Chegamos em casa e encontro uma Gail bastante preocupada, com o semblante aflito até. Welch, meu responsável pela logística de segurança está em sua companhia.
—Olá Gail.
—Oh Senhor Grey, olá Taylor,
que bom que vocês voltaram... —Fala com os olhos lacrimejantes.
Eu me coloco nos
pensamentos de Taylor. Deve estar louco para abraçá-la, sei que ambos estão se
relacionando, apesar de tanta discrição. Mas mantém sua postura profissional e
aguarda meus encaminhamentos.
—Foi terrível para
você, Gail. Realmente imagino e peço desculpas por colocá-la nesta situação.
Mas agora preciso de todos os detalhes do que aconteceu. Welch... —Estendo a
mão para cumprimentá-lo. Ele retribui ao cumprimento e diz:
—Sr Grey, as primeiras
medidas já foram tomadas, estamos aguardando sua chegada para vermos como
proceder. A situação é preocupante.
—Eu sei, Welch. Vamos
terminar a conversa no escritório. Venha Taylor. Fique bem Gail, já, já
conversaremos mais.
—Vou preparar algo
para vocês se alimentarem. —Ela responde secando as lágrimas.
—Sim, faça algo para
os três. Todos estão famintos.
Taylor nos acompanha e
não olho para ver se trocou algum olhar com sua mulher. Um pouco de privacidade
cairia bem aos dois neste momento, mas a situação requer pressa. Sento-me à
mesa do meu escritório, afrouxo a gola da camisa e viro a manga. Estou cansado,
faminto e com este problema enorme para resolver.
—Vamos lá, vocês são
os homens que cuidam da minha segurança. Quero esta situação resolvida
rapidamente. —Ordeno.
—Welch, passe-nos os
detalhes do que aconteceu, você foi o único que conversou com a Sra. Jones
pessoalmente sobre este incidente. —Inquire Taylor.
—Já verifiquei tudo, Taylor. O que aconteceu
foi o seguinte, a Sra. Leila entrou pela
área de serviço, não passou pela entrada principal.
—Ela conhece o prédio
e seu funcionamento. — Complemento.
—Sim, Sr. Grey. Em
seguida tocou a campainha. Como a Sra. Jones a conhece, imediatamente atendeu à
porta.
—Simples assim, Welch?
A Sra Jones não achou estranho a Sra Leila chegar aqui e pela área de serviço? —Pergunta
Taylor.
—Sim, achou. Ela usou
o argumento de que não estava passando bem, que precisava de ajuda senão iria
desmaiar e que era uma situação urgente. O bom coração da Sra. Jones atendeu ao
pedido.
—E depois? —Diz
Taylor.
—Ela começou a gritar
pelo Sr. Grey, desvairada com palavras que a Sra. Jones não quis repetir. Mas
quando a abordamos usava palavras estranhas como: “ Meu Dom, estou aqui...”, “ Sou
sua...”, “Preciso de um spanking...”.
—Fico desconfortável e interrompo o relatório.
—Certo, e depois desta
loucura toda?
—A Sra. Jones tentou
conversar e acalmá-la, mas ela exigia a sua presença imediata Sr. Grey. Quando
foi informada que o Sr. estava viajando não teve dúvida, pegou uma faca do bolso
e gritando “ele não me quer...não quero
mais viver” cortou o pulso.
—Foi um corte
profundo, Welch? —Indaga Taylor.
—Só não foi pior
porque a Sra. Jones voou sobre ela e impediu o gesto imobilizando sua mão. Isto
amenizou o tamanho e profundidade do corte. Em seguida a segurança do prédio
chegou, pois viram pelo monitoramento interno a gritaria na porta de serviço
para entrar no apartamento. Como ela não se anunciou, imediatamente eles
entraram em ação.
—Ufa, com a fortuna
paga a estes babacas, nem isto era para ter acontecido. Vamos ver o que podemos
fazer a este respeito, Taylor. Apure responsabilidades e faça o possível para
demitir quem estava de plantão. —Brado nervosamente.
—Claro Sr. Grey, tomarei
todas as medidas cabíveis. —Taylor responde.
—Mas, continue, Welch,
continue... —Digo.
— A Sra. Jones ligou
para você, não foi Taylor? —Welch responde e Taylor explica prontamente.
— Sim, ela estava
desesperada com a situação e me ligou contando o ocorrido. Imediatamente entrei
em contato com você Welch para que providenciasse o socorro e ajudasse a manter
o sigilo.
—Exatamente. Cheguei
com os paramédicos da empresa que prestaram os primeiros socorros e em seguida
a transferimos para o University of Washington Medical Center, já que John
Flynn ligou e intermediou a situação. Ele nos indicou este hospital como
referência, já que lá existe ala
psiquiátrica se for necessário.
—E como ela está
agora? —Indago.
Welch coça o queixo.
— Fisicamente está
salva, apesar de estar muito magra, como se estivesse entrando em estado de
inanição. Estava imunda, com mal cheiro, a impressão era de falta de banho há
muitos dias. Ou que estava morando na rua...
Fico arrepiado de
ouvir esta história. O que aconteceu com a Leila linda que me encheu de prazer
por um bom tempo da vida? — São seus 50
tons, seu bastardo filho da puta. Você tem o dom de destruir a vida das mulheres.
—O problema está na
avaliação psiquiátrica, Sr Grey. —Welch me tira do devaneio. —Ela provavelmente
precisará de internação e cuidados especiais. Mas John Flynn passará por lá
esta noite e nos dará uma avaliação pessoal.
Neste momento meu
Black Berry toca:
—E por falar em John
Flynn, olha só. É ele.
Atendo ao telefone e
ouço a voz do meu amigo médico soando aflita pela primeira vez.
—Christian onde você
está? Já chegou?
—Sim John, Leila está
bem? O que te preocupa? — Sua voz está estranha.
—Christian, me
preocupa sua segurança. —Ele dispara.
—Como assim John, o
que está acontecendo? —Respondo ficando também aflito.
—Leila sumiu!
—O que você está
dizendo, John? Céus! —Dou um soco na mesa e me levanto sendo acompanhado
instantaneamente por Taylor e Welch que me encaram chocados, sem ainda saber o
que ocorre.
—Como isso aconteceu?
—Ela se deu alta
Christian. Conversei com um amigo que atende neste hospital e não tenho notícias
boas. Leila precisa de cuidados urgentes está desorientada emocionalmente, à
beira de um surto, se já não estiver vivenciando um.
—Que porra, que merda
de vida, o que eu fiz para esta mulher? Destruí a vida dela?
—Calma, Christian. Meu
maior medo são os efeitos que este processo pode causar no seu tratamento. Não
se esqueça: Leila é adulta, sempre soube o que fazia, você não tem nada a ver
com um distúrbio que é somente dela.
—Não John, a vida é
assim, não sou idiota e ambos sabemos que a culpa é minha.
—Christian, me ouça.
Não caia nesta armadilha. Estou preocupado com Leila, mas muito mais com você.
Por favor, lembre-se de tudo que construímos ao longo de nossas conversas.
Aliás, há quanto tempo você não via Leila? Uns três anos?
—Sei lá, há
aproximadamente isso mesmo, talvez uns meses a menos.
—Então, como você pode
ser responsável pelo que ela fez agora se não a vê há tanto tempo? Precisamos
nos encontrar urgente.
—Está bem John, mas
neste momento preciso localizá-la, preciso ajudá-la.
—Eu entendo seu lado
humanitário, mas não se esqueça de que agora você tem Anastasia, você está
construindo uma história com ela e reconstruindo sua vida.
—Eu sei, John, eu sei.
Mas será que eu devo investir nisso também? Até que ponto não vou ferir
Anastasia da mesma maneira?
—Você continua a não
me ouvir, preste atenção: não deixe Leila te destruir, ela está descompensada, está
desiquilibrada emocionalmente, você não merece passar por isto depois de tanto
empenho em melhorar suas emoções, Christian.
—Está bem, John, vou
ver o que faço. Obrigado por ajudar...
—Me ligue assim que tiver
novidades. Traçaremos um plano para auxiliá-la. Vá ao meu consultório amanhã logo cedo. Vou
dizer o que conversei com o médico que a atendeu. E não seja autodepreciativo,
por favor.
—Sim, obrigado mais
uma vez meu amigo. — Desligo o telefone e só então me lembro de Taylor e Welch.
Mas como sempre, meus excelentes funcionários se retiraram da sala para não
ouvirem a conversa. Saio, abro a porta e anuncio a eles que se juntaram a Gail:
—Leila fugiu do
hospital, ninguém sabe para onde ela foi.
Eles se entreolham e
nem precisam revelar o grau de preocupação que se encontram, então Taylor
começa.
—Muito bem,
procedimento de guerra. Vou reforçar a segurança na entrada e saída do prédio.
Vou reforçar também batedores para segui-lo Sr. Grey.
Welch também se
pronuncia.
—Farei uma varredura
completa nos nossos sistemas e tentarei encontrar qualquer pista sobre ela.
Preciso que me passe todos os dados que tiver Sr. Grey.
Gail interrompe nossa
conversa.
— Ótimo, ótimo. Vamos
resolver esta situação no tempo certo. Agora vocês precisam comer. Vamos lá
senhores, o lanche está servido e não aceito nenhum não. Vocês vão se alimentar
e depois tratam das estratégias.
Seguimos para a mesa
da cozinha. Todos comem em silêncio o lanche de frango e salada servido por
Gail. Eu costumo adorar, mas hoje ele desce amargo, travando na garganta. Não
consigo comê-lo inteiro e abandono no meio. Levanto-me e os dois também se
levantam para me acompanhar. Faço sinal para que esperem.
—Não, terminem
primeiro. Depois nos encontramos no escritório.
Retiro-me e volto à
minha mesa, pensando nas estratégias possíveis a serem tomadas. Logo eles adentram
a sala. Welch aparece com um caderno de anotações e quer saber tudo sobre
Leila. Eu narro.
—Bem Welch. Ela foi
uma de minhas sub... quer dizer um de meus relacionamentos por uns .... anos.
Agora faz mais ou menos uns três anos que não tinha notícias, não nos falávamos
nem nos encontrávamos. Sei que se casou e talvez ajude a procurar seu último
marido, ela assinava pelo nome Hanson e morava no leste. —Ele anota tudo e
pergunta.
—Sim senhor, mais
alguma informação relevante?
—Acho que por hora
não, é tarde precisamos descansar. Taylor acompanhe Welch até a saída. Depois
vá descansar também e, por favor, não se esqueça de inserir em primeiro plano a
segurança de... bem você sabe de quem.
—Claro Senhor, já pensei
nisso. Ficarei atento.
—Boa noite então.
Eles se retiram e eu
vou para o quarto das submissas. Está tudo arumado do jeito que eu gosto, de
acordo com meu padrão. As roupas, lingeries e calçados já foram providenciadas.
Anastasia terá tudo à sua disposição. A imagem de Leila feliz ao encontar a
mesma arrumação quando era minha sub invade minha memória. Como ela pode se
degenerar tanto? Saio do quarto e bato a porta com força. Ainda bem que não
mantenho a chave na fechadura, senão teria voado longe. A porta deve estar
sempre aberta para mim.
Neste momento,
infelizmente não há outra saída. Somente um jato de água fria para tentar
apaziguar estes pensamentos doentios que teimam em me incomodar.
*********
O dia amanhece e não
encontro nenhum alívio. Vou para o consultório de Flynn logo pela manhã, hoje
nem quero ouvir falar em exercícios ou qualquer coisa do gênero.
Enquanto Taylor dirige
pela estrada vou olhando para as pessoas que passam, como se por um milagre eu
a encontrasse e a tirasse deste martírio. Mas nada. Nem um sinal de Leila.Chegamos
ao consultório e sou recebido gentilmente como sempre. John já está à minha
espera.
—Bom dia, Christian.
Sua aparência denuncia que a noite foi péssima, acertei?
—Como pode John, como
pode em menos de 24h sua vida sair do céu e cair no inferno?
—Suponho que esteja
comparando o encontro com Anastasia à situação de Leila, acertei?
—Exatamente, gênio...
—Reviro os olhos para ele.
—Pelo menos a viagem
então deu certo. O que significa que nem só de céu ou inferno é feita uma
existência. Então se acalme que vamos resolver a situação.
—O que o médico disse
a você, John? —Disparo em busca de respostas adequadas.
—Christian, há a parte
boa e ruim. Claro que foi uma avaliação superficial e como ela assinou a
própria saída do hospital, não teve como ser feita uma avaliação muito
consistente.
—Entendo, mas ela
disse alguma coisa substancial?
—Nada. É comportamento
padrão de depressivos. Falam pouco, causam maior impacto em quem está ao redor
e não se explicam. Apenas exalam a dor que acomete suas almas.
—Você acha que ela
vive um quadro depressivo? —Pergunto perplexo.
—Aparentemente sim.
Pelo ferimento que se causou é notório que nunca quis se matar. Quem quer
realmente se matar, simplesmente o faz. Encontramos a pessoa morta, sem chance
de salvação. Ela queria chamar a atenção de alguém, na verdade a sua atenção
Grey. —Ele diz levantando as palmas das mãos.
—Sei... E por que logo
eu que não a vejo há tanto tempo? —Fico em dúvida.
—Simples, ela sente
alguma forma de segurança em estar com você. Ela sabe que você moveria céus e
terras para ajudá-la. Neste momento ela deve estar vivendo uma situação pessoal
complexa e você deve ser sua táboa de salvação. Ela, na verdade, está gritando
por socorro, Christian. —Ele diz com calma, me encarando e avaliando as minhas
reações.
—Mas ela estava suja,
desgrenhada. Eu convivi com esta mulher, John. Linda, limpa, cheirosa, como
todas... —Digo ainda relutando em aceitar esta situçaõ tão inóspita.
—Eu sei, eu sei. Como também
sei que você nunca a amou e que ela
queria aprofundar a relação. —Ele diz resgatando parte de nossas conversas.
—Sim, ela também
queria o tal “mais” que eu nunca pude dar. Depois soube que ela se casou... e
como eu devo ter fodido sua vida ela acabou assim... —Isso mesmo 50 tons de loucuras...
—Não, Grey, não. Leila
pertence a uma categoria diferente. Ela sempre soube o que fazia. Não havia inocência
ali. Ela sabia tudo o que você pretendia com ela e concordou. Foi uma relação
acordada, consentida, uma relação de adultos conscientes de seus desejos e
limites.
—Sim, John, mas se
apaixonou... Aí quando ela quis as flores e corações eu dei-lhe um pontapé na
bunda, minha fraqueza em encarar a vida real...
—Não, discordo. Você
foi honesto e não a ludibriou com promessas falsas. Se ela não soube lidar com
isso, não é responsabilidade sua, Christian.
—Será que não é minha
responsabilidade mesmo, John? — Ah, como
você é um bastardo filho da puta, Grey!
—Não, claro que não! Cuidado
para entrar num legado de culpa, Christian. Isto não lhe fará bem. —Ele diz se
dobrando na mesa em minha direção, me encarando no fundo dos olhos.
—Mas e quanto ao médico
que a atendeu, alguma informação a mais? —Pergunto.
—Somente que ela
precisa ser encontrada para uma avaliação melhor, inclusive física por que está
muito magra, parecendo desnutrida. E que, provavelmente, necessitará de tratamentos
medicamentosos e terapia. Porém é viável que você se proteja, ela vai voltar a
lhe procurar, afinal seu desejo não foi realizado. —Ele adverte.
—Entendo, John.
Entendo. —Minha cabeça gira e lateja. Não sei realmente no que pensar, em como
agir... Pela primeira vez fico realmente desconfortável numa situação que foge
inteiramente ao meu controle.
—Use sua influência e
seus homens para descobrir o passado de Leila, Grey. A família precisa ser
encontrada tanto quanto ela própria. Algo aconteceu nestes três anos que
separam vocês. E isso tem que ser rápido, antes que ela cause maiores
transtornos a você e a si própria.
—Sim, John. Meus
homens já estão agindo. Neste momento encontrar Leila é nossa prioridade. E
pensar que eu mantive toda a estrutura para ela viver uma vida digna e
confortável... Mas não foi suficiente pelo que vejo. —Falo entristecido.
— Você fez o que era
possível, cumpriu o acordo. Pronto, não se martirize. Apesar disso, pelo que
entendi, você e Anastasia estão indo bem, não é? —Ele diz abrindo um amplo
sorriso. Pela primeira vez acabo sorrindo também. Um sorriso torto, meio sem
graça, mas ainda é um sorriso.
—John, só posso dizer
que estou vivendo num momento “mais”. —Mais
ação, mais emoção, mais tesão, mais esperança e alegria, Grey.
Ele continua.
—Fico feliz por vocês
e me ouça com atenção, Christian: não permita que Leila atrapalhe seu
relacionamento saudável com Anastasia. Não permita que Leila desengate todos os
traumas entalados nos trilhos das suas emoções. Você não merece passar por isto
meu amigo.
Olho para ele e tento
realmente assimilar estas palavras. Despedimo-nos e volto para o carro. Preciso
chegar à empresa e agir antes que Anastasia retorne e encontre esta confusão. —Oh, Grey. Haja logo, e se Leila encontrar
Anastasia, o que pode acontecer? — este pensamento me apavora, mas neste
momento preciso encontrar toda força e poder de decisão para protegê-la e
ajudar Leila a sair deste abismo.
Chegamos na empresa e
a equipe já está reunida. Meu BlackBerry avisa chegada de e-mail;
________________________
De: Anastasia Steele
Data: 3 de junho de 2011 12:53 EST
Para: Christian Grey
Assunto: indo para casa
Querido senhor Grey:
Já estou comodamente instalada na primeira classe, na qual te
agradeço. Conto os minutos que faltam para vê-lo esta noite e possivelmente te
torturar para te arrancar a verdade sobre minhas revelações noturnas.
Sua Ana x
________________________
Ela está a caminho, meu coração vibra de felicidade e
preocupação.
________________________
De: Christian Grey
Data: 3 de junho de 2011 09:58
Para: Anastasia Steele
Assunto: indo para casa
Anastasia, desejo muito vê-la.
Christian Grey
CEO, Grey
Participações e Empreendimentos Inc.
________________________
Respondo tentando não passar a minha preocupação, mas sem muitas
palavras no momento.
________________________
De: Anastasia Steele
Data: 3 de junho de 2011 13:01 EST
Para: Christian Grey
Assunto: indo para casa
Queridíssimo senhor Grey:
Acredito que tudo vá bem com respeito ao "problema". O
tom de seu email me parece preocupante.
Ana x
__________________________
Como é difícil escapar de sua
inteligência. —Brindemos a
sensibilidade feminina, Grey!
__________________________
De: Christian Grey
Data: 3 de junho de 2011 10:04
Para: Anastasia Steele
Assunto: indo para casa
Anastasia:
O problema poderia estar melhor. Já embarcou? Se o estiver, não
deveria estar me mandando e-mails. Esta se pondo em perigo e transgredindo
diretamente as normas relativas à sua segurança pessoal. Sobre os castigos é
sério.
Christian Grey
CEO, Grey
Participações e Empreendimentos Inc.
________________________
Merda. E agora Leila se torna um problema sério em minha vida...
Anastasia responde.
________________________
De: Anastasia Steele
Data: 3 de junho de 2011 13:06 EST
Para: Christian Grey
Assunto: Reação desmedida
Querido senhor casca-grossa:
As portas do avião ainda estão abertas. Estamos atrasados, mas
decolamos em dez minutos. Meu bem-estar e dos passageiros que estão ao meu
redor está assegurado. Pode guardar suas mãos por agora.
Senhorita Steele
________________________
—
Guardo tudo para você Anastasia... Tudo mesmo...
_________________________
De: Christian Grey
Data: 3 de junho de 2011 10:08
Para: Anastasia Steele
Assunto: Desculpas; mãos guardadas.
Sinto sua falta e de sua língua afiada, Senhorita Steele.
Quero que chegue em casa sã e salva.
Christian Grey
CEO, Grey
Participações e Empreendimentos Inc.
_________________________
E eu tenho que zelar por sua segurança... Nada neste mundo pode
acontecer a você. O que seria da minha vida sem sua existência? Este pensamento
faz meu coração disparar.
_________________________
De: Anastasia Steele
Data: 3 de junho de 2011 13:10 EST
Para: Christian Grey
Assunto: Desculpas aceitas
Estão fechando as portas. Você não vai ouvir o bip das minhas
mensagens, ainda mais com a sua surdez.
Até mais tarde.
Ana x
___________________________
Apesar de todos os problemas, acabo rindo
com seu senso de humor.
Não chegam mais mensagens. Ela já está a
caminho. Chamo Taylor que entrar na sala rapidamente.
—Pois não,
Sr. Grey. —Ele diz.
—Quero que você
cuide pessoalmente da segurança de Anastasia. Você sabe que ela é prioridade.
—Sim Senhor. —Responde.
—Vá buscá-la
no aeroporto e a quero no Escala, sob nossa vigilância e proteção. Nada pode
abalar sua segurança, preciso ser mais claro Taylor?
Ele balança a
cabeça em negativa.
—Não Senhor.
Entendi perfeitamente e farei tudo como deve ser.
—Comece em
buscá-la no aeroporto, ela já embarcou e veja o horário que deverá chegar.
—Entendido, Senhor.
— Chame a equipe para saber como as coisas
estão evoluindo.
Rapidamente Welch e Barney adentram a sala
com as novidades. Após me cumprimentarem, Barney dispara.
—Senhor Grey,
rastreamos todos os dados da Sra. Leila, sua conta de e-mail está inativa há
mais ou menos uns dois meses.
—Por que
Barney, algum motivo especial para isto? —Pergunto curioso.
Ele e Welch
se entreolham.
—Sim, Senhor.
Descobrimos que Leila está separada.
Meus olhos saltam
diante desta novidade. Welch continua.
—Ela vinha
mantendo um relacionamento com outro amante há algum tempo. —Ele pigarreia,
parece que está sem jeito para dar a notícia.
—Vamos
continue, quero saber de tudo, sem rodeios.
Então Welch
termina.
—Pelo que
rastreamos, ela iniciou um relacionamento pelas redes sociais, Senhor Grey.
Houve troca de mensagens, e-mails, fotos, até ela resolver abandonar o marido
para viver com este novo amante.
Instintivamente
levo as mãos à boca. Na verdade para disfarçar minha surpresa e indignação. E
esta maldita voz interior que teima em repetir: — FODEU, Grey!
—Malditas
redes sociais, por isso não sou adepto. Este tal de curtir, compartilhar,
postar foto, dizer onde está. É uma verdadeira ode aos egos inflados e apelo ao
perigo de olhos maléficos. — E o que você
curte nunca compartilha, não é seu mote, Grey?
—Pois é, foi
numa rede dessas que tudo começou e progrediu. —Diz Barney e Welch conclui.
—Até o marido
descobrir e não querer mais nada com ela.
—Vocês
conseguiram o contato dele?
Welch
responde:
—Falei
pessoalmente com ele e… não tenho boas notícias, Sr. Grey. Ele simplesmente ignorou
meus relatos sobre o estado de saúde dela e quis terminar a conversa
rapidamente. Encerrou com um sonoro: “este
assunto não me pertence mais!”.
—E a família?
—Indago.
—Nada ainda
Senhor.
Taylor
intervém.
—Welch, Barney
neste momento a prioridade é localizar Leila, qualquer informação sobre o
paradeiro dela ajudará. —Barney responde.
—Sabemos
disso, Taylor, sabemos... Estamos numa força tarefa desde ontem, mas até agora
infelizmente nada...
Interrompo a
conversa e ordeno.
—Muito bem
então, voltem a seus postos e façam valer seus salários e meus altos
investimentos em tecnologia. Quero ser avisado a qualquer momento sobre
qualquer novidade.
Todos se
levantam e rapidamente seguem seus caminhos. Andrea entra e começo a atender a
demanda de trabalho do dia. —Nossa
Senhora das agendas lotadas, proteja-me...
*************
O dia se
arrasta tenso. A empresa está dentro da normalidade, mas minha cabeça não se
concentra em nada. Opero em modo automático o dia todo e vou sendo informado
por minha equipe que até agora não tem notícias muito boas.
Sigo para
casa à tarde. Logo que chego Welch me liga.
—Senhor Grey, conseguimos contato com a
família dela.
—Finalmente,
e quais são as informações? —Pergunto.
—Eles estão
tão sem notícias quanto nós. Infelizmente há mais de três meses que eles não
falam com a Sra. Leila. Sua irmã ficou desesperada e se propôs a vir para cá
auxiliar nas buscas, mas o Senhor sabe, eles moram do outro lado do país e não
sei no que poderiam ajudar.
Ouço a parada
do elevador enquanto Welch conclui. Meu coração dispara, minha luz está
chegando para iluminar esta treva toda.
—O Senhor
acha prudente autorizar a vinda dela para cá? Ou posso pedir para ela aguardar
na sua cidade? O senhor considera viável a vinda dela?
Abrem-se as portas do elevador e a avisto descendo vestida com
uma saia curta, expõe deliciosamente suas lindas pernas. Ela me encontra
nervoso, desgrenhado vestindo meu traje cinza com o casaco desabotoado. Na minha
inquietude e tensão ela me surpreende
falando ao telefone.
— Nem um pouco... Mantenha a
conduta.
Apesar dos momentos tensos é um alívio vê-la aqui na minha
frente sã e segura.
— Me mantenha informado. — Falo decidido e desligo o
telefone enquanto avanço com passos decididos para ela tentando disfarçar a
angústia de minha alma. Tiro meu casaco, a gravata e, pelo caminho, os jogo no
sofá. Envolvo-a em meus braços e a aperto em meu corpo, com força, rápido,
agarrando pelos ombros para levantar sua cabeça e a beijo como se desse a vida
por isso. Minha necessidade dela só não é maior que a necessidade de
protegê-la, de zelar por seu bem estar e segurança.
Tiro com força o prendedor do seu cabelo e tasco-lhe um beijo
voraz, de forma primária e desesperada. Ela corresponde com igual necesidade,
afundando os dedos em meus cabelos, retorcendo-os. Nossas línguas se entrelaçam, a paixão e o
ardor resplandecem entre nós. Divino, ardente, sexy e seu cheiro único e
maravilhoso me excitam muito.
Separo nossas bocas e a olho numa emoção inefável: não existe mais Christian Grey sem Anastasia
Steele. Pronto. Decidido. Não vivo mais sem esta linda mulher.
— O que aconteceu? — Pergunta atônita com minha
forma de dar-lhe boas vindas.
— Alegra-me muito que tenha voltado.
Tome banho comigo. Agora.
Ela arregala os olhos assustada com minha pressa e responde.
— Sim... — A agarro pela mão e a levo à
minha suíte.
Uma vez lá a solto e abro a torneira da banheira. Viro devagar e
a venero novamente já excitado.
— Eu gosto de sua saia. É muito
curta. — Digo com voz grave. —Tem pernas lindas.
Tiro os sapatos e me abaixo para tirar também as meias três
quartos, sem afastar os olhos dela. —O lobo faminto já se apoderou de você, não é
Grey?
Ela me imita e tira as sapatilhas negras. O lobo voraz que
habita em mim perde o controle, a agarro e a empurro contra a parede. Ataco seu
rosto, o pescoço, os lábios com beijos ardentes... Agarro seus cabelos.
Ela se prende em mim colada aos azulejos frios. Está emparedada entre
meu calor e a fria porcelana. Quando ela me aperta com força urro de tesão.
— Quero fazer isso agora. Aqui,
rápido, duro. — Digo, seguro suas coxas e subo sua saia. Ainda está
menstruada?
— Não — Ela responde ruborizando.
— Bom.
Deslizo os dedos pela calcinha branca de algodão e agacho para
arrancá-la de uma vez só, levantando sua saia. Nua da cintura para baixo,
ofegando excitada ela me enlouquece ainda mais. Agarro-a pelos quadris, empurrando
de novo contra a parede e beijo suas pernas. Seguro a parte superior de ambas
as coxas, separo suas pernas e seu botãozinho mágico rosado se expõe para mim.
Meto a língua com gosto em seu clitóris. —Que delícia! O sabor dela é néctar dos deuses.
Ela grita ao sentir minha língua em
sua bocetinha gostosa. Joga a cabeça
para trás e geme gostoso, se agarrando a meu cabelo. Passeio por toda sua carne
molhada. Minha língua é desumana, forte e persistente, dou voltas e voltas sem
parar. Sim, é uma foda de língua com muito gosto. Este exercício funciona como
calmante neste dia de merda, nesta tensão dos infernos, na minha frustração e
ansiedade. Começo a acelerar e a lubrificação aliada à minha boca molhada
encharcam sua xoxota pronta para mim. Sinto minha língua afogada em sua
lubrificação, como se afogasse a saudade maldita que estava sentindo com sua
ausência. Paro. Estou quase gozando só com este gosto delicioso de boceta.
Então resolvo dividir este sabor único com ela. Ela precisa experimentar este
verdadeiro néctar dos deuses, seu sabor especial. Fico de pé e encontro seu
olhar impaciente implorando por mais. Pego seu rosto com ambas as mãos, a
seguro com firmeza e a beijo com violência, enfiando a língua na sua boca para
que ela saboreie sua própria excitação. Abaixo minha cueca e libero meu pau
duro que está a ponto de explodir. A agarro pelas coxas por trás e a levanto
para uma trepada gloriosa que está por vir.
— Enrosca as pernas em minha
cintura, Baby.— Ordeno,
tremendo, com tesão incontrolado.
Ela se pendura em mim e num movimento rápido e resolvido, enfio
meu pau duro até o fundo.
— Ah! — Ela geme e grita. —Agarro sua bunda, cravando os
dedos na suave carne e começo a me mover. No começo dou estocadas devagar, com
um ritmo fixo, mas assim que perco definitivamente o controle, acelero cada vez
mais.
— Ahhh! — Ela joga a cabeça para trás. E eu me
concentro na massagem que sua boceta faz em meu pau. Que carícia celestial. Ela
é apertada, quente e eu vou metendo fundo, rápido, gostoso... Ela já não pode
mais aguentar e convulsiona no meu pau, entrando na espiral de um orgasmo
intenso e devorador. Eu também não aguento mais e libero um gozo profundo e
necessitado. Com um gemido profundo, afundo a cabeça em seu pescoço e enterro
meu cacete ainda mais nela, grunhindo escandalosamente enquanto sinto minha
porra quente se despejando no fundo de seu corpo tesudo.
São segundos simplesmente indescritíveis. Ela é uma fonte de
prazer inesgotável. Ela é a única luz que ilumina meus dias escuros. Quando
consigo encontrar um pouco de lucidez e voltar a respirar a beijo com ternura,
sem me mover, sem sair de dentro dela, matando esta porra de saudade, que quase me enlouqueceu. Retiro-me
devagar e a levanto com força para que possa pôr os pés no chão. O banheiro
está cheio de vapor e faz muito calor. Ela ainda está vestida da cintura para
cima, vermelha, suada, mas com um sorriso satisfeito.
— Parece que você ficou alegre ao
me ver. — Murmura com um sorriso tímido.
Contraio a boca, risonho.
— Sim, Srta. Steele. Acredito que
minha alegria é mais do que evidente. Venha cá, deixa que te leve à banheira.
Desabotoo os três botões da camisa, solto os punhos, tiro a
camisa pela cabeça e a jogo no chão. Livro-me das calças do traje e a boxe de
algodão, afasto estas peças com o pé. Começo a desabotoar os botões da sua
blusa branca enquanto vou apreciando sua beleza que se libera cada vez mais
para mim.
— Como foi sua viagem? — Pergunto calmo. Minha
inquietação do dia está controlada no momento. —Claro, depois deste chazinho calmante de
boceta, Grey!
— Bem, obrigada. — Murmura, ainda sem fôlego. — Obrigada outra vez pelas
passagens. É muito mais agradável viajar de primeira classe. — Sorri para mim timidamente. — Tenho algo pra te contar... — Acrescenta nervosa.
— Sério? —Me preparo para sua boca inteligente e pelas infinitas possibilidades
desta conversa.
Olho-a enquanto desabotoo o último botão. Deslizo a blusa por
seus braços e a atiro com o resto da
roupa.
— Consegui um trabalho. —Ela diz.
Fico imóvel, logo sorrio com ternura para que ela continue a
falar.
— Parabéns, Srta. Steele. Vai me
dizer aonde agora? —Provoco, mas já preocupado com a resposta.
— Não sabe?
Nego com a cabeça, carrancudo.
— Por que deveria saber?
— Dada a sua tendência de
perseguição, pensei que saberia...
Mas por esta eu não esperava. É isto que ela pensa de mim? Um
invasor de privacidade? —Você invadindo a privacidade dela, Grey? Imagina que não...
— Anastasia, jamais me ocorreria
interferir em sua carreira profissional, salvo se me pedir isso, claro.
Sinto-me de certa forma ofendido.
— Então, não tem nem ideia de que
editora é? —Pergunta.
— Não. Sei que há quatro editoras
em Seattle, assim imagino que é uma dessas. —Claro que você pesquisou sobre as editoras, Grey! Mas sem invadir a
privacidade...
— SIP.
— Ah, a menor delas. Muito bem.
Inclino-me e a beijo na testa demonstrando aprovação. Mas é óbvio que farei uma
varredura sobre esta empresa. Ela tem que estar segura, sempre!
—Esta pronta? Quando começa?—Pergunto, já me programando para começar a verificação sobre a
empresa.
— Na segunda-feira. —Ela fala com alegria.
— Tão logo, não? Então vou
desfrutar de você enquanto ainda posso.
Vire-se. —Ordeno.
Desabotoo e abaixo sua saia. Aproveito para agarrar seu traseiro
rosado enquanto beijo seu ombro e cheiro
seus cabelos, inspirando fundo. Aperto sua bunda por instinto.
— Embriaga-me, Srta. Steele e me
acalma também. Uma mistura interessante.
Beijo seus cabelos enquanto a conduzo para a ducha.
— Ai. —Ela grita.
A água está visivelmente quente. Sorrio enquanto a água cai por
cima dela.
— É só água quente para relaxar.
Vire-se. Quero te lavar — murmuro.
Pego o sabonete líquido e jogo um pouco na mão.
— Tenho algo para te contar — Ela sussurra enquanto ensaboo seus
ombros.
— Ah, é? Diga. —pergunto preocupado novamente com a possibilidade da resposta.
— A exposição fotográfica do meu
amigo José será inaugurada na quinta-feira em Portland.
Minhas mãos param automaticamente sobre seus seios. Este José
sempre desperta minha ira.
— Sim, e o que isto quer dizer? — Pergunto sério. —Este filho da
puta invadindo nosso banho?
— Disse a ele que iria. Quer vir
comigo?
Fico olhando para ela ponderando a situação. Tenho vontade de
dizer não e mandar este José à puta que o pariu. Mas sei também que se não for
junto ela irá e ficará exposta novamente a este canalha. Mesmo não gostando da
ideia, preciso concordar. Então, depois de ponderar, respondo.
— A que horas?
— A que horas? A
inauguração será às sete e meia. —Ela responde rapidamente
e tensa.
Beijo-a na orelha.
— Certo. —Respondo simplesmente, mas por dentro acho que está tudo errado. Ela
sai de seu estado de tensão. — Estava
nervosa porque tinha que me perguntar isso?
— Sim. Como sabe?
— Anastasia, você acaba de relaxar o corpo inteiro. —Digo secamente.
— Bom, parece que você é... um
pouco ciumento. —Ela responde.
— Sou sim. — Digo ameaçador. — E será bom você sempre lembrar.
Mas obrigado por perguntar. Iremos no Charlie Tango.
Ela abre um amplo sorriso.
— Posso te lavar? — Pergunta.
— Parece que não... — Murmuro e a beijo brandamente como
se fosse um pedido de desculpas por esta minha limitação.
Ela se volta para a parede frustrada com a resposta. Acaricio
suas costas com sabão.
— Me deixará te tocar algum dia?
— Pergunta audazmente.
Paro surpreso com a pergunta, a mão cravada em seu traseiro. E
para evitar maiores transtornos com este assunto, parto para minha saída
estratégica mais eficaz e respondo:
— Apoie as mãos na parede, Anastasia.
Vou te foder outra vez. — Sussurro
em seu ouvido a agarrando pelos quadris e colocando um fim à discussão que
ainda não estou preparado para enfrentar.
***********
Mais tarde estamos sentados na cozinha, com nossos roupões. Já
saboreamos uma deliciosa massa Alle Vongole da Sra. Jones.
— Mais vinho? — Pergunto oferecendo a garrafa do
Sancerre.
— Um pouquinho, por favor. —Ela responde.
O Sancerre é revigorante e delicioso. Sirvo-a e logo me sirvo
também.
— Como vai o "problema"
que te trouxe para Seattle? — Pergunta timidamente.
Finalmente chegou a hora que estava adiando para falar.
— Fora de controle. — Respondo com amargura. —Mas você não se preocupe com
isso, Anastasia. Tenho planos para nós esta noite.
— Ah, é? —Ela responde.
— Sim. Quero você no quarto de
jogos dentro de quinze minutos. —Jeito Grey de se livrar das preocupações...
Levanto e a encaro.
— Pode se preparar em seu quarto.
O guarda roupas agora está cheio para você. Não admito discussão a respeito. Espremendo
os olhos para desafiá-la a não discutir volto com passos rápidos a meu
escritório.
Adentro o escritório e verifico se há alguma mensagem no
BlackBerry e...nada! Falo com Taylor pelo interfone e ele também diz que não há
novidades. Observo o relógio e sei que já passaram alguns minutos intolerantes
para ela. O objetivo é este mesmo, criar expectativas para depois transbordar
de prazer.
Apesar da falta de notícias sobre Leila, devo concordar que
depois da chegada de Anastasia e de nossa foda maravilhosa, me acalmei. E agora
a sensação de imaginá-la no quarto de jogos já desperta muita alegria em mim.
Vou para o quarto, coloco minha calça jeans surrada e rasgada.
Deixo o botão desabotoado para ter mais liberdade de movimentos e caminho
descalço para meu paraíso. Visto meu personagem favorito: Christian Grey,
dominador do mundo. Pego o iPod e vou para o quarto de jogos. Hoje realizarei
um antigo desejo, guiarei Anastasia pelo mundo dos sentidos e despertarei nela
as emoções mais sutis e delicadas ao som de uma canção angelical. Abro a porta
pesada e a cena que vejo é inspiradora. Anastasia está de cabeça abaixada, só
de calcinha. Está olhando para as próprias mãos e, assim que entro, separa com cuidado as pernas. É a submissa
mais perfeita do planeta. A cena de hoje está toda traçada em minha cabeça.
Vamos ter algemas para animar e satisfazer. Deixo o iPod sobre a enorme cômoda
junto à porta e me aproximo devagar da cama. Verifico os equipamentos de
segurança e as algemas nas colunas, está tudo em ordem.
Dou meia volta até a cômoda. Abro uma das gavetas e separo os objetos
que vou usar hoje: uma luva de pelos mcios, palmatória e um
chicote com fios de couro com esferas em suas extremidades. Retorno para onde ela está e sei que, neste
momento, sua única visão é de meus pés descalços. Contemplo seu esplendor.
— Está linda. — Digo e a olho fixamente.
Ela mantém a cabeça abaixada, consciente de meu olhar fixo sobre
sua nudez. Noto que o rubor se estende devagar por sua face. Inclino-me e pego seu
queixo, obrigando-a a olhar para mim.
— É uma mulher linda, Anastasia.
E é toda minha — Murmuro.
Levante-se. — Ordeno
em voz baixa, transbordando promessas sensuais.
Tremendo, ela fica de pé.
— Olhe para mim. — Digo e ela eleva seus olhos a meus
olhos ardentes. Esta submissão dela me enlouquece. Um sorriso quase cruel se
desenha em meus lábios. —Muito bem garota, que os jogos comecem!
— Não assinamos o contrato,
Anastasia, mas já falamos sobre os limites. Além disso, recordo que temos as
palavras de segurança, certo?
Ela balança a cabeça concordando.
— Quais são? — Pergunto de maneira
autoritária.
Franze um pouco o cenho para ouvir a pergunta e meu gesto se
endurece visivelmente.
— Quais são as palavras de
segurança, Anastasia? — Digo muito
devagar.
— Amarelo. — Murmura.
— E? — insisto, apertando os lábios.
— Vermelho. — Ela responde.
— Não as esqueça.
Ela arqueia uma sobrancelha e me encara, mas o repentino olhar
gélido e cinzento que lhe lanço a detém em seco.
— Cuidado com essa boquinha, Srta.
Steele, se não quer que a corte em rodelas. Entendido?
Pisca muito rápido, arrependida.
— Entendido?
— Sim, senhor — Fala atropeladamente.
— Boa garota. — Faço uma pausa e a olho
explicando, não quero amedrontá-la. — Não é que vai precisar das palavras de segurança porque vai doer
em você, mas sim por que o que vou fazer vai ser intenso, muito intenso e
preciso que me guie. Entendido?
Ela novamente balança a cabeça afirmativamente.
— Isso é sobre tato, Anastasia. Não vai poder
reclamar nem me ouvir, mas poderá me sentir.
Ela franze o cenho diante das revelações e da expectativa. Viro-me e passo a mão por cima da caixa preta de som que
imediatamente se abre e revela as portas, os Cd player com um monte de botões. Aperto
vários em sequência para programar a música que ela ouvirá repetidamente enquanto
lhe proporcionarei um mundo de sensações. Quando me viro de novo para lhe
olhar, ofereço um sorrisinho de "Tenho um segredo".
— Vou te amarrar na cama, Anastasia,
mas primeiro vou vendar seus olhos e não vai poder me ouvir. —Mostro o iPod que levo nas
mãos. — A única coisa que vai ouvir é
a música que vou por para você. Vem.
Levo-a pela mão até a antiga cama de dossel. Há correntes nos
quatro cantos: uns cadeados metálicos e finos com pulseiras de couro brilhando
sobre o cetim vermelho.
— Fique aqui de pé.
Ela aguarda calada olhando para a cama. Inclino-me para frente e
lhe sussurro ao ouvido:
— Espere aqui. Não tire os olhos
da cama. Imagine-se aí deitada, amarrada
e completamente a minha mercê.
Ela respira fundo. Todos os sentidos hiperalertas; a audição a
mais aguçada. Pego da cômoda os chicotes e palmatórias que estão separadas. Seus
cabelos ainda soltos não servirão para o que quero. Pego-os e começo a trançá-los.
— Embora eu goste de suas trancinhas,
Anastasia, estou impaciente para te ter. Hoje vai ter que se conformar só com
uma. — Digo com voz grave e suave.
Tranço seus cabelos rapidamente e prendo o final com um elástico
de cabelo, então delicadamente puxo a trança de forma que a obrigo a se inclinar
para meu corpo. Puxo de novo, desta vez para um lado e ela inclina a cabeça e me
dá acesso a seu pescoço. Inclino-me e a encho de pequenos beijos, percorrendo a
base da orelha até o ombro com os dentes e a língua. Cantarolo em voz baixa e o
som ressona nela por dentro. Geme brandamente sem poder evitar.
— Quieta agora! — Digo respirando contra sua pele que
se arrepia.
Levanto as mãos diante dela; meus braços acariciam os seus. Na
mão direita levo o chicote de tiras.
— Toque-o. — Sussurro.
Timidamente ela abre os braços e roça as largas franjas do
chicote. Têm muitas faixas largas, todas suave e com pequenas contas nas
pontas.
— Vou usar ele. Não vai doer, mas
fará que corra o sangue pela superfície da pele e fique sensível.
Ela arregala os olhos.
— Quais são as palavras de segurança,
Anastasia?
— Tá... "amarelo" e
"vermelho", Senhor — Sussurra.
— Boa garota.
Deixo o chicote sobre a cama e seguro sua cintura.
— Não vai precisar. — Sussurro para tranquilizá-la.
Então pego sua calcinha e a abaixo de uma vez só. Tira-as pelos
pés torpemente, se apoiando no poste da cama.
— Fique quieta! — Ordeno, logo beijo seu traseiro
e lhe dou dois beliscões. —Deite-se
de barriga para cima. —Acrescento lhe
dando uma palmada forte na bunda que a faz pular.
Ela sobe no colchão confortável olhando para mim. Em meus olhos
brilha uma emoção contida.
— As mãos por cima da cabeça.— Ordeno e ela obedece. — Vire-se.
Volto à cômoda para buscar o iPod e a máscara.
A impaciência a consome. Seu rosto está completamente imóvel e me
olha com os olhos arregalados. Mas obedientemente não argumenta. Sento na borda
da cama e coloco nela o iPod com os fones de ouvido. Tem conectados os pontos
auriculares e a antena.
—Isto vai transmitir ao iPod o
que quero que você ouça. — Digo,
dando umas batidinhas na pequena antena e respondendo assim a sua pergunta não
formulada. — Eu vou
ouvir o mesmo que você, mas tenho um
comando à distância para controlar. Vou explicando e oferecendo meu sorriso "Eu sei de algo que você não sabe".
Mostro o pequeno dispositivo plano que proporciona esta modernidade. Inclino-me
sobre ela, coloco com cuidado os pontos auriculares nos ouvidos e deixo o iPod
sobre a cama por cima de sua cabeça.
— Levanta a cabeça. — Ordeno e ela o faz
imediatamente.
Devagar coloco nela a máscara, passando o elástico pela nuca. Já
não enxerga e nem ouve o som ambiente. O elástico da máscara segura os pontos
auriculares. Ela respira forte, entrecortada e errática, reflexo de seu
nervosismo. A agarro pelo braço esquerdo, estico-o com cuidado até o canto
esquerdo da cama e a prendo na pulseira de couro. Quando termino, acaricio seu
braço inteiro com meus largos dedos. Circulo a cama e faço o mesmo com o braço
direito. Vou ate os pés da cama para prender
ambos os tornozelos.
— Levanta a cabeça. — Ordeno.
Ela obedece e eu a puxo de forma que os braços ficam
completamente esticados e quase suspensos pelas pulseiras. Ela não consegue
mais se mover. Separando as pernas, prendo primeiro o tornozelo direito e logo
o esquerdo, de modo que fique bem preso, de braços e pernas abertas, e
completamente a minha mercê. —Deus, que cena linda posso contemplar. Que cena perfeita!
Ligo o iPod. Ela já ouve uma voz angelical que canta sem
acompanhamento uma nota longa e doce, a que se une imediatamente outra voz e
logo mais um coro celestial, cantando a capela de um hinário antigo. Trata-se
do coral a quarenta vozes de Thomas Talis,
titulado “Spem In Alium”. Desde que
ouvi este hinário pela primeira vez, imaginei uma cena perfeita, num momento
perfeito. Mas tinha que ser com a mulher perfeita e agora ela está aqui para
satisfazer este meu desejo. O ritmo da peça guiará o ritmo de minhas ações e a
loucura de sensações tomará conta deste quarto.
A adrenalina corre também em meu corpo. Se ela está desprovida
da visão, eu ao contrário sou brindado por ela. Coloco as luvas e suavemente
começo a passear em seu corpo. Primeiro o pescoço, deslizando devagar pela
clavícula, pelos seios, acariciando, dando atenção aos mamilos. Seguro cada um
suavemente com as luvas e depois dou uma puxada suave para que eles fiquem
rijos, alongados. Ela se contorce e geme. Meu pau está como seus mamilos: rijo
e alongado.
Continuo neste passeio com as mãos, sem pressa e
deliberadamente, por seu ventre, traçando círculos ao redor de seu umbigo,
depois de quadril a quadril. A música em nossas cabeças nos transporta e ela
toma consciência de como seu corpo pode proporcionar prazer. Sigo a linha dos seus
pelos pubianos, passo entre suas pernas,
por suas coxas; desço por uma, subo pela outra, muito tranquilamente. Meus
gestos unem-se às vozes do coro celestial, cada uma com fragmentos distintos,
se fundindo gostoso e docemente em uma melodia que se harmoniosa com meus
movimentos e meu carinho sensual.
Sigo com a luva: os braços, a cintura, subindo de novo pelos
peitos. De novo me detenho nos mamilos que endurecem e ela ofega. Rapidamente
troco a luva pelo chicote e começo a desenhar o mesmo caminho com outro
elemento surpresa. Deixo as faixas do chicote de tiras fluírem por sua pele,
seguindo o mesmo caminho que a luva. É como se fosse um bailado que acompanha o
tilintar de vozes cantando, tecendo uma tapeçaria etérea de ouro e prata,
delicioso e sedoso, que se mistura com o tato do suave em sua pele, a percorrendo.
Subitamente, a música muda a tonalidade e eu desfiro uma chicotada seca no seu ventre.
— Aaaggghhh! — Ela grita pega de surpresa.
Sei que não dói exatamente; mas produz um forte formigamento por
todo o corpo. E então volto a açoitar. Mais forte.
— Aaahhh!
— Aaahhh!
Ela se retorce, quer se mover, escapar ou desfrutar de cada golpe, não sei...
Volto a açoitar, desta vez nos peitos. Grita. É uma doce agonia, suportável...
Prazerosa até agora já que ela não usa nenhuma palavra de segurança. Açoito no quadril, logo subo com golpes
rápidos pelo pelos pubianos, sigo pelas coxas, pela parte interna, subo de novo
pelos quadris. Continuo enquanto a música alcança o clímax e então, de repente,
para de soar. Eu também paro. Logo começa o canto outra vez, vai crescendo e eu
a orvalho de golpes me deliciando com seus gritos e contorções. O desenho
rosado que se forma em sua pele sensível é uma verdadeira obra de arte. Sua
excitação é nítida, e se ela pudesse ver a minha ia notar que estou em
combustão. Consegui criar um alinhamento perfeito com nossos sentidos e
despertar em nós sensações inexploradas. Paro a música e percebo que ela fica
apreensiva, tentando adivinhar o que virá. Olhar para a pintura de Anastasia
nua em minha cama, excitada, toda rosada por meu chicote é um convite a meu
prazer. Não me contenho mais subo na
cama e me coloco por cima dela enquanto libero a música que volta a tocar.
Cheiro sua pele e agora coloco meus próprios lábios para a
acariciarem. Deixo que passeiem por seu pescoço e clavícula, vou beijando,
chupando... descendo para seus peitinhos deliciosos. Sugo um mamilo, depois o
outro, passeando a língua ao redor de um enquanto belisco sem piedade o outro
com os dedos. Ela geme muito forte perdida em todas estas sensações das quais
não pode escapar completamente à mercê de minhas peritas mãos.
Desço até o ventre, riscando círculos com a língua ao redor do
umbigo, seguindo o caminho do chicote e da luva. Ela geme ainda mais. Beijo,
chupo, mordisco, sigo abaixo e, de repente, visualizo seu clitóris que, com
suas pernas totalmente abertas, está exposto, vulnerável para minha língua marota
brincar à vontade. E ela brinca como menino que corre atrás da bola sem freio e
sem medo, num sobe e desce mordisco, puxo, enfio e acaricio sem pudor. Ela joga
a cabeça para trás e grita, a ponto de desmaiar, a beira do orgasmo... E então eu
paro. —Ainda é cedo para gozar, Srta
Steele!
Trepo sobre ela novamente e me ajeito entre suas pernas. Inclino-me para um poste e solto a corrente
de um tornozelo, em seguida libero o outro tornozelo e massageio para reativar
a circulação sanguínea. Pego-a pelos quadris e a levanto de forma que já não tem
as costas encostadas na cama. Está arqueada e apoiada só nos ombros aí então me coloco entre suas pernas
e com uma rápida e certeira investida a penetro e ela volta a gritar. Iniciam
as convulsões de seu orgasmo iminente e então paro novamente. Cessam as
convulsões.
— Por favor! —Choraminga.
Pego nela com mais força e cravo os dedos no seu traseiro
enquanto ela ofega. Mando ficar quieta. Em seguida, muito lentamente, começo a
me meter meu pau outra vez: saio, entro, enfio, tiro, vou metendo nela vagarosamente... Conforme aumenta o
número de vozes do coral, vou aumentando meu ritmo de forma infinitamente
controlada, completamente ao som da música. Retiro-me de dentro dela. Vejo que
não aguenta mais e eu também já estou no limite.
— Por favor — Suplica a mim.
Então, num só movimento rápido volto a deitar sobre ela, com as
mãos nos lados de seus seios, aguentando meu próprio peso e empurro meu pau com
firmeza para um mergulho febril dentro dela. Quando a música chega a seu
clímax, ela mergulha no orgasmo mais intenso e angustiante que jamais teve. Eu a sigo investindo forte três vezes mais até
que, finalmente, fico imóvel ao entrar no mesmo mergulho e gozar alucinadamente
dentro dela. Exausto, despenco sobre ela.
Quando recuperamos a
consciência e voltamos de qualquer lugar que tenhamos estado, saio de dentro
dela. A música cessou e me estiro sobre seu corpo para soltar a pulseira
direita. Em seguida solto a outra, retiro com cuidado a máscara de seus olhos e
tiro os pontos auriculares dos ouvidos. Ela pisca à luz tênue do quarto e
levanta os olhos para meu intenso olhar de olhos cinza curiosos.
— Olá. — Murmuro.
— Olá... —Responde timidamente.
Em meus lábios se desenha um sorriso. Inclino-me e a beijo
brandamente.
— Muito bem, Baby. — Sussurro. — Vire-se.
Ela me olha assustada, preocupada com o que virá. Meu olhar se
enternece e digo.
— Só vou te dar uma massagem nos
ombros.
— Ah, certo...
Vira tensa, de barriga para baixo. Está exausta, o que é natural.
Sento-me escarranchado sobre sua cintura e começo a massagear seus ombros. Geme
forte e eu uso meus dedos fortes e experientes. Inclino-me e beijo sua cabeça.
— Que música era essa? — Consegue balbuciar.
— É o coral a quarenta vozes de
Thomas Talis, entitulado “Spem in Alium”.
— Foi... impressionante.
— Sempre quis foder ao ritmo
dessa peça.
— Não me diga que também foi a
sua primeira vez?
— Com certeza, Srta. Steele.
Volta a gemer enquanto meus dedos fazem magia em seus ombros.
— Bom, também é a primeira vez
que eu transo com essa música. — Murmura sonolenta, me provocando.
— Mmm... Você e eu estamos estreando
juntos em muitas coisas. — Digo com
total naturalidade.
— O que te contei em sonhos,
Chris... err... Senhor?
Interrompo um momento a massagem lembrando-me da massagem que
ela fez em meu ego naquele dia.
—Disse-me um montão de coisas,
Anastasia. Falou de jaulas e morangos, me disse que queria mais e que sentia
minha falta. —Invento para ver como ela reage.
— Só isso? — Pergunta com evidente alívio.
Termino a massagem e me deito a meu lado, fincando o cotovelo na
cama para levantar a cabeça. Olho-a carrancudo.
— O que pensava que tinha dito? —Indago pensando se há algo que ela queira esconder de mim. —Que te odeia? Que prefere o José? Que quer
mudar para a China, ora Grey!
— Que eu tinha dito que você era
feio e arrogante e que era um desastre na cama.
Franzo ainda mais o cenho agora achando graça na brincadeira.
— Certo, está claro que tudo isso
é verdade, mas agora me deixou intrigado de verdade. O que é o que me esconde Srta.
Steele?
Pisca com ar inocente.
— Não te escondo nada.
— Anastasia... — Advirto.
— Pensava que fosse me fazer rir
depois do sexo.
— Pois por aí vamos mal. — Esboço um sorriso. — Não sei contar piadas.
— Senhor Grey! Há alguma coisa
que não sabe fazer? — Diz
sorrindo e sorrio também com o elogio.
— Não, aparentemente contar piadas.
— Eu também não conto. —Diz com seu jeito leve e gargalha.
—Eu adoro te ouvir rir. — Murmuro, me inclino e a beijo.
— Esconde-me alguma coisa, Anastasia?
Vou ter que te torturar para surrupiar isso de você. Sei que algo te preocupa.
Ela me abraça e ficamos em silêncio por um longo momento até
mergulhamos num sono tranquilo. Os problemas ficaram trancados do lado de fora.
Neste momento o que existe somos eu, ela, nossas respirações e nossos corpos
saciados de prazer iluminados pela penumbra do quarto de jogos.
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