e fingir que nada está acontecendo. Minha mãe nunca me força a dar explicações, já se acostumou com a forma que protejo minha intimidade. Mas se fizer isso, aí sim vou colaborar para que o pensamento arraigado na família de que sou gay tome mais força ainda.
Cada uma... Até que alguns homens já tentaram se oferecer a mim, mas nem chegaram perto, pois sentiram a força do meu olhar de repulsa e não quiseram conhecer a força do meu soco de direita. — Grey, gay... aff, não suporto nem a rima. Vamos, decida garoto!
Apesar de ter acionado o modo desespero total, olho para Anastasia pronto para sugerir que ela fique quieta no quarto, esperando que eu despache minha mãe. Afinal, não tenho certeza do futuro do nosso relacionamento para começar um “momento família” sem planejamento e assim, no susto. Mas não sei o que acontece quando seus olhos me fitam. Sei apenas que conseguem derrubar todas as minhas barreiras, as certezas se transformam em incertezas e vice-versa.
É algo visceral o poder deste olhar sobre mim e, nem sei de onde, minha voz toma o controle e por si só começa a falar:
— Vamos, Baby! Temos que nos vestir... se quiser conhecer minha mãe. — Sorrio para ela ao me levantar da cama e visto o jeans. Não dá tempo para colocar as cuecas! Anastasia tenta se levantar, mas não consegue porque ainda está amarrada. Então me diz apavorada:
— Christian... não posso me mover.
Apesar de também estar apavorado com a situação inusitada, meu sorriso se acentua, porque com esta situação eu realmente não contava. Inclino-me, desamarro a gravata e observo a marca sexy que ficou em seus pulsos. Beijo-a rapidamente na testa e sorrio.
— Outra novidade. —reconheço, mas percebo que além de apavorada ela não tem ideia do que estou falando.

Capítulo 8- Banheiros e gravatas




Olho e antes que diga qualquer coisa, percebo que se ajeitou e caiu num sono profundo, exausta e sorridente.
Me entrelaço a ela e somos dois amantes entorpecidos madrugada adentro, saciados: carne contra carne, respiração contra respiração, luz e escuridão, inocência e experiência, certeza e dúvida...
O cansaço também me domina e acabo adormecendo abraçado a ela. Acordo de um sobressalto e percebo que é madrugada e a escuridão ainda prevalece. Não sei quantas horas dormi, mas foi um sono reconfortante. Demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo, pois é muito estranho ter alguém dormindo em minha cama. Foi o cheiro dos cabelos dela que me fizeram lembrar o que vivemos há algumas horas atrás. Observo seu sono tranquilo. Seu rosto tem uma expressão leve, como uma pluma que paira levemente no ar. Há um misto de dúvidas e incertezas em mim, percebo que não conseguirei mais dormir.
Levanto, dou a volta na cama e a cubro com os lençóis. Fico observando seu ressonar e pensando no que acabou de acontecer entre nós. A única certeza que tenho neste momento é que Anastasia não é mais virgem. Eu a tomei para mim, roubei sua inocência em troca de muito prazer. Espero que ela nunca se arrependa por ter me deixado ser seu primeiro amante e por ter lhe apresentado o sexo. —Bem vinda ao mundo adulto, Baby!
Ela se mexe lentamente e seus lindos lábios ficam expostos para mim. Eu admiro sua beleza, deitada na minha cama, tão doce, tão... submissa. Este pensamento me deixa mais tenso ainda. Resolvo sair do quarto, com medo que ela ouça meu coração batendo em ritmo acelerado e a força dos meus pensamentos.
Vou até a cozinha, pego um copo de água gelada e encosto-me à grande parede de vidro da sala. Fico observando a paisagem noturna de Seattle e imaginando quantos outros insones observam a mesma paisagem neste momento. Me dou conta que estou num momento extremamente delicado e confuso da minha vida. Desde que conheci Anastasia venho quebrando minhas próprias regras e me revelando em muitas primeiras vezes.
Não posso negar que temos uma conexão de corpos espetacular. Meu primeiro clímax baunilha foi primitivo, doce e selvagem, bruto e delicado. Tudo o que acontece entre nós apresenta dualidades, mas não posso continuar isso com ela. Sou destrutivo emocionalmente e ela é tão doce, tão delicada.
Quase deixei aflorar meu lado obscuro, quase perdi o controle e me apresentei realmente a ela. Não fosse o fato do tesão que me provoca, talvez tivesse ido além da lenta tortura de prazer que lhe concedi, mesmo sabendo que estava no comando, que estava dominando toda a situação, por vezes achei que, na sua inexperiência, tomou conta da situação. Sim, temos um mundo para visitar juntos, para desbravar e não sei se ela vai querer me acompanhar.
Preciso fazer algo para relaxar. Vou até o piano e começo a tocar minhas melodias preferidas. Enquanto toco nem percebo que as horas vão passando.
As dúvidas e incertezas dominam minha mente. Não sei o que pensar. O medo de ser abandonado assim que ela se der conta do que realmente sou, me apavora e entristece. Não percebi a hora passar, em breve o dia amanhecerá. Estou sentado ao piano absorto em minha música. Tocar me acalma, me acalanta.

Capítulo 7- A primeira vez




— Vamos?
Levo-a até o elevador, digito o número no painel para a porta se abrir. No elevador, completamente revestido de espelhos, posso vê-la por todos os ângulos e em duplicatas. É uma linda visão. Digito o outro código e começamos a descer.
Ao chegarmos ao vestíbulo totalmente branco, reparo que ela fica observando o ambiente e detém-se especialmente na mesa redonda de madeira escura, o buquê de flores brancas e os quadros da parede. Gosto da entrada receptiva com flores e exijo que Gail conserve e as mantenha sempre frescas e viçosas. Abro a porta dupla, e atravessamos o amplo corredor que nos leva até a entrada da sala. Escolhi uma decoração moderna, clean, onde imperam o branco, o aço inoxidável e as paredes de vidro que me proporcionam uma excelente vista da cidade.
A lareira está acesa com um fogo brando, bem diferente do fogo ardente que queima minhas estranhas. Ela está boquiaberta com a imponência do apartamento e eu entendo que esteja assim. —Vá se acostumando ao mundo de Christian Grey, minha convidada de honra!
Noto que ela observa a área da cozinha com as bancadas de madeira escura, o bar preparado para seis pessoas, a mesa de jantar e suas dezesseis cadeiras. Quando ela avista o meu piano negro vejo que há encantamento em seu olhar. —Sim, minha cara, também tenho um lado sensível, mesmo que seja em poucos momentos musicais.
O som do piano me acalma, tocá-lo é... libertador. Digo:
— Quer tirar a jaqueta?
Ela nega com a cabeça, deve estar com frio por causa do pouso do helicóptero ou está se protegendo, talvez de mim.
— Quer beber alguma coisa? — Pergunto-lhe.
Ela pisca estranhamente. Talvez tenha medo de beber por causa da noite anterior.
— Vou tomar uma taça de vinho branco. Você quer uma?
— Sim, obrigada. — Percebo o quanto ela esta incomodada e fico buscando uma forma de deixá-la mais à vontade.
Ela se aproxima da parede de vidro e observa a linda visão de Seattle, que a esta hora, está totalmente iluminada. Ao retornar lentamente para a cozinha me encontra tirando o paletó. Enquanto abro a garrafa de vinho vou me deliciando com a linda visão dela vindo em minha direção. —Que espetáculo, Srta. Steele!
— Pouily Fumei é do seu agrado?
— Não tenho a menor ideia sobre vinhos, Christian. Estou certa de que será perfeito.
— Tome, é muito bom! — Ela está tensa, falando com a voz entrecortada. Compreendo que meu universo seja muito diferente do dela e que esteja, de certa forma, se adaptando ao ambiente. Ela toma um gole e observa as taças de cristais grossos, luxuosos e modernos. O vinho está gelado e é fresco, leve e delicioso. Mas permanece em silêncio... isto me preocupa.

Capítulo 6- Charlie Tango



Abro a porta do passageiro do Audi SUV para ela entrar. Ainda sinto as fagulhas que o beijo espalhou pelo meu corpo e tenho certeza que no dela também, mas mantenho a linha e não toco no assunto. Estou duelando com sentimentos confusos. Apesar de ter me deliciado em seus lábios, ainda sinto uma centelha de arrependimento, pois não tenho certeza se devo apresentar-lhe meu mundo cinza. — Que confusão, Grey!
Ao sair do estacionamento ligo meu iPod, preciso baixar a adrenalina a um nível suportável. Anastasia interrompe meus pensamentos:
— Que música é esta?
— É o Dueto das Flores de Delibes, da ópera Lakmé. Você gostou?
— Muito, é maravilhosa.
— É, sim, gosto muito dela.
Fico feliz que tenha gostado, pois não é uma música comum para jovens da idade dela, poucos costumam apreciar. Ela é mesmo uma garota incomum, muito sensível. Constatar isso só faz com que meu desejo aumente. A música acaba e ela me pede:
— Pode repeti-la?
— Com prazer. São vozes celestiais, não são?
— Você gosta de música clássica? Ela me pergunta.
— Meu gosto é eclético, Anastasia. De Thomas Tallis a Kings of Leon. Depende de meu estado de ânimo. E o seu?
— O meu também. Embora não conheça Thomas Tallis.
Volto o olhar em sua direção. Ela está realmente interessada neste assunto musical. Ou talvez esteja aproveitando o momento para focar em outro assunto e desviar a atenção do nosso delicioso beijo.
— Algum dia te mostrarei algo dele. É um compositor britânico do século XVI. Música eclesiástica da época dos Tudor. Parece muito esotérico, eu sei, mas é mágico, Anastasia.
Pressiono o botão novamente para mostrar Kings of Leon e minha música preferida: "Sex on Fire." Mas somos interrompidos pela chamada do meu BlackBerry.
— Grey.
— Sr.Grey, aqui é Welch. Tenho a informação que pediu.
— Ótimo! Mande-me por e-mail. Algo mais Welch?
— No momento não, senhor.
Desligo o telefone, pois não quero enfadá-la com assuntos de trabalho. Mas ele toca novamente.
— Grey.
— Welch mandou-lhe por e-mail uma informação confidencial, Sr. Grey.
— Bom. Isso é tudo, Andrea?
— Sim é tudo. Tenha um bom dia, senhor.
Desligo o BlackBerry novamente pressionando o botão do volante. A música recomeça e, de novo, volta a tocar. — Mas que porra irritante é esta? Justo hoje este telefone dispara desta forma?
— Grey. — Atendo irritado.
— Olá, Christian. Relaxou? — Ai caramba, agora Elliot vai falar merda!

Capítulo 5- O que será que os elevadores têm?






—Vamos, Baby... vou cuidar de você!
Eu a carrego rapidamente para longe do bar. Taylor me acompanha, abre a porta do carro e pergunta:
—Tudo bem Sr.? O que aconteceu?
—Taylor, ela bebeu demais, vomitou e desmaiou. Estou preocupado, será que deveríamos levá-la para um hospital?
Taylor se aproxima, toma o pulso de Anastasia e fica olhando para o relógio, acompanhando a pulsação dela. Depois puxa um pouco suas pálpebras e a examina com cuidado. Ele sabe bem lições de primeiros socorros já que teve um excelente treinamento militar.
—Ela está bem Sr. Grey. Os batimentos cardíacos estão perfeitos, está somente dormindo. Não há necessidade de um médico hoje, mas amanhã... a ressaca poderá derrubá-la.
—Ah, garota maluca...
—Para ter apagado deste jeito, ou ela bebeu muito ou não tem o hábito de beber frequentemente.
—Provavelmente são as duas opções, Taylor. Vamos, vou levá-la para o Heathman e cuidar para que este porre passe logo, ou que pelo menos ela descanse e acorde melhor.
Acomodo-a no banco traseiro do carro e sento na frente com Taylor. Chegando ao hotel ele me diz:
—Aguarde um momento, Sr. Grey. Vou achar a melhor forma de não tornarmos isto um prato cheio para a imprensa.
—Tem razão, também não quero expô-la a nenhum constrangimento.
Em poucos minutos Taylor retorna com o gerente do hotel que, muito solícito, me indica uma entrada privativa, longe dos demais hóspedes.
—Esta é uma área reservada Sr. Grey, pode vir por aqui. O acesso é direto à sua suíte e ninguém o importunará. Deseja mais alguma coisa? —E se aproxima tentando me ajudar a levantá-la nos braços. Olho para ele e o fulmino com o olhar. —Ah, vai sonhando em por as mãos nela, vai... Mas Taylor interrompe rapidamente:
—Obrigado John, sua indicação foi de muita valia. Cuidaremos da senhorita e não se preocupe com mais nada. Ele apenas acena com a cabeça e desaparece imediatamente.
Carrego Anastasia em meus braços sem dificuldades. Seu corpo perfeito é muito leve, nada difícil para mim. Assim que adentramos a suíte eu a coloco na cama e digo a Taylor que mantém sua distância discreta:
—Providencie calçado e roupas novas, porque as dela estão imprestáveis. E claro Taylor, de qualidade decente porque estas aqui não sei onde adquire. Não combinam em nada com ela.
—Está bem! Se precisar de mais alguma coisa, Senhor, é só chamar.

Capítulo 4- Livros e bebedeira







É segunda feira. Já fiz uma longa série de exercícios matinais para exorcizar os demônios que me atormentaram a noite toda, mas não tenho tempo para lamentações. — Isso não é coisa para um CEO competente e muito menos para Christian Grey!
Chego ao trabalho revigorado depois de um bom banho e um ótimo café da manhã. Andrea me acompanha, passa a agenda do dia e os informes necessários. Peço a ela que encomenda um arranjo de flores e envie para Elena no salão. Devo desculpas para minha melhor amiga. Escrevo num cartão:

“ Um excelente dia depois de uma noite nem tão boa assim.
Pessoalmente, depois, analisaremos nossas atitudes e falas estranhas, CG.”

Mergulho no trabalho, tempo e dinheiro caminham paralelamente para pessoas de sucesso e nenhum dos dois pode ser desperdiçado. No almoço encontro alguns executivos de uma empresa que fornecerá tecnologia para aprimoramento de segurança virtual. Estou sempre em busca de novidades nesta área, pois gosto de controlar tudo o que me pertence e garantir a segurança dos meus bens. A tarde passa voando e quando vejo já estou em meu apartamento, tomando um vinho para relaxar. Elena me enviou uma mensagem de texto escrito apenas: —Concordo! Ela está chateada e hoje não quero mais tratar deste assunto.
Só há um assunto que me assombra agora: Anastasia Steele. O dia dela hoje foi como sempre, Clayton, escola, casa. Monitorá-la é uma forma de estar perto. Interessante como o cheiro dela ficou impregnado em mim. Já faz parte de minha memória, bem digamos que, minha memória sexual- quero fazer sexo sentindo o cheiro celestial dela.
Várias vezes no dia fiquei arquitetando uma forma para reparar toda a merda que eu fiz no último encontro. Fico imaginando como ela se sente depois daquilo, provavelmente achando que eu a rejeitei quando na verdade só quero protegê-la de um louco, complicado, amargurado, sombrio, fodido em cinquenta tons: eu.
Fico lembrando do pouco que conversamos até aqui e de sua paixão por livros. Terei que mudar minha forma de presentear, ou melhor, terei que fazer alguns ajustes e implantar o modo “flores e corações”. — Grey, você pensando desta forma, é intrigante!

Capítulo 3- Elena: dominação X submissão




— Oi , querido, tudo bem?
— Não, preciso falar com você.
—Agora? Onde você está?
—Em Portland, mas já estou voltando para casa. Te espero lá, às oito, pode ser?
—Claro! Hei, sou eu querido, Elena, te atendo quando precisar! Mas... tem algo estranho em sua voz, o que foi?
—Elena, te espero às oito.
—Sim, combinado, estarei lá.
Desligo o telefone, ainda meio zonzo. Que porra esquisita é esta que estou sentindo? Preciso falar com Elena, minha única amiga por todos estes anos. Sim, ela é a única capaz de me entender e orientar. Somente ela sabe de toda a escuridão que existe dentro de mim e tem minha total confiança.
Volto para o hotel para arrumar minhas coisas e decido voltar para Seattle. Taylor já está a minha espera e vamos embora no meu carro. A estrada parece não ter fim. Fico olhando para o telefone, quero ligar para ela, mas não consigo. Ela deve estar morrendo de raiva de mim. O que foi que você fez, Grey?
Ela queria ser beijada e eu queria ter dado aquele beijo, mas fui covarde... Tenho medo que ela seja diferente e não queira partilhar deste meu mundo sombrio e, se isto acontecer, acho que não terei forças para suportar. Ela é tão doce, tão suave, não quero machucá-la, quer dizer, só se for para dar prazer. Damos uma pequena parada para o almoço e depois vamos direto para meu apartamento.

Capítulo 2- Café da manhã com fotografias



— Grey.
— Bem, aqui é Anastasia Steele, aha, a moça da entrevista, Sr. Grey. — Como se eu não reconhecesse essa voz. Ela soa aveludada e insegura, calma e agitada, sexy e provocante.
— Senhorita Steele, que bom que ligou, algo em que possa ajudá-la? — Merda, Grey, pega leve! Por mais que eu procure representar surpresa, não quero dar indícios de minha ansiedade. Para meu deleite ela continua:
— Bem, gostaria de combinar a sessão de fotos para amanhã, se for possível, é claro, e não atrapalhar o Senhor. — Respire, Grey, respire. Bingo! Perfeito, “Senhor”, é assim mesmo que você vai me chamar Steele, principalmente quando eu estiver rasgando sua calcinha com os dentes. Ainda em modo autoconfiança total respondo:
— Ah, sim Anastasia, deixe me consultar minha agenda- Agenda, essa foi demais— Bem eu vou estar no Heathman em Portland. Tenho sim um tempinho para atendê-la, que tal amanhã às nove, bem nove e meia?
Eu odeio tirar fotos, de novo as malditas sessões intermináveis de poses e flashes, somente para expor este meu rosto “embriaga mulheres”- Mas faz parte do jogo, então vamos jogar para ganhar.
— Perfeito Sr. Grey, nos veremos amanhã, combinado, este horário está ótimo, ahã, então... boa noite. — Não desligue, fale mais! Posso ver sua boca maravilhosa dizendo estas palavras, como se fosse um sussurro que me embriaga e me enche de tesão. Respondo de forma firme e sensual:
— Você não sabe como este encontro ficará marcado Senhorita Steele.... quero dizer, já está marcado. Sonhe com anjos — Ela desliga e eu visualizo o brilho tímido em seus olhos azuis e o rubor que toma conta da sua face perfeita. Imagino aquela cabeleira castanha numa bela trança, sucumbida aos meus jogos, extenuada de prazer.

Capítulo 1- E o telefone não toca...




Foi muita coragem minha ir até a Clayton só para vê-la. Preciso rever este meu lado crossing the line, talvez na minha próxima consulta discuta isso. Mas pensando bem, valeu a pena, por aqueles olhos.... Agora será dedicação plena e exclusiva aos próximos passos desta conquista insana- Sim, Srta Steele - eu vou te foder, com força!
Volto para o minha suíte no Heathman, preciso me preparar para ficar mais um dia, já que decidi isto tão rápido. Agora é dar um jeito de passar o tempo, e quem sabe apertar o delete para apagar a visão daquele jeans da minha cabeça. Ah, o delicioso recheio sob o jeans...
Estes pensamentos estão tomando um rumo que chegam a me assustar e, por vezes, me irritar. Ligo para Taylor e peço que me traga algumas coisas:
– Taylor, mudança de planos, não volto hoje, ficarei aqui o necessário. Traga-me o básico: meu computador, algumas trocas de roupa. Só, aguardando.
Peço algo para comer e fico espantado com minha falta de concentração. Meu cérebro travado está em modo operacional Srta Steele e não roda nenhum outro sistema. –Porra! Por que eu aceitei dar esta maldita entrevista? Eu gosto de ganhar sempre e agora vejo que já estou perdendo algo, talvez minha sanidade.
Decido ouvir um pouco de música, quero escolher uma música que tenha gosto, jeito e cara de Srta Steele. Ouço uma, duas, três e nada. Tudo aqui tem a ver com o meu passado nada remoto, ah... meu passado. Não quero pensar nisso agora, minha energia está focada no presente, aliás, que presente!