5 de mai. de 2013

Capítulo 2- Café da manhã com fotografias



— Grey.
— Bem, aqui é Anastasia Steele, aha, a moça da entrevista, Sr. Grey. — Como se eu não reconhecesse essa voz. Ela soa aveludada e insegura, calma e agitada, sexy e provocante.
— Senhorita Steele, que bom que ligou, algo em que possa ajudá-la? — Merda, Grey, pega leve! Por mais que eu procure representar surpresa, não quero dar indícios de minha ansiedade. Para meu deleite ela continua:
— Bem, gostaria de combinar a sessão de fotos para amanhã, se for possível, é claro, e não atrapalhar o Senhor. — Respire, Grey, respire. Bingo! Perfeito, “Senhor”, é assim mesmo que você vai me chamar Steele, principalmente quando eu estiver rasgando sua calcinha com os dentes. Ainda em modo autoconfiança total respondo:
— Ah, sim Anastasia, deixe me consultar minha agenda- Agenda, essa foi demais— Bem eu vou estar no Heathman em Portland. Tenho sim um tempinho para atendê-la, que tal amanhã às nove, bem nove e meia?
Eu odeio tirar fotos, de novo as malditas sessões intermináveis de poses e flashes, somente para expor este meu rosto “embriaga mulheres”- Mas faz parte do jogo, então vamos jogar para ganhar.
— Perfeito Sr. Grey, nos veremos amanhã, combinado, este horário está ótimo, ahã, então... boa noite. — Não desligue, fale mais! Posso ver sua boca maravilhosa dizendo estas palavras, como se fosse um sussurro que me embriaga e me enche de tesão. Respondo de forma firme e sensual:
— Você não sabe como este encontro ficará marcado Senhorita Steele.... quero dizer, já está marcado. Sonhe com anjos — Ela desliga e eu visualizo o brilho tímido em seus olhos azuis e o rubor que toma conta da sua face perfeita. Imagino aquela cabeleira castanha numa bela trança, sucumbida aos meus jogos, extenuada de prazer.
Ainda é cedo para dormir, vou trabalhar um pouco já que Taylor trouxe o que eu preciso. Leio os e-mails, respondo alguns, checo como está a situação dos navios cargueiros que foram para o Sudão. A logística traçada pela minha equipe está perfeita, conforme o planejado. Coitada da equipe se não fosse assim.
Não tenho a mínima aspiração para ser perdedor. Não perco tempo, nem dinheiro, nem mulheres que mexem com minhas cabeças. Principalmente quando se trata da cabeça que não precisa de terapia, porque ainda funciona muito bem.
Já é madrugada e apesar de estar inquieto e apreensivo me deito. Precioso dormir e descansar para estar em modo impressionante/dominante de Senhorita Steele logo pela manhã. Quem sabe os deuses dos machos alfas me concedam a ventura de ter megas- másteres ideias inovadoras, que convençam olhos azuis espetaculares ao raiar do dia.
Acordo num sobressalto, já passa das oito e meia. Merda, Grey, perdeu hora hoje? Justo hoje? Não foi uma das minhas melhores noites. Acordei algumas vezes com sonhos confusos, ora estava radiante no quarto de jogos, ora sentia o cheiro fétido de bebida que saia da boca daquele filho da puta, ora enxergava o olhar da prostituta viciada... Chega de melodramas, Grey. O dia promete!
Tomo um bom banho, preciso estar com ar fresco e revigorado. Já me avisaram que a sessão de fotos será feita num dos quartos aqui do Heathman. Gosto de me hospedar aqui quando estou em Portland. O imponente prédio com arquitetura dos anos 20 possui luxuosas adequações para pessoas que, como eu, não abrem mão do conforto da vida moderna. Tomo um pouco do café que é servido no meu quarto, não consigo comer. Há um vazio no meu estômago, apesar do meu cérebro estar a mil. Que merda é esta que estou fazendo? Ela é só uma menina, que fascínio exerceu sobre mim em apenas dois encontros? Vamos CEO, assuma o sistema operacional predador que foi instalado em você e divirta-se um pouco! É isso, apenas diversão!
Taylor aparece para me conduzir até o quarto onde acontecerá a tal sessão de fotografia, - cada uma! Vesti camisa branca com calça de flanela cinza. Apesar de a minha preferência ser pela calça jeans rasgada, não posso usá-la neste momento. Pretendo mostrar somente para a Senhorita Steele num outro ambiente e será breve, muito breve. Vamos lá controlado Grey, hora do show!
Entro no tal quarto e lá está ela - Caralho! Linda!. Eu a localizaria em meio a qualquer multidão. Há um detector de Steele em mim, preparado para funcionar a qualquer momento. Não sei dizer com que roupa ela está, porque a vejo totalmente nua. De repente minha visão de raios-X funciona e lá estão seios apetitosos com auréola rosada, cintura fina para ser apertada, barriga perfeita para ser beijada, pernas torneadas para me envolverem e uma exuberante área a ser explorada entre as pernas. Minha mente se alegra e eu expresso um sorriso caloroso:
— Senhorita Steele, reencontros são bem vindos, que belo dia não? - Estendo-lhe a mão e é como se encostasse em algo quente, muito quente. Ela pisca algumas vezes, parece estar incomodada porque ruboriza, me olha com seus olhos fascinantes e eu sinto que também me despiu, mas de um jeito diferente. Parece que ela consegue ler o que há de mais íntimo em mim, minha alma!
Ela me apresenta Katherine Kavanagh e noto finalmente que não está sozinha. Ela é loira, bem diferente de Anatasia, a cumprimento com um pequeno sorriso divertido, pois ela me encarou com uma empáfia de chamar a atenção. É uma mulher bonita, mas muito longe daquilo que gosto e, para dizer a verdade, não gostei nada dela. Mesmo assim estendo a mão e digo:
— A insistente e persuasiva Senhorita Kavanagh. Melhorou do resfriado que a impediu de me conhecer na semana passada? - Como se eu quisesse tê-la conhecido.
— Ah, sim recuperadíssima, muito prazer, Sr. Grey e obrigada por ter vindo — Com firmeza ela aperta minha mão como se quisesse apertar o meu pescoço. Interessante, parece que não causei nela a admiração costumeira.
—Vamos nessa, comecemos então? —respondo! Ah, quantas formalidades indesejáveis. Volto-me para a Senhorita Steele já querendo saber quem são os dois homens que também estão no quarto e ela me apresenta Travis que fará a iluminação e o fotógrafo José Rodrigues.
— Bom dia e muito prazer, Sr. Grey,— José me cumprimenta com um leve movimento de cabeça.
— Sr. Rodriguez, — avalio o babaca filho da puta e já sei que foi ódio a primeira vista. Farejo algo que não gosto nele. Mas mantenho a pose.
— Vamos começar de que maneira? — pergunto a ele num tom intimidador e a Senhorita Katherine intervém:
— Sr. Grey, pode se sentar aqui, por favor? Faremos algumas fotos com o Senhor sentado e depois em pé, ao final escolherei as que ficarem melhor para o artigo que estou escrevendo — Ai, que chatice!
Merda! Foram uns vinte e tantos minutos de flashes no meu rosto. A vantagem é que não olhei para ninguém naquela sala a não ser para aquele corpo maravilhoso que ficou o tempo todo em pé, num canto do quarto. Admirei aquela pele pálida entornada por longas madeixas brilhantes. Fiquei admirando, medindo, imaginando o que fazer com ela e por alguns instantes tive a impressão que ela também me olhava. Não dei bola para o que estava acontecendo na sala, deixei que me guiassem e naturalmente fiz as poses que me pediam. De repente o babaca do José diz:
— Pronto Sr. Grey, o material que produzimos já é suficiente.
— Concordo, parece ter ficado muito bom — diz Kate. — Obrigada novamente, Sr. Grey. — Ela e José me cumprimentam, tenho vontade de rosnar para os dois, mas mantenho a linha educada convincente. Sinto que o momento é agora, afinal foi por isso que suportei passar por toda esta tortura de fotos.
— Estou ansioso pelo artigo e espero uma cópia, Senhorita Kavanagh, — Digo isso já próximo à porta a fim de sair dali rapidamente e falo de uma vez:
— Que tal um café da manhã em minha companhia, Senhorita Steele? — Ela fica perplexa, me encara e diz olhando para Kate:
— Sim, pode ser Sr. Grey, ainda não tomei o meu! —Kate dá de ombros e percebo a cara de José ficar mais feia do que já é. O que ele tem a ver com isso?
— Bom dia para vocês todos, foi um prazer colaborar. — Digo já abrindo a porta antes que ela mude de ideia e não me acompanhe. Ela passa por mim e eu quase não respiro- É isso mesmo, ela aceitou? Vamos Grey, não é hora para indefinições continue o show!
Percebo que Taylor nos acompanha e vou logo dizendo:
— Dispensado, Taylor. — Não preciso dele neste momento, então vou logo a convencendo.
— Existe uma cafeteria excelente aqui perto, vamos que vou te mostrar a doçura e as delícias do lugar. Enquanto ela me olha pasma, fico apreensivo com medo de ter avançado o sinal e receber um sonoro:– não! Mas para meu deleite ela responde com um sorriso tímido:
— Eu tinha combinado deixar meus amigos em casa e agora, não sei como eles irão. Ora, ora Senhorita Steele, estou aqui para resolver seus problemas.
Faço um gesto para Taylor que nos acompanha a alguns passos de distância, já saindo do lugar e digo:
— Leve os três para onde necessitarem, tomarei café com a Senhorita Steele. Taylor acena e se retira imediatamente. Viro-me para ela:
— Vamos? Apesar de me acompanhar, sinto um olhar de repreensão e não entendo o motivo. Pega leve, Grey, pisa no freio e vai com calma!
Abro caminho para que ela passe à minha frente rumo ao elevador. Sim, é um gesto educado, mas na verdade quero dar mais uma olhada naquela bunda sensacional. Ela vai caminhando de cabeça baixa e eu vou admirando a paisagem que desfila inocentemente à minha frente. Sim, ela arrasa quarteirão.
Fico traçando planos de como dizer a ela, pois o que dizer já sei desde o momento em que a acudi em minha sala. Começo com uma fala óbvia enquanto esperamos o elevador:
— Você é amiga de Katherine Kavanagh há muito tempo?
— Ah, sim, desde o primeiro ano que estudamos juntas e, além disso, dividimos o apartamento. Eu sei- mas continuo com a pose habitual e me mostro muito interessado.
Assim que o elevador chega, um jovem casal se separa e eu noto que ela fica totalmente envergonhada. Gosto tanto que acabo dando um sorriso- Ah, vou te levar para muitos passeios em elevadores, Senhorita Steele. O elevador desce e a proximidade dela me tortura. Que vontade de agarrá-la e beijá-la vorazmente.
Chegamos e tomo uma iniciativa ousada: seguro suas mãos para conduzi-la para fora do hotel. Percebo que ela treme e eu aperto com mais força aquelas mãos pequenas que cabem perfeitamente nas minhas.
O domingo de maio está normal, mas eu estou em atitude anormal levando Anastasia Steele a caminho da Portland Coffe House. O que é isso, Grey? Domingo no parque? Adentramos a cafeteria e percebo que ela olha rapidamente por todo o local, checando como é. Nos sentamos numa mesa que eu gosto e a garçonete vem imediatamente nos atender. Para minha surpresa ela não gosta de café e pede um chá preto com saquinho a parte. Não perco a oportunidade de dizer:
— Ok, chá preto, doce? Ela ruboriza mordendo o lábio inferior e eu tenho vontade de mordê-la por inteiro ali mesmo, naquela cafeteria. Para minha indignação ela não quer nada para comer. Oh, oh, vamos ter que dar um jeito nisso...
Enquanto espero nossos pedidos percebo que ela me fita por entre os cílios. Finjo não perceber, mas saboreio o momento e continuo o show. Ponto Grey, parece que ela não é indiferente. Tenho a impressão que algo a incomoda, que está perdida em seus pensamentos:
— Quem muito pensa, não casa Senhorita Steele! —Ela fica escarlate e sem responder se serve do chá “Twinings English Breakfast”. Acho engraçada a forma diferente que se serve, pois mal deixa o saquinho no bule para que o chá se incorpore. Ela percebe minha estranheza e murmura baixinho:
— Só consigo tomar se estiver bem fraquinho, é meio estranho, mas assim fica delicioso. — Nossa que informação maravilhosa, ela também aprecia prazeres estranhos e deliciosos.
De pernas cruzadas vou tomando meu café e comendo meu bolo, fingindo estar muito à vontade na presença dela, então disparo de uma vez a dúvida que está me afligindo:
— Você namora o fotógrafo? Percebo que ela quase engasga, que a pergunta a pegou de surpresa e docemente me responde:
— Claro que não, José é um amigo-irmão, de longa data! – Finalmente respiro, aliviado, com medo que ela tenha percebido minha empolgação com a resposta e disparo novamente:
— Você fica sempre tímida perto dos homens ou o problema sou eu? — Ela olha para baixo e morde os lábios novamente antes de responder.
— Não sou exatamente assim, Sr Grey. É que, bem, você tem uma presença intimidante. —Não resisto ao comentário e dou uma boa gargalhada. Ela não sabe que quem me intimida aqui é ela.
— Você é um mistério que pretendo desvendar Senhorita Steele.
— Misteriosa, eu?
— Sim, você, um doce mistério a ser desvendado principalmente quando fica vermelha e morde os lábios. Ela fica sem graça e eu aproveito para lamber os meus, encarando-a firmemente. Quero que ela entenda que é assim que farei nos dela muito em breve e que em seguida os morderei.
— Você é sempre franco e direto desse jeito Sr. Grey?
— Sempre, em algumas circunstâncias sou ainda pior caso você queira conhecer, fique à vontade. Espero não estar te assustando. — Ela não responde, apenas faz um movimento com a cabeça em negativa.
— A arrogância é uma constante em sua vida Sr. Grey? – Esta ela me pegou de surpresa. Sinto meu rosto queimar e minhas mãos coçarem. Ah, a mocinha é corajosa!Calma, Grey!
— Na maior parte do tempo sim, gosto de estar no controle — Olho para ela fixamente, arqueio a sobrancelha. Quero intimidar e percebo que consigo, no alvo! — Gosto tanto de estar no comando que somente meus familiares e pouquíssimos amigos me chamam pelo primeiro nome, sou maníaco por controle.
Ela não responde, apenas me olha com seus olhos intensos e continua tomando seu chá.
— Você tem irmãos? — Pergunto, apesar de saber todas as respostas a respeito de seus familiares. Quero fazê-la falar, sua voz é música para meus ouvidos. Ela timidamente vai me dizendo que é filha única, que a mãe é casada vive na Georgia com o terceiro marido, que o padrasto mora em Montesano, que o pai faleceu quando ela ainda era um bebê. Grey, é sua vez de fazer a entrevista.
Enquanto ela fala fico imaginando as coisas maravilhosas que farei com aquela boca. Sinto meus lábios beijando seu pescoço, o lóbulo da orelha, seu cheiro me inebriando. Merda! Menos Grey, menos...
Ficamos algum tempo assim, nessa conversa familiar. Conto para ela que minha mãe é pediatra, meu pai advogado, que tenho dois irmãos, que todos vivem em Seattle. Papo família total, mas meu desejo mesmo é de fazer um belo sexo animal com aquele corpo que está bem ali, a minha frente prontinho para ser acariciado e levado a uma tortura que eu sei bem como fazer. Olho para seus braços encantadores e imagino as braçadeiras em seu pulso, sua boca implorando para que eu lhe dê ainda mais prazer. De repente ela diz do nada:
—Paris é meu sonho de consumo, um dia ainda vou conhecer, vou trabalhar bastante para realizar esta viagem. —Entendo que ela está desesperadamente tentando mudar de assunto. Devo ter dado mostras que não quero papo família, mas confesso que gostei deste jeito atrevido, ela me surpreende!
—Ah, sim é mesmo uma cidade fantástica. Eu também quero voltar para lá. — Respondo sorrindo. Quem sabe eu ainda te coma em Paris, Steele.
— Eu pretendo viajar para fora deste país, um dia. Quero visitar especialmente a Inglaterra, berço de Shakespeare, Austen, as irmãs de Brontë, Thomas Hardy, sentir um pouco da inspiração deles. – Os olhos dela brilham. Ah sim, esta é sua praia, os livros, a literatura. Vou ter que me inteirar deste assunto rapidinho se quiser exercer mais ainda meu poder de conquista.
— Bom Sr. Grey, o café estava ótimo, mas eu realmente preciso ir. Vou buscar o carro no estacionamento do hotel. Tenho que estudar porque estou em período de provas.
— Ah, sim, não quero atrapalhar eu te acompanho até o hotel. Merda! Nosso precioso tempo juntos acabou!
— A manhã foi maravilhosa, Sr. Grey.
—O prazer foi meu, Anastasia. Podemos repetir mais vezes, sua companhia é bem vinda — Seguro suas mãos sem o menor desejo de soltá-las e a conduzo para fora da cafeteria, depois de pagar a conta. Gostaria de parar o relógio, congelar este momento para não vê-la partir. Ela caminha com seu andar suave, parece tranquila e eu não resisto e pergunto:
— Sua roupa predileta é calça jeans? — Ela me olha atônita, a pergunta foi inesperada e vejo que ela tenta entender o porquê.
— Na maioria das vezes, sim. —E se cala. Não continuo o assunto, não posso explicar que, apesar de achar que ela fica espetacular nestas calças, eu ainda quero vê-la usando saias e vestidos, ver suas pernas. Também não quero que outros homens tenham os mesmos desejos que eu tenho pela bunda maravilhosa dela.
De repente, do nada ela também me surpreende com uma pergunta inesperada:
— Qual o nome da sua namorada? – Porra! Ela está interessada!
— Não, Anastasia. Eu não tenho namorada. - respondo sorrindo. Não suporto relacionamentos açucarados do tipo namoro, mas também não sou gay, se é que você se lembra. — ela fica muito vermelha, sem graça. Aperta o passo como se quisesse fugir de mim, como se tivesse entregado um sentimento que não quisesse expor e de repente escorrega na guia da calçada e quase cai na rua.
—Ana! Cuidado! — Não contenho meu grito assustado e a agarro com força antes que caia no chão. Eu a seguro de encontro ao peito e inalo seu cheiro descomunal de mulher gostosa, algo frutal e leve, cabelos limpos e sedosos com aroma de shampoo delicado. Sua pele é sedosa, fico inebriado, perco o fôlego e me sinto tonto, como se o tempo parasse naquele momento para nossas peles se tocarem, nossos cheiros se confundirem. É um cheiro sensual, especial, que só ela tem, cheiro de Ana!
— Tudo bem, ahã, é... você está ferida? — Sussurro de uma forma dolorida. Ela está em meus braços, olhos nos olhos, sinto sua respiração, sua boca quente perto da minha, seus lábios se entreabrindo para mim, vejo a ponta daquela língua deliciosa, não me contenho e passo o polegar em seus lábios. Quase ouço minha própria respiração que está ofegante. Ela definitivamente me embriaga, tem poder sobre mim. Sinto um infinito desejo de beijá-la, sentir o gosto de seus lábios, da sua língua na minha, explorar sua boca.
Ela não se move, parece estar tão necessitada de mim quanto eu estou dela, estamos hipnotizados um pelo outro. Enquanto eu não controlo a velocidade da minha respiração, ela parece não respirar. Não Grey, não! Ela não merece sua loucura. Então, a contragosto, eu a solto.
— Anastasia, vá embora. Eu não sou o homem que você merece. Se afaste de mim. – Digo isto com infinita agonia e percebo sua decepção. Ela me olha de uma forma que me intimida, desnuda e me faz sentir um grande filho da puta até por sentir o pau dolorosamente duro neste momento. Ela se recompõe e sem nada dizer, se afasta de mim.
— Tudo bem, foi só um susto. Adeus, Sr Grey. Obrigada por tudo, o Senhor ajudou demais. Nem tenho como agradecer por tanta gentileza da sua parte. — Não fale assim, não vá! Olho para ela desesperado, mas me contenho e digo simplesmente:
— Tenha sucesso nas suas provas. Espero logo saber da sua formatura.
Ela me olha ruborizada, com um olhar fulminante faz um aceno e vai para a garagem. Aguardo ela sair com o carro e fico olhando se afastar- de mim! Meu peito dói, sinto um nó na garganta e uma vontade imensa de... chorar?!? Que porra é essa, Grey!. Contenha-se!
Quero voltar para o hotel, não sei o que fazer, estou tonto, desnorteado.
Olho para os carros que passam por mim, por pessoas que seguem um itinerário tranquilo de uma manhã de domingo. Coço a cabeça, pego o telefone e aperto a tecla da chamada rápida. Ela atende rapidamente.
— Elena? Sou eu, Grey.

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