9 de jun. de 2013

Capítulo 14- Uma surra é sempre uma surra.




De repente me dou conta que, apesar de todo poder que conquistei, ainda não tenho aquele que mais gostaria: o poder de congelar o tempo quando estou com ela. Quando relaxamos depois de uma trepada fenomenal, é como se o mundo exterior não existisse e meu interior fica completamente leve, relaxado, com os monstros que me incomodam em silêncio, dando uma trégua...
Ela está deitada no meu peito, exausta depois do gozo e eu fico curtindo o aroma dos seus cabelos. Eles têm um cheiro suave, adocicado, muito bom de sentir. Fico em silêncio, respirando calmamente, eternizando estas sensações já que não sei quanto tempo poderei conservar isso tudo. Sei que assim que ela realmente me conhecer, com certeza vai desistir, além de saber também que não consigo dar o mais que ela quer e que realmente merece. Não gosto de dividir este pensamento secreto nem comigo mesmo. É altamente incomodante e desafiante.
Ela se aninha mais ainda e este maldito pensamento me dá um tempo. De repente, sinto um toque suave no meu tórax e num rápido impulso agarro sua mão, evitando que ela continue. Suavizo o gesto puxando sua mão para minha boca e docemente beijo seus dedos. Rolo sobre ela e a encaro nos olhos.
— Não faça! — Murmuro e então a beijo ligeiramente.
— Por que você não gosta de ser tocado? — Ela indaga frustrada.
— Porque... Bem, porque sou cinquenta vezes fodido, de cinquenta maneiras, cinquenta tons diferentes Anastasia.
Minha honestidade a desarma completamente. Ela pisca para mim, querendo entender.
— Tive um começo de vida muito duro. Não quero carregar você com os detalhes. Só não faça. Não me toque. — Roço meu nariz contra o dela, e então me retiro de dentro dela e me sento.
— Acredito que já percorremos todos os pontos básicos. Que tal? — Estou contente com os desfechos desta noite. Apesar do estresse da negociação com a Srta Teimosia, devo admitir que nos saímos muito bem.
Ela vira a cabeça para um lado, como eu faço, e sorri para mim, mas não é um sorriso natural, me parece triste e diz em seguida.
— Se você acha que conseguiu me iludir ao fingir que me concedeu o controle, bem, você não levou em conta minhas boas notas. — E sorri timidamente. —Mas obrigada pela ilusão.
— Srta Steele, você não é só um rosto bonito. Você teve seis orgasmos até agora e todos eles pertencem a mim. — Ostento minha conta, brincalhão e completamente orgulhoso.
Ela ruboriza e pisca ao mesmo tempo, isso me faz pensar que tem algo a me dizer, mas não tem coragem. Aperto as sobrancelhas e questiono com voz firme.
— Você tem algo para me dizer?
Ela faz uma careta de incerteza, mas toma coragem e fala.
— Eu tive um sonho esta manhã.
— É? — Eu olho curioso para ela, doido para saber.
— Gozei dormindo. — E lança um braço acima de seus olhos, morrendo de vergonha da confissão.
Eu me divirto e não digo nada esperando sua reação. Ela espia por debaixo do braço enquanto eu pergunto.
— Dormindo?
— Quando gozei, acordei.
— Tenho certeza que acordou. Estava sonhando com o quê? —Esta confissão começa a esquentar e a me animar. Entro no clima e dou corda para que ela continue.
— Você.
Ela lança o braço acima de seus olhos novamente como se fosse uma criança se escondendo de mim. Eu faço a linha durão. —Mas você está ficando durão mesmo, Grey!
— Anastasia, o que eu estava fazendo? Não vou perguntar de novo.
— Você estava usando um chicote de montaria.
Sensacional! Fico atônito com a revelação e salto sobre ela movendo seu braço para ver seu rosto.
— Verdade? É sério?
— Sim. — Ela está escarlate.
— Ainda há esperança para você, Baby! — murmuro em combustão. — Eu tenho vários chicotes de montaria.
— De couro trançado marrom?
Eu rio ao ver que ela me entrega até o modelo. —Uau, fetiches Srta Steele? Gosto muito!
—Não, não tenho este modelo, mas posso conseguir um tranquilamente. — Meus olhos brilham de excitação. —Ah, seu sonho é realizar o sonho dela, não é Grey?
Dou-lhe um breve beijo, antes que esta conversa me excite ainda mais. Olho rapidamente no relógio, já são nove e quarenta e Taylor está lá fora me esperando, preciso ir. Visto minha cueca e começo a vestir o resto de minha roupa. Ela sai da cama também e pega sua calça de moletom e uma camiseta. Depois senta de volta na cama, cruza as pernas e fica me assistindo. Eu pergunto algo tem me incomodado.

— Quando você vai ficar menstruada? — Ela me olha atônita, pega de surpresa com minha pergunta. — Eu odeio usar estas coisas. — Murmuro e quando me levanto jogo o preservativo no chão, depois deslizo o que falta subir da minha calça jeans. — Quando?
— Semana que vem. — Ela responde muito tímida olhando fixamente para as mãos. — Caramba, até disso, uma coisa tão simples, ela tem vergonha de falar? Vou ter que fazer um treinamento especial para mulheres tímidas e aprender a controlar minhas “sutilezas’!
— Você precisa arranjar um anticoncepcional.
Ela olha fixamente para mim, inexpressivamente, enquanto eu me sento de volta na cama e coloco as meias e os sapatos.
— Você tem um médico?
Ela nega com a cabeça e eu faço uma carranca. Como assim, ela não tem um médico?
— Bem, eu posso pedir ao meu médico para vê-la em seu apartamento, domingo de manhã antes de você vir me ver. Ou ele pode ver você em minha casa. O que você prefere?
— Na sua casa. — Ela responde secamente.
— Certo. Eu informarei a hora.
— Você está indo embora?
— Estou.
— Como você vai voltar?
— Taylor me levará.
— Eu posso levá-lo de carro. Eu tenho um lindo carro novo.
Eu olho para ela, entendendo a provocação, mas neste momento não quero discutir.
— Está melhorando, mas eu acho que você bebeu demais.
— Você me deixou bêbada de propósito?
— Deixei.
— Por quê?
— Porque você pensa demais e é reticente como o seu padrasto. Com uma gota de vinho você desanda a falar, e preciso que você se comunique honestamente comigo. Caso contrário, você se cala, eu não tenho nenhuma ideia do que você está pensando. In vino veritas, Anastasia.
— E você acha que é sempre honesto comigo?
— Eu me esforço para ser. — Olho cautelosamente para ela. — Isto só funcionará se nós formos honestos um com o outro.
— Eu gostaria que você ficasse e usasse isto. — Ela levanta o segundo preservativo.
Eu me surpreendo com seu pedido e me envaideço. É muito bom saber que estamos criando uma dependência sexual. Será uma forma de prendê-la a mim.
— Anastasia, eu saí da linha muitas vezes aqui hoje. Tenho que ir. Vejo você no domingo. Vou mandar preparar o contrato revisto, aí então nós poderemos realmente começar a jogar.
— Jogar?
— Sim, eu gostaria de fazer uma boa cena com você. É isso que fazemos no quarto de jogos, cenas consensuais. Mas eu não farei até que você assine, só assim saberei que está pronta.
— Ah, então posso prolongar isso se não assinar?
Eu avalio o que ela disse. Meus lábios se contorcem em um sorriso com sua sagacidade.
— Bem, acho que sim, mas talvez eu não aguente a tensão e estoure.
— Estoure? Como? — Ah, Anastasia... Talvez eu estoure de ansiedade e lhe dê uma bela surra de vara e outras coisinhas mais...
Eu movimento a cabeça devagar e então sorrio, brincando.
— A coisa pode ficar muito feia.
— Feia como?
—Oh você sabe, explosões, perseguições de carro, sequestro, cárcere privado.
— Você me sequestraria?
— Ah sim, sequestraria.... — Caio na risada
— E me prenderia contra minha vontade?
—Ah, sim. — Ela não tem ideia do que eu faria.— E estamos falando TTP 24/7.
— Não entendi. — Mas vai entender Baby, ah se vai!
—Total Troca de Poder, dia e noite. — Meus olhos estão brilhando e uma nova excitação começa a despontar só de imaginar esta cena com ela. — Então você não tem nenhuma escolha, entendeu? — Digo sarcasticamente.
— Claramente. — Ela revira os olhos para cima e isto me tira do eixo.
— Ah, Anastasia Steele, será que você acabou de revirar os olhos para mim?
— Não! — Ela grita.
— Acho que revirou. O que eu disse que faria com você se revirasse os olhos para mim novamente?
Eu me sento na beira da cama, doido para ensiná-la uma lição que tanto adoro: uma boa surra de punição.
— Vem cá. — Digo suavemente.
Ela empalidece e senta-se olhando fixamente para mim, completamente imóvel. Este medo que ela aparenta me enche de desejo, pois sei que neste instante sou todo poder sobre ela. Começo a imaginar uma cena sensacional para nós. Ela retruca, tentando me dissuadir.
— Ainda não assinei.
— Eu disse o que faria. Sou um homem de palavra. Vou lhe dar uma surra e então vou foder você bem depressa e com muita força. Parece que vamos usar aquela camisinha afinal.
Falo com voz suave, ameaçadora e quente, pois já estou em pleno vapor, necessitando desesperadamente aliviar a coceira da minha mão. Eu olho para ela esperando, com os olhos brilhando. Timidamente, ela descruza as pernas, mas está paralisada.
— Estou esperando. — digo. — Não sou um homem paciente.
Ela está ofegante, com medo, ligada. Eu estou com o sangue disparado dentro do meu corpo, completamente incendiado. Lentamente, ela se arrasta, até chegar ao meu lado.
— Boa menina! — murmuro. — Agora, levante-se.
Hesitante, ela levanta e coloca a camisinha em minha palma da mão estendida. Sem que ela perceba ou resista, a agarro e a deito em meu colo. Com um movimento suave, ajeito o meu corpo para que seu torso fique amparado sobre a cama e ela fique confortável. Jogo a perna direita sobre as duas pernas dela e a prendo com meu antebraço esquerdo, bem posicionado na parte inferior de suas costas. Analiso a situação e verifico que está tudo perfeito. Ela não pode se mover, mas está confortável. Ah, falta um detalhe:
— Coloque as mãos na cabeça. — ordeno.
Ela imediatamente obedece.
— Por que estou fazendo isto, Anastasia? — Pergunto.
— Porque revirei os olhos para você...
— Você acha que esta é uma atitude educada?
— Não.
— Vai fazer de novo?
— Não.
— Vou lhe dar uma surra toda vez que você fizer isto, entendeu?
Retiro seu moletom muito lentamente, provocando nela as sensações que desejo: medo, apreensão, imaginação. Nosso jogo erótico inicia e eu vou apreciando seu corpo, suas reações que também desembocam sensações deliciosas em mim.
Coloco minha mão em sua escultural bunda nua. A sensação é de esculpir uma obra mais que perfeita, linda! Sinto sua pele de pêssego, macia, suave, lisinha... —Ah, Srta Bunda Divinal, vamos colorir esta pele translúcida!
Começo afagando, acariciando ao redor, com minha palma fazendo movimentos circulares e criando sinapses diretas com meu pau endurecido, dolorido de tesão. E então, respiro fundo para acalmar meus batimentos cardíacos e... slap, bato forte!
Em resposta à dor, ela tenta sair dali, mas minha mão entre suas omoplatas a mantém presa. Acaricio novamente onde bati, minha respiração mudou, está mais alta, mais ruidosa, incontrolável. Pareço um garoto que se diverte loucamente num parque de diversões, como se fosse a primeira vez.
E bato novamente, rapidamente, em sucessão, com movimentos calculados e ritmados. Em minha cabeça ecoam somente os sons das palmadas reais e a imaginação da ópera profana de Carl Orff- “Carmina Burana”, a ária “O fortuna”.
Ela apenas se contorce enquanto eu golpeio, estimulando sua adrenalina e tentando controlar a minha que está em modo anárquico- descontrolado.
— Fique quieta — rosno. — Senão não vou parar de bater.
Acaricio novamente e dou outros tapas seguindo o padrão rítmico: acariciar, acariciar, bater, bater, acariciar. Estou concentrado e apreciando as cores rosadas que minha mão desencadeia em sua bunda. Minha mente entoa as palavras que somente eu ouço, imagino:

♫ Oh, Fortuna, variável como a lua.
Sempre cresces ou mínguas;
Vida detestável...
ora frustra, ora satisfaz
com zombaria os desejos da mente,
à pobreza e ao poder
dissolve como se fossem gelo.
Sorte monstruosa e vã,
tu, roda a girar, a aflição
e o vão bem-estar sempre se dissolvem
tenebrosa e velada
atacas-me também;
costas nuas
trago sob teu ataque.
Senhora do bem-estar e da virtude,
estás agora contra mim;
nesta hora sem demora
tocai as cordas;
pois que a sorte
esmaga o forte
chorai todos comigo. ♫

Estou concentrado nestes movimentos ritmados, sem bater no mesmo lugar duas vezes, espalhando a dor e a cor. Vou bebendo desta fonte de gratas emoções que a visão de seu corpo nu me oferece. Ele agora está indefeso, entregue a minha mercê e dominação. —Sim Grey, o rei do Universo Steele, da galáxia maravilhosa das bundas escarlates.
— Aaaai! — Ela grita na décima palmada.
— Só estou me aquecendo, Baby!
E bato novamente, afago novamente, bato novamente, afago novamente. A combinação da palmada forte com o carinho é muito excitante. Ao mesmo tempo em que ela se submete, também aguenta, mostra força e resistência. Vai suportando muito bem por ser sua primeira vez.
Acaricio e bato forte, e mais forte, e mais... Uma sucessão de força, dominação e gentileza. Ela grita novamente.
— Ninguém pode ouvir você, Baby, só eu.
E bato novamente, vivenciando a cena em que a criança desobediente precisa ser castigada. Sim, a criança malvada que responde o que não deveria, que desobedece, que se esconde, que faz a maiores merdas...
Ela não reclama. Ela suporta. Ela merece! Me desobedeceu, me afrontou, me irritou... É assim que se faz com crianças desobedientes. Continuo num ritmo inflexível.
Ela grita mais seis vezes, depois de dezoito golpes no total. Sua bunda está gloriosamente escarlate e eu gloriosamente satisfeito com o resultado. Estou cansado, meus braços doloridos, minhas mãos ardendo com tanto vigor desferido. Mas o que mais dói é o desejo incontido que aperta meu pau gloriosamente duro, pronto para foder com força.
— Chega. — falo e minha voz ecoa rouca de tesão. — Bem feito, Anastasia. Agora eu vou foder você! —Acaricio seu traseiro suavemente, imaginado como deve estar queimando. Não vejo seu rosto, não sei qual a expressão de seus límpidos olhos.
Ela aguentou muito bem, mas não sei se atingiu o grau de excitação que espero. Decido averiguar da maneira mais precisa e deliciosa que conheço. Vou acariciando ao redor de sua bunda e descendo. De repente, sem que espere e se prepare, enfio dois dedos dentro dela e eles imediatamente deslizam em tamanha lubrificação. Ela me brinda com um delicioso suspiro. —Desprevenida a surpresa é maior, Srta Molhadinha! Bingo, Grey!
—Sinta isto. Veja quanto seu corpo gosta disto, Anastasia. Você está toda molhada só para mim.
Existe temor em minha voz porque não sabia se tinha conseguido o efeito desejado. Mas ela também me pegou de surpresa em estar definitivamente muito excitada. A maior prova disso é o incrível estado de lubrificação em que ela se encontra. Movo meus dedos, dentro e fora em sucessão rápida, começando uma foda bem gostosa.
Ela geme e começa a responder se deliciando com os movimentos. —Ora, ora, Srta Steele, judiar também me dá prazer... Gozar agora, não!
— Da próxima vez, vou fazer você contar. Onde está aquela camisinha?
Alcanço o preservativo e o pego. Gentilmente a ergo, empurrando-a com o rosto sobre a cama. Arranco totalmente sua calça de moletom e a coloco em uma posição de joelhos, gentilmente acariciando seu traseiro de cor nova, com o colorido Rosa Grey.
Desço o zíper enquanto rasgo o invólucro da camisinha. Meu pau está estupidamente duro, doido para atacá-la. — Calma Greyzinho, vai nadar naquela grutinha molhada, vai garoto desesperado!
— Vou comer você agora. Você pode gozar, Anastasia!
Mal termino de falar e já estou dentro dela. Me movo com vigor, força e intensidade. Sinto meu saco dolorido, doido para soltar minha porra, batendo nela num ritmo rápido e intenso contra seu dolorido traseiro. Meu sentimento é de posse, de poder, força e degradação. Seu corpo começa a dar sinais de que também não aguentará por muito tempo. Sua xoxotinha quente começa a me apertar, a me engolir com mais avidez, numa massagem involuntária, numa sensação excepcional.
Ela explode num intenso orgasmo, estremecendo, ofegando e eu também me alivio.
— Oh, Ana! — Grito em voz alta ao gozar segurando-a no lugar, me derramando nela.
Caio ofegante ao seu lado e a puxo para mim deliciando-me com seu cheiro, sorvendo seus cabelos. Prendo-a num abraço apertado, de reverência e agradecimento pela foda esplendorosa.
— Ah, Baby —respiro. — Bem-vinda ao meu mundo.
Ficamos deitados ofegantes, juntos, esperando que nossa respiração diminua a velocidade. Suavemente acaricio seus cabelos enquanto sua cabeça descansa em meu peito. Inalo profundamente seu cheio para acumular nas entranhas, para alimentar a memória.
— Muito bem, Baby! —Sussurro, com uma alegria calma em minha voz, feliz por ter sentido tanto prazer.
Pego na alça da sua camiseta.
— É com isto que você dorme? — Pergunto suavemente.
— Sim. — Ela responde com sono.
— Você devia estar vestida de seda e cetim, menina bonita. Vou levá-la para fazer compras.
— Eu gosto do meu moletom. — Ela murmura irritada.
Eu a beijo na cabeça novamente.
— Vamos ver!
Ficamos ali colados um ao outro, numa preguiça gostosa, cansados de dar e receber prazer. Sinto seu ronronar gostoso, leve, está cochilando. Começo a pensar nas sensações que ela está me proporcionando desde que nos conhecemos. Sinto um renascimento, um colorido novo que começa a se descortinar para mim.
Olho no relógio, são dez e trinta, preciso ir. Me inclino, beijo sua testa e digo:
— Eu tenho que ir. Você está bem?
— Estou bem. — Sussurra.
Levanto-me.
— Onde é o banheiro?
— No fim do corredor à esquerda.
Visto-me, pego o outro preservativo abandonado no chão e saio do quarto espreitando, com medo de encontrar Katherine. Entro no banheiro, lavo as mãos e o rosto. Olho-me no espelho e percebo que minha pele está corada, meus olhos radiantes, expressando um coração feliz e saciado. —Menos, Grey, menos! Diversão alegra mesmo o coração, só isso!
Dou uma checada nos produtos de higiene e beleza do banheiro dela. Não há muitas coisas, somente o básico e de custo baixo. Ela é muito simples e de vaidade pequena. Observo que terei que providenciar muitos itens para ela, já que seus produtos são poucos. Aha! Encontro algo que serve e retorno ao quarto.
Ela está cabisbaixa, olhando para as mãos e sem me encarar. Isto me preocupa. Nosso sexo foi excelente para mim, mas quero que seja assim para ela também.
— Encontrei um óleo de bebê. Deixe-me passar isto em você.
— Não. Eu estou bem.
— Anastasia. — Advirto. Ela se levanta e fica de frente para mim, sentado na cama. Puxo delicadamente sua calça de moletom para baixo novamente. Espirro o óleo de bebê em minha mão e então esfrego no seu traseiro com cuidadosa ternura.
— Eu gosto de por minhas mãos em você. — Murmuro enquanto vou passando o óleo por meu rastro escarlate.
— Pronto! — Digo quando termino e puxo suas calças novamente. — Já vou indo.
— Eu acompanho você até a porta. — Ela diz sem me encarar.
Tomo sua mão e vamos para a porta de entrada. Resolvo não falar nada, pois entendo que ela está reflexiva. Deve estar se perguntando o porquê de ter gostado, de ter se excitado com tudo isto. E então interrompe meus pensamentos.
— Não tem que ligar para o Taylor? — Ela pergunta, evitando o contato visual.
— Taylor está aqui desde as nove. Olhe para mim. — Peço.
Eu a olho com carinho e admiração. Foi tão forte, não chorou em nenhum momento. Seus esforços e dedicação a mim me comovem. Tão pura, inocente e confiante em... mim!
Ela se esforça para encontrar meus olhos, mas o faz corajosamente.
— Você não chorou! — A agarro e beijo fervorosamente. — Domingo. — Sussurro contra seus lábios, desejoso de seu gosto, seu perfume e das promessas de tantas possibilidades.
Saio do apartamento e subo no Audi, sem falar nada para Taylor. Observo ela fechar a porta, mas está sempre olhando para baixo.Vou no banco de trás, perdido em meus pensamentos, saboreando as sensações de prazer que ainda estão em meu corpo.
No entanto, saio confuso e preocupado. Havia algo estranho nela desde minha volta para o quarto.

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Chego ao hotel e me dedico a um bom banho. Apesar de uma pontinha de dúvida na saída de sua casa, tenho certeza eu este foi um dos melhores dias de minha vida. Foram vários momentos de felicidade e conquistas.
Minha mão sente uma leve dor e meus olhos não esquecem aquela bunda macia, empinada, esculpida pelos deuses dos adoradores de mulheres gostosas, deliciosamente rosada após minha punição.
Senti-la molhada e vê-la gozando, indefesa aos meus carinhos perversos, não tem preço.
Antes de deitar resolvo escrever um e-mail para me despedir dela e dar algumas recomendações.

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De: Christian Grey
Assunto: Você
Data: 26 de maio 2011 23:14
Para: Anastasia Steele

Querida Srta Steele
Você é simplesmente perfeita. A mulher mais bela, inteligente, espirituosa e corajosa que eu já conheci. Tome um pouco de Advil, isto não é um pedido. E não dirija seu Fusca novamente. Eu saberei.

Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
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Ela não pode nem imaginar que vou monitorá-la, por onde ela for e dirigir, porque não entenderia. Meu objetivo é o de protegê-la, mas a Srta Teimosia jamais acreditaria em mim. — E você também acredita que seja somente para protegê-la, Grey?
Detesto esta maldita voz interior que teima em me contrariar.
Opa, som de e-mail, ela respondeu? Ainda não dormiu?
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De: Anastasia Steele
Assunto: Lisonja
Data: 26 de maio 2011 23:20
Para: Christian Grey

Querido Sr. Grey

Lisonjas não vão levá-lo a lugar algum, mas já que o Senhor está em toda parte, não adianta discutir.
Precisarei levar meu Fusca para uma oficina para que eu possa vendê-lo, por isso não vou aceitar graciosamente qualquer um dos seus disparates sobre isso. O vinho tinto é sempre preferível a Advil.

Ana
PS: A surra é um limite DURO para mim.
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Oh, não! Sinal amarelo. Eu sabia que algo tinha acontecido e, de novo, ela não teve coragem de falar. Ela não curtiu, não gostou do meu mundo. Era isso que eu tanto temia!—Vamos Grey, apague este incêndio!

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De: Christian Grey
Assunto: As mulheres frustrantes que não podem receber elogios
26 de maio 2011 23:26
Para: Anastasia Steele

Querida Srta. Steele

Eu não estou lisonjeando você. Você devia ir para a cama.
Eu aceito sua adição para os limites duros.
Não beba demais.
Taylor dará fim a seu carro e conseguirá um bom preço por ele também.

Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc

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Vamos ver! Resposta em 5, 4, 3...

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De: Anastasia Steele
Assunto: Taylor – ele é o homem certo para o trabalho?
Data: 26 de maio 2011 23:40
Para: Christian Grey

Querido Senhor

Intrigada-me que você prefira deixar seu braço direito dirigir meu carro, mas não a mulher você fode ocasionalmente. Como vou saber que Taylor conseguirá o melhor preço para o meu carro? Eu, no passado, provavelmente antes de encontrar você, soube conduzir um negócio e arrumar uma pechincha por ele.

Ana
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Esta não, está corajosa demais. Que merda é esta que ela está dizendo? Efeito do vinho ou de raiva extrema? Como pode pensar isso dela mesma? E pensar isso de mim?
Escrevo rapidamente uma boa resposta.

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De: Christian Grey
Assunto: Cuidado!
Data: 26 de maio 2011 23:44
Para: Anastasia Steele

Querida Srta. Steele

Estou certo que o VINHO TINTO a fez falar dessa maneira, e que você teve um dia muito longo.
Entretanto, estou tentado em voltar até ai e me assegurar que você não se sente por uma semana, em vez de uma noite.
Taylor é ex-soldado e capaz de dirigir qualquer coisa de uma motocicleta até um Tanque Sherman.
Seu carro não apresenta um perigo para ele.
Agora, por favor, não se refira a você mesma como ‘uma mulher que eu fodo ocasionalmente' porque, francamente, me ENFURECE, e te asseguro que você realmente não gostaria de me ver zangado.

Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
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E Ela não desiste, manda outra resposta.
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De: Anastasia Steele
Assunto: Cuidado você
Data: 26 de maio 2011 23:57
Para: Christian Grey

Querido Sr. Grey

Eu não estou certa se eu gosto de você, especialmente neste momento.

Srta. Steele
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Como assim, ela não gosta de mim? Que merda é esta agora?
Porque ela não gosta de mim, será que nem um pouquinho?
Será que a surra deliciosa que lhe dei a afetou tanto assim? —Porra, a intenção era outra! Era para ela gostar!
Vamos saber logo do que se trata.
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De: Christian Grey
Assunto: Cuidado você
Data: 27 de maio 2011 00:03
Para: Anastasia Steele

Por que você não gosta de mim?

Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
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Será que ela vai desistir? Será eu meti os pés pelas mãos? —Ah Grey, você meteu mesmo, as mãos, literalmente. E com Força! Chega de tantos porquês e serás...
Eu não posso perdê-la se mal começamos! Apostei tantas fichas nela, o dia transcorreu tão bem. Levanto e começo a coçar a cabeça. Ela demora exatos seis minutos para responder e assim que a resposta chega não tenho coragem para olhar.
Meu coração dispara e eu leio a mensagem preparado para o pior.
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De: Anastasia Steele
Assunto: Cuidado você
Data: 27 de maio 2011 00:09
Para: Christian Grey

Porque o senhor nunca fica comigo.
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— Puta que pariu, Grey! Ela quer mais. Ela quer você, garoto!
Estou radiante de felicidade. Pego uns comprimidos de Advil, coloco no bolso, chamo Taylor pelo BlackBerry e aviso que vou sair.
Ele chega no meu quarto com cara de “Não estou entendendo nada, Sr Grey” ou “ O Sr enlouqueceu de vez Sr Grey”, mas mantém a discrição e não me pergunta nada.
Descemos num silêncio perturbador e entramos no carro. Ele me olha meio que sem coragem de perguntar para onde ir. Então eu uso de minha sutileza singular que tanto me protege nestas situações.
 Me leve de volta Taylor. Você sabe para onde.
Ele dá partida no Audi e em poucos minutos estou de volta ao apartamento de Anastasia Steele. Desço do carro e não lho para Taylor, apenas ordeno, enquanto ele ainda está de pé segurando a porta para mim.
 Pode voltar ao hotel, Taylor. Passarei a noite aqui e sairemos às seis horas direto para Seattle. Não quero me atrasar para a reunião.
— Sim Sr Grey, até amanhã. Boa noite Sr.
— Boa noite, Taylor!

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Toco a campainha e uma Katherine Kavanagh descabelada e com cara de sono atende a porta, sempre mal humorada para mim. Não espero ela dar consentimento para minha entrada e invado o apartamento.
— Que porra você acha que você está fazendo aqui?
—Boa noite para você também Katherine! Eu sei o caminho para o quarto dela e já estou indo para lá. —Ela está aos gritos, provavelmente acordando todos os moradores do prédio. Eu falo muito baixo, não quero assustar Anastasia.
— Bem, você não pode!
Eu reviro os olhos para ela e vou seguindo enquanto ela me acompanha na tentativa de me impedir de falar com Anastasia.
— Que merda você fez para ela agora?
— Do que você está falando, garota?
— Desde que ela te conheceu ela chora o tempo todo.
Como assim? Ela chorou? Chorou para Katherine Kavanagh? Não gosto desta informação, mas já estou com as mãos na maçaneta da porta do seu quarto.
— Você não pode entrar aqui!
Não dou a mínima para minha interlocutora e, sem a menor cerimônia, acendo a luz e vejo uma Anastasia Steele amontoada num cantinho da cama, com o rosto coberto de lágrimas. Desligo a luz para não incomodá-la, já que ela pisca várias vezes.
— Jesus, Ana! — murmuro.
Ela ofega entre soluços e, sem parar de chorar, indaga.
— O que você está fazendo aqui?
Acendo a luz lateral a fazendo piscar novamente. Katherine chega e permanece na entrada.
— Você quer que eu expulse este idiota? — Ela pergunta, irradiando hostilidade.
Levanto as sobrancelhas para ela, muito irritado e pronto para expulsá-la dali. Ela ainda não entendeu que ninguém neste universo, ou fora dele, será capaz de me tirar do lado de Anastasia sem que eu saiba o que está acontecendo. Mas minha garota faz um movimento com a cabeça para ela dizendo que não precisa me expulsar.
— É só gritar se você precisar de mim. — ela diz mais suavemente para a amiga e se volta para mim.
— Grey, as suas cartas estão marcadas. — me encara ferozmente. Aceno para ela que se vira e puxa a porta, mas não a fecha.
Olho para Anastasia atordoado, sem entender o que está acontecendo. Tiro um lenço do bolso do casaco e o entrega para ela.
— O que está acontecendo? — Pergunto calmamente.
— Por que você está aqui? — Ela responde com oura pergunta, mas já interrompendo suas lágrimas.
— Parte de meu papel é cuidar de suas necessidades. Você disse que queria que eu ficasse, então aqui estou. Eu ainda acho que você gosta disto. — Pisco tentando encontrar as palavras certas, verdadeiramente perplexo. — Tenho certeza de que sou responsável, mas eu não tenho nenhuma ideia do porquê. Será que é por que eu bati em você?
Ela se senta na cama e me encara. Percebo que está com dificuldades pra sentar e, por algum motivo inexplicável, isto me incomoda.
— Você tomou um pouco de Advil?
Ela sacode a cabeça dizendo que não. Ah, como eu suspeitava! Estreito meus olhos e deixo o quarto. Encontro a Srta “Chaterine” na cozinha. —Sim, que garota mais chata! Ela coloca as mãos na cintura e me pergunta.
—O que foi agora? Vai aprontar o que mais?
Eu olho com muita vontade de responder: — Agora vou te dar uma surra, aquela que seus pais não deram Chaterine Mimada! Mas mantenho a linha e respondo.
— Preciso apenas de um copo de água para ela tomar um remédio para a dor na... cabeça. —Imagine se ela desconfiasse onde e o porquê da dor de Anastasia. A sirene da polícia já estaria ecoando na porta do prédio.
Encontro as xícaras na pia, enxáguo e,sem esperar resposta começo a encher de água.
—Pois bem, sei exatamente o melhor remédio para a dor de cabeça da minha amiga. Mas ela não quer me ouvir!
Eu finjo não ter entendido a provocação, passo por ela com a xícara de água e volto para o quarto.
— Tome estes, Anastasia. — Ordeno suavemente enquanto me sento ao seu lado.
Ela me obedece e toma os dois comprimidos que ofereço, porém seu silêncio me apavora.
— Converse comigo! — sussurro. — Você me disse que estava bem. Eu nunca teria deixado você se suspeitasse que estivesse assim.
Ela olha fixamente para as mãos.
— Suponho que quando você disse que estava bem, não estava.
Ela cora e responde.
— Achei que estivesse.
— Anastasia, você não pode me dizer o que pensa que eu quero ouvir. Isto não é muito honesto — advirto. — Como posso confiar nas coisas que você já me disse?
Ela me olha sério com aqueles olhos que conseguem me virar do avesso, que me desnudam. Franzo a testa, preocupado, buscando uma estratégia de tirar dela o que está sentimento neste momento. Estou visivelmente nervoso, passo ambas as mãos por meu cabelo e busco a reposta que tenho medo de ouvir e não gostar.
— Como você se sentiu enquanto eu estava te batendo? E depois que bati?
— Não gostei. Prefiro que você não faça isto novamente. —Oh, não, é isso. Finalmente está sendo sincera!
— Isto não foi para você gostar.
— Por que você gosta? — Ela me encara fixamente.
Sua pergunta me surpreende porque, na verdade, nunca pensei muito nos fatores que me fizeram apreciar esta prática. Afinal, foi assim que aprendi e sempre pratiquei.
— Você realmente quer saber?
— Ah, confie em mim, estou muito interessada.— Ela me responde com sarcasmo, me imitando.
Aperto os olhos novamente, desconfiado, e advirto.
— Cuidado!
Ela empalidece, mas me desafia.
— Você vai me bater novamente?
— Não, hoje não. — Nossa, está visivelmente amedrontada e isso dói em mim, pois não é esta minha intenção. Só quero lhe dar prazer.
— Então...
— Gosto do controle que isso me dá, Anastasia. Eu quero que você se comporte de um modo particular, e se não se comportar, eu lhe punirei. Assim você aprenderá a se comportar da maneira que eu desejar. Gosto de castigar. Quis dar uma surra em você desde que me perguntou se eu era gay.
Ela cora com a lembrança e indaga.
— Então você não gosta do jeito que eu sou?
Fico perplexo com a pergunta. Olho fixamente para ela e percebo que não estamos falando a mesma língua.
— Eu acho que você é adorável do modo que é.
— Então por que você está tentando me mudar?
— Eu não quero te mudar. Gostaria que você fosse gentil, seguisse as regras que lhe dei e não me desafiasse. Simples assim — digo.
— Mas você quer me punir?
— Sim, eu quero.
— Isso é o que eu não entendo.
Suspiro e passo as mãos pelos cabelos novamente. Busco as palavras mais adequadas tentando fazê-la me entender.
— Eu sou assim, Anastasia. Preciso estar no controle. Preciso que você se comporte de determinada maneira, e se você não fizer isso, gosto de ver sua bonita pele rosa se aquecendo sob minhas mãos. Isto me excita.
— Então, não é a dor que você me faz passar que te excita?
Engulo em seco. Nunca passei por situação assim. As respostas também me fazem pensar a respeito, em coisas que nunca pensei.
— Um pouco... É também para ver se você aguenta, mas isto não é toda a razão. É o fato de que você é minha para fazer o que eu achar melhor, o controle total sobre outra pessoa. É isso que me excita muitíssimo, Anastasia. Olhe, eu não estou me explicando muito bem… eu nunca tive que me explicar antes. Eu não tinha realmente pensado sobre isso muito a fundo. Eu sempre estive com pessoas da mesma mentalidade — encolho os ombros me desculpando. — E você ainda não respondeu minha pergunta, como você se sentiu depois?
— Confusa.
— Você ficou sexualmente muito excitada com isso, Anastasia. — Fecho meus olhos brevemente e, quando os abro, olho para ela relembrando nosso momento tão maravilhoso. Sinto-me queimando por dentro novamente. Ela também parece relembrar e me lança um olhar muito sexy.
— Não me olhe desse jeito. — murmuro. — Não tenho nenhum preservativo, Anastasia, e você está chateada. Ao contrário do que sua amiga pensa, eu não sou um monstro degenerado. Então, você se sentiu confusa?
Ela se encolhe sob o meu olhar intenso.
— Você não tem nenhum problema em ser sincera comigo por escrito. Seus e-mails sempre dizem exatamente como você se sente. Por que você não pode fazer isso em uma conversa? Será que eu a intimido tanto assim?
Ela fica olhando para a colcha creme da sua cama e responde.
— Você me engana, Christian. Perturba-me completamente. Eu me sinto como Ícaro se aproximando muito do Sol. — sussurra.
Suspiro diante deste protesto velado.
— Bem, penso que este pensamento é errado.
— O que?
— Oh, Anastasia, você me enfeitiçou. Não é óbvio?
Ela fica me olhando boquiaberta, com os olhos arregalados. Parece não acreditar em minha confissão.
— Você ainda não respondeu à minha pergunta. Escreva para mim um e-mail, por favor. Mas agora, realmente gostaria de dormir. Eu posso ficar?
— Você quer ficar? — Ela me pergunta inquieta.
— Você me queria aqui, Anastasia. — Muito bem, muito bem! A Grey Self Service funciona vinte e quatro horas para você Srta Steele!
— Você não respondeu minha pergunta. —Ela insiste.
— Vou escrever um e-mail para você! — Murmuro com petulância.
Levanto e esvazio meus bolsos da calça jeans: BlackBerry, chaves, carteira e dinheiro. Depois retiro meu relógio, sapatos, meias e a calça jeans. Coloco minha jaqueta sobre a cadeira, caminho para o outro lado da cama e me deito. Ela continua sentada na cama observando a tudo, impávida.
— Deite-se. — ordeno.
Ela desliza devagar para debaixo das cobertas, estremecendo ligeiramente, olhando fixamente para mim, como se estivesse em choque. Debruço-me em um cotovelo e olho para ela.
— Se você vai chorar. Chore na minha frente. Eu preciso saber.
— Você quer me fazer chorar?
— Particularmente, não. Só quero saber como você está se sentindo. Não quero que você escorregue por entre meus dedos. Apague a luz. Está tarde, e nós dois temos que trabalhar amanhã.
Ela apaga a luz de cabeceira.
— Deite-se de lado, de costas para mim. — murmuro na escuridão.
Cautelosamente passo os braços ao redor dela e a puxo para meu tórax.
— Durma, Baby. — Sussurro enquanto enterro meu nariz em seu cabelo e inalo o cheiro inebriante que me acalma profundamente.
Ela ressona e cai num sono profundo. Fico na penumbra do quarto analisando que cá estou eu, quebrando minhas próprias regras, fazendo coisas inexplicáveis, me acostumando a situações inusitadas.
Mas estou também inexplicavelmente inseguro e... ao mesmo tempo feliz, esperançoso, saciado e... cheio de sonhos e planos de um futuro delicioso tendo ela como parte inegociável disto tudo.

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